A súbita renúncia do Ministro Sérgio Moro criou um clima de instabilidade política que se reflete na economia, provocando forte alta no dólar e forte queda no Ibovespa, como detalhamos em nosso boletim de Soja. E este clima parece que não vai acabar nesta semana entrante.
Muito ao contrário. Os holofotes agora se voltam para o Ministro Guedes, que também está descontente com a atuação do Ministro do Desenvolvimento, Roberto Marinho, que lhe colocou nas costas um peso enorme, de mais R$ 100 bilhões, para “salvar a economia” (na
verdade atender pedidos do Centrão). Na verdade, o Centrão, presidido agora por Rodrigo Maia, que voltou a ganhar força e sobrevida de uma hora para outra, porque pode programar ou não o impeachment de Bolsonaro e executá-lo. Então, o Presidente poderá tratá-lo com mais carinho, como já estava começando a dar mostras na semana passada.
Por que estamos dizendo isto? Porque o programa do Centrão, que só quer cargos e verbas, vai arrebentar com a economia do Brasil, junto com os problemas do coronavírus e fazer o dólar subir mais ainda. Não nos surpreenderíamos se chegasse a R$ 6,00 e há corretoras de câmbio que já falam na possibilidade de atingir R$ 7,00. A alta do dólar terá dois efeitos:
- a) tornar o milho brasileiro mais competitivo na exportação, diminuindo ainda mais o já pequeno estoque final;
- b) encarecer excessivamente aquelas 1,0 milhão de toneladas que estão previstas para serem importadas a fim de completar a necessidade interna do país, para a produção de carne.
Estes movimentos políticos, então, devem provocar nova alta nos preços do milho a curto e médio prazos, no que resta de abril, maio e junho, quando entra a Safrinha brasileira. Desta forma, é possível que a colheita da safra de inverno tenha preços parecidos com os da safra de verão, podendo chegar novamente perto dos R$ 58,00 em Campinhas ou nos estados do Sul.
Fonte: T&F Agroeconômica