CHICAGO: Preocupação com possíveis atrasos no plantio dos EUA e Ucrânia impulsionam as cotações

A cotação do milho para maio22 fechou em forte alta de 2,78% ou 22,0 cents/bushel a $ 812,25. A cotação de julho22, importante para as exportações brasileiras, fechou em alta de 2,84% ou $ 22,25 cents/bushel a $ 806,0.

O medo de possíveis atrasos no plantio nos EUA, gera preocupação com a oferta mundial. O tempo frio estaria atrasando o andamento da obra. A guerra na Ucrânia interrompendo os embarques e o aumento do petróleo aumentaram o sentimento de alta.

As ideias comerciais para o progresso do plantio de milho nos EUA estavam em torno de 5%, durante o pregão, com clima frio, chuva e neve limitando qualquer capacidade de antecipar o progresso médio para esta data.

Dados semanais da FAS mostraram que 1.333 MT de milho de safra velha foi vendido para exportação na semana que terminou em 07/04. Essa foi uma alta de 4 semanas. Os compromissos de safras antigas estavam em 55,77 MT, ou 85,7% da projeção do USDA. Desse total, 1,39 bbu (56%) foram embarcados e 803 mbu (32%) permanecem nos livros. Eles ainda estão cerca de 11 MT atrás do ritmo recorde de um ano atrás.

O USDA informou que 8.510 toneladas de sorgo de safra velha foram vendidas durante a semana que terminou em 07/04. As remessas de Milo foram relatadas em 142.169 T para uma exportação do ano comercial de 4,22 MT.

O relatório da CFTC de sexta-feira mostrou um aumento nas vendas de agricultores, com a posição de hedge comercial de mais de 6 bilhões de bushels (safra antiga e nova combinada). Os fundos adicionaram 7.646 contratos ao longo líquido da semana.

B3: Milho volta a fechar em alta para o dia e para a semana

Puxados, novamente, pela forte alta em Chicago (que pode incentivar as exportações e, com isto iniciar uma disputa pelo grão e elevar as cotações) e pelas compras de oportunidade dos investidores as cotações do milho no mercado futuro de São Paulo voltaram a fechar novamente em alta, nesta segunda-feira. Mesmo com a maioria dos compradores do físico esteja abastecida e esperando apenas a colheita da Safrinha, a alta em Chicago (+2,78%), maior do que a queda do dólar (-1,02%) permitiu reação positiva do mercado.

Com isto, todas as cotações do dia fecharam novamente em alta, nesta segunda-feira: o vencimento maio/22 foi cotado à R$ 89,86, alta de R$ 1,35/saca no dia e de R$ 2,99 nos últimos 5 pregões (semana); julho/22 fechou a R$ 90,71, alta de R$ 1,83 no dia e de R$ 3,86 na semana; setembro/22 fechou a R$ 91,70, com alta de R$ 2,12 no dia e de R$ 4,73 na semana e novembro/22 fechou a R$ 93,09 com alta de R$ 2,05 no dia e de R$ 4,68 na semana.



GIRO PELOS ESTADOS

  • RIO GRANDE DO SUL: Preços recuam entre R$ 1-3,00/saca neste início de semana

Mercado de milho segue totalmente andando de lado, com indicações de comprador bem distantes das ofertas. Comprador referenciou a R$ 90,00 CIF Santo Ângelo. R$ 87,00 em Chapecó, R$ 89,00 Marau e R$ 90,00 CIF Arroio do Meio. Já o vendedor baixou R$ 1,00/saca as ofertas para R$ 92,00 interior.

Milho vindo de outros estados (MS e MT) chegando ao estado a R$ 91,00 + ICMS, acabam inibindo novas altas.

Exportação: Devido as baixas nos prêmios em todos os portos, exportação continua fora de mercado, não apresentando nem cotação, apenas especulando. Preços ao produtor, em Panambi, mantiveram-se em R$ 84,00 a produtor.

  • SANTA CATARINA: Mercado continua com compradores retraídos

Oferta segue sem demanda. Ignorando cenário internacional e sem efeito cambial, mercado brasileiro de milho intensifica tendência de baixa com boas expectativas com a produção da 2ª safra. Vendedores falando em R$ 92 a R$ 95 e compradores, quando se consegue arrancar uma ideia de preço, entre R$ 89/90,00/saca.

Milho importado, também está parado, com a alta dos fretes para as cargas que vem de outros estados ou os problemas de frete e alfândega para os milhos que vem do Paraguai. Preços de balcão ao redor de R$ 88,00 no estado.

  • PARANÁ: único negócio visto no Sudoeste a R$ 85,00 de milho paranaense

Soubemos de um negócio de 600 toneladas feito hoje, no Sudoeste do estado a R$ 85,00. No mais, mercado de milho quase totalmente travado. Vendedor a 85,00 FOb sem compradores. O spot não tem liquidez na exportação e MI está abastecido.

Preços no porto futuro: A posição de julho, com entrega e pagamento até 30/08 ideia de R$ 87,40; para agosto pagamento 20/9 R$ 89,00; para setembro ideia de R$ 88,50 e outubro ideia de R$ 91,10.

  • MATO GROSSO DO SUL: Mercado recua R$ 4,00/saca e retrai ainda mais os vendedores

Se nas altas o vendedor não quis vender, na baixa é que se retraiu mesmo. Bem capitalizado, prefere esperar uma eventual reação dos preços. Nets segunda feira os preços recuaram em média R$ 4,00/saca no estado, com o preço em Dourados passando de R$ 82,00 para R$ 78,00.

O mesmo aconteceu com as demais praças do estado, como mostra nossa tabela ao lado. Um outro problema forte é o aumento dos fretes, que limita ainda mais o escoamento para outros estados, como vinha acontecendo.

  • GOIÁS: Mercado começa a semana travada e com preços estáveis

O mercado não se mexe, em Goiás. Poucas- ofertas sobre a disponibilidade atual. Os compradores estão mais interessados na Safrinha, que começará a ser colhida em breve.

Preços em queda: Os preços se mantiveram estáveis, como mostra nossa tabela ao lado. Contudo, os tomadores continuam muito retraídos, principalmente dos outros estados, devido ao forte aumento nos preços dos fretes.

MILHO ARGENTINO: Prêmios continuam caindo, mas preços sobem puxados por Chicago

Os preços FOB UpRiver, do trigo argentino continuam subindo, apesar da forte queda dos prêmios naquele país. Para navios Handysize os preços do dia foram de US$ 318 para maio, US$ 319 para junho e julho, US$ 309 para agosto e US$ 311 para setembro.

Para os navios Panamax, os preços foram de US$ 325 para maio e junho, US$ 321 para julho e US$ 317 para agosto. Não houve cotação para setembro, segundo os relatórios recebidos dos corretores de Buenos Aires.

MILHO PARAGUAIO: Bom volume registrado depois da alta dos preços

Esses próximos 45 dias também definirão a safra brasileira e paraguaia de 2022. Com as chuvas do segundo quinzena de março e na primeira quinzena de abril, as lavouras de milho nos dois países têm umidade para tudo o restante de abril e em várias regiões por um mês.

Existem poucos campos que precisam de chuva entre meados de maio semeados de junho em algumas regiões do Brasil. No entanto, as geadas entre meados de maio e junho no Paraguai e na os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul no Brasil, serão danosos e quanto mais tarde menos danos deixarão.

É um período de definição, pois se por um lado grande parte das safras estão praticamente feitas em relação à necessidade de chuvas, outros não e sofrerão com geadas. O potencial de produção de 2022 no Paraguai é de 6,3 milhões/ton e para não colapsar a logística, as exportações devem crescer 33% ou 1 milhão de julho a dezembro sobre o recorde anterior de 3 mil/t em 2015.

Fonte: T&F Agroeconômica

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