O desenvolvimento da safra norte-americana tem grande influência no mercado de grãos, e a forma como vem ocorrendo na safra 19/20 faz com que a volatilidade, já comum neste mercado, se intensifique.
Apesar de os fundamentos se mostrarem baixistas — devido aos altos estoques americanos e menor demanda internacional — as cotações do grão na bolsa CME-Chicago acumulam alta de 3,92% em junho. Este aumento é pautado, sobretudo, nos impactos que as adversidades climáticas nos EUA possam causar na safra de soja.
O último relatório do USDA mostra que a semeadura alcançou 77,00% da área projetada, cerca de 16,00 p.p. atrás da média dos últimos cinco anos. Com isso, o mercado especula sobre as perdas de área e redução de produtividade, fazendo as cotações do grão subirem.
Por isso, é importante o produtor ficar atento a este mercado climático para aproveitar as possíveis oportunidades que possam surgir.
Confira os principais destaques do boletim:
• O indicador Imea-MT apresentou cotação média de R$ 66,04/sc e aumento de 2,56% no fechamento da semana, influenciado pela valorização do dólar e da bolsa de Chicago.
• A paridade mar/20 fechou a semana a R$65,15/sc, valorização de 3,40% devido a elevação das cotações do grão na bolsa CMEChicago.
• O prêmio no porto de Santos encerrou com desvalorização de 13,43%, reflexo da menor demanda pela soja brasileira nos portos.
• O dólar fechou a semana a R$ 3,86/US$, com acréscimo de 0,22%, motivado pela decisão do Federal Reserve, banco central dos EUA, sobre que manteve a taxa de juros.
QUEDA NAS IMPORTAÇÕES CHINESAS:
A Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) divulgou novas informações referentes às importações chinesas da oleaginosa. De acordo com os dados, o país asiático importou 7,36 milhões de toneladas de soja em maio, uma redução de 3,64% comparado a abril, e 24,03% menor que em mai/18.
No acumulado de jan/19 até mai/19, a China importou um total de 31,76 milhões de toneladas de soja, representando uma queda de 12,19% em relação ao mesmo período de 2018, que somou 36,17 milhões de toneladas.
Esta queda é reflexo direto da redução do rebanho suíno devido ao surto de FSA (Febre Suína Africana), que fez o consumo de ração diminuir, impactando na demanda pela oleaginosa.
Com grande dificuldade de controlar a doença que está diminuindo o rebanho suíno, e a escassez de informações oficiais, é difícil mensurar qual será o impacto na cadeia mundial da soja.
Fonte: Imea