Assim como as demais culturas, para o bom desenvolvimento e produtividade do milho é necessário sua adequada nutrição, visto que segundo a “Lei do Mínimo”, a produtividade é limitada pelo nutriente em menor quantidade no solo, dentro da necessidade da planta (figura 1).
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Figura 1. Representação esquemática da limitação ocasionada pela baixa disponibilidade de um nutriente na produtividade de uma cultura (Lei de Liebig).
Para a cultura no milho, a exportação de nutrientes varia de acordo com a produtividade da cultura, sendo maior à medida que a produtividade aumenta, em especial para os macronutrientes. Compreendidos como os nutrientes essenciais exigidos em maiores quantidades pelas plantas.
A quantidade de nutrientes extraída pela cultura do milho grão para diferentes produtividades foi estudada por COELHO et al. Os resultados estão apresentados na tabela 1, contudo vale salientar que devido atualidade do trabalho, este ainda não encontra-se publicado.
Tabela 1. Quantidades de nutrientes exportados pela cultura do milho grãos (kg/ha) para diferentes produtividades. Valores estimados com base na matéria seca da cultura.
A produtividade do milho apresenta resposta positiva com o incremento da adubação nitrogenada, sendo o Nitrogênio um dos nutrientes mais importantes para a cultura, contudo, cabe ressaltar que somente o Nitrogênio não garante altas produtividades de milho. Segundo FERREIRA et al. (2001), a deficiência de micronutrientes na cultura também podem prejudicar a produtividade da cultura, um exemplo é o molibdênio que apresenta relação direta com a assimilação do nitrato absorvido pelas plantas, além de atuar na redutase do nitrato. Sua deficiência pode prejudicar a assimilação de Nitrogênio e com isso comprometer a produtividade da cultura.
Cabe ressaltar que grande parte dos micronutrientes necessários para alcançar boas produtividades na cultura do milho, já apresentam concentrações suficientes no solo, no entanto, recomenda-se a realização de uma análise química da fertilidade do solo, só assim é possível conhecer de forma concreta os teores de cada nutriente no solo e planejar sua adubação e reposição.
Além de trabalhar a fertilidade do solo visando atender as demandas nutricionais da cultura (tabela 1) é fundamental acompanhar o pH do solo a fim de corrigir sua acidez quando necessário. Em um solo ácido, por mais que os nutrientes estejam presentes nas quantidades requeridas pela cultura, sua absorção pelas plantas é restringida em função do baixo pH, além da presença do Alumínio trocável prejudicar o desenvolvimento da planta, sendo um elemento toxico para a mesma.
Figura 2. Faixa de pH do solo e disponibilidade de nutrientes.
O milho é uma cultura que apresenta grande exportação de nutrientes e alta resposta ao incremento da adubação de base e cobertura, cabe ressaltar que a deficiência de algum nutriente pode comprometer a produtividade da cultura, e grande parte das deficiências apresentam sintomas característicos principalmente no dossel da cultura, porém quando aparentes a planta já apresenta elevado estádio de estresse. Visto isso, o acompanhamento da fertilidade do solo é imprescindível para a viabilidade, sustentabilidade e produtividade da lavoura.
Referências:
CASARIN, V. DINÂMICA DE NUTRIENTES NO SISTEMA SOLO-PLANTA VISANDO BPUFs. IPNI – Brasil, Paragominas, PA, Ago. 2016.
COELHO, A. M; DE FRANÇA, G. E. NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO MILHO. Embrapa. Disponível em: http://ccpran.com.br/upload/downloads/dow_5.pdf, acesso em 18/04/2020.
FERREIRA, A. C. B. et al. CARACTERISTICAS AGRONÔMICAS E NUTRICIONAIS DO MILHO ADUBADO COM NITROGÊNIO, MOLIBDÊNIO E ZINCO. Scientia Agricola, v.58, n.1, p.131-138, jan./mar. 2001.
Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo, equipe Mais Soja.
