Terminou, nesse domingo (31/08), o vazio sanitário da soja para as regiões Norte, Noroeste e Oeste do Paraná. Com isso, os produtores estão liberados a dar início à semeadura, cujo período se estende até 31 de dezembro. O vazio sanitário é um período de 90 dias contínuos em que o plantio é proibido por conta do risco da ferrugem asiática, doença fúngica que atinge a plantação. Já a época recomendada para o plantio se estende por 120 dias, após o fim do vazio sanitário.

No Paraná, há três períodos de vazio sanitário para a soja. Para a safra 2025/2026, a portaria 1.271, do Ministério da Agricultura e Pecuária, de 30 de abril de 2025, estabeleceu os seguintes períodos: Nas regiões Norte, Noroeste e Oeste, de 2 de junho a 31 de agosto, com o plantio seguindo de 1º de setembro a 31 de dezembro. No Sudoeste, o vazio sanitário vai de 12 de junho a 10 de setembro, com o período de plantio seguindo de 11 de setembro a 10 de janeiro. E no Sul e Centro-Sul, o período em que não é permitido o plantio é de 21 de junho a 19 de setembro, sendo recomendado entre 20 de setembro e 20 de janeiro.

“Plantar fora do período recomendado é um risco muito grande, não apenas para quem desobedecer as regras, como para os demais produtores por conta do aumento da possibilidade de surgimento de doenças e de perdas por adversidades climáticas”, explica o engenheiro agrônomo Flávio Turra, gerente de Desenvolvimento Técnico do Sistema Ocepar. Ele alerta que o não cumprimento da recomendação do vazio sanitário pode implicar em multa e destruição da lavoura plantada. Além disso, caso o produtor não observar o calendário de plantio pode perder o direito de acessar o crédito rural e o seguro agrícola.

Turra orienta alerta também para a importância de observar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), estabelecido pelo Ministério da Agricultura.   O Zarc é um programa que identifica as épocas ideais para plantio de diversas culturas, minimizando riscos de perdas devido a fenômenos climáticos. “É importante sempre seguir as orientações do engenheiro agrônomo que presta assistência técnica à propriedade”, diz.

Principal lavoura 

A soja é a principal lavoura cultivada no Brasil sob o ponto de vista econômico. É a que tem o maior Valor Bruto de Produção (VBP), representando 23% do valor de toda a produção agropecuária do país, seguido da produção de carne bovina. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo. São produzidas, em média, por ano 169 milhões de toneladas, o que representa 40% da produção mundial. O segundo maior produtor são os Estados Unidos, com 28% da produção mundial. Em terceiro lugar vem a Argentina, com 12%. Ou seja, esses três países são responsáveis por 80% da produção mundial de soja.

No Paraná, a soja também é a principal, representando 26% de toda a produção agropecuária, seguida da produção de frango, que responde por 25% do agronegócio. Os sojicultores paranaenses produzem 21,5 milhões de toneladas, o que confere ao estado a segunda posição no ranking nacional.  O líder da produção é Mato Grosso, com 50 milhões de toneladas. Em terceiro lugar vem Goiás, quase empatando com o Paraná, com produção anual 20,4 milhões de toneladas.

Agregação de valor

“Como o Paraná não tem mais área disponível para ampliar o plantio, o foco está sendo transformar a produção, o que é positivo porque agrega valor”, observa Flávio Turra. Segundo ele, nesse segmento se destaca a agroindustrialização, com a destinação da soja para insumos para a avicultura e a suinocultura. “É a transformação da soja em proteína animal, especialmente a produção de carne de frango”, explica, acrescentando que as cooperativas têm papel fundamental nesse processo, com elevados investimentos em agroindústrias.

As agroindústrias das cooperativas do Paraná detêm metade da capacidade estática de esmagamento de soja do estado. São 41 mil toneladas processadas por dia, sendo transformada em óleo, grão e farelo. Cerca de 68% da produção total de soja do Paraná passa pelas cooperativas. Boa parte fica no estado exatamente para ser transformada em ração para a produção de frango.

“No Paraná, essa é uma tendência. Vamos ver cada vez mais soja ficando aqui para ser transformada em ração”, prevê Turra. Além disso, segundo ele, o grão começará também a ser bastante demandado para a produção de biodiesel. Em junho último, o governo federal determinou o aumento de 14% para 15% do percentual de biodiesel na composição do diesel como forma de ter um combustível menos poluente. Até 2030 a previsão é de aumento da mistura de 15% para 20%. O biodiesel de soja é um biocombustível renovável e menos poluente, produzido a partir do óleo extraído da soja. “É um outro uso da soja para agregar valor, ao mesmo tempo em que que viabiliza a produção de um combustível mais ecológico”, pontua.

Fonte: Sistema Ocepar



 

FONTE

Autor:Sistema Ocepar

Site: Sistema Ocepar

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