O Potássio (K) é considerado o segundo nutriente mais requerido pela soja, sendo necessários, em média 48 kg de Potássio para cada tonelada de soja produzida, incluindo grãos e resíduos culturais (Oliveira Junior et al., 2020). Tagliapietra et al. (2022) destacam que o Potássio é absorvido em altas taxas no início do ciclo da soja, excedendo 3,5 kg ha-1 dia-1 no final da fase vegetativa da cultura, sendo que, 48% da demanda é absorvida até R1, reduzindo sua absorção principalmente após R5 (figura 1).
Figura 1. Marcha de absorção e redistribuição de potássio em soja. Dados de uma lavoura de 6,6 ton ha-1.

Considerado um nutriente móvel na planta e no solo, o Potássio é absorvido pela soja na forma de K+. Esse nutriente participa no transporta através da membrana, na neutralização de ânions e manutenção do potencial osmótico (Santos & Consonni, 2024). Tendo em vista a importância do Potássio para a soja e a elevada demanda do nutriente pela cultura, a adubação com fertilizantes Potássios é praticamente inevitável visando a obtenção de altas produtividades.
Adubação com Potássio
Embora fertilizantes N-P-K possam ser utilizados para a adubação em soja, a efeito de manejo, quantidades superiores a 60 kg ha-1 de K2O (respeitando-se os limites máximos indicados para cada região) devem ser evitadas na adubação em sulco de semeadura, a fim de evitar possíveis danos por salinidade às sementes e plântulas.
Em função da mobilidade do Potássio no solo há a possibilidade de particionar a adubação potássio na soja, e/ou realizar a adubação total a lanço, na superfície do solo (em cobertura). Sobretudo, como visto anteriormente, o potássio é absorvido em altas taxas no início do ciclo da soja, logo, ajustar o momento de adubação é determinante para o sucesso do manejo.
Nos casos que que a dose de potássio é superior a 60 kg ha-1 de K2O, havendo necessidade da adubação de cobertura, recomenda-se que a adubação potássica seja realizada até o estádio vegetativo V4/V5. Vale destacar que a antecipação da adubação parcial ou total de K a lanço, antes da semeadura, também são alternativas com boa eficiência (Oliveira et al., 2024).
Figura 2. Plantas de soja nos estádios vegetativos V4 (A) e V5 (B).

A deficiência de Potássio em soja limita a produtividade da soja, mesmo os demais nutrientes estando disponíveis em concentrações adequadas na solução do solo. Os sintomas de deficiência são observados nas folhas velhas da planta, começando pelo surgimentos de manchas marrons e clorose internerval, começando pelas bordas das folhas, evoluindo para a necrose (figura 3).
Figura 3. Sintomas típicos de deficiência de Potássio em soja.

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Referências:
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. FERTILIDADE DO SOLO E EVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA. Embrapa, Sistemas de Produção, n. 17. Tecnologias de Produção de Soja, cap. 7, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 17/10/2025.
Santos, M. S; CONSONNI, A. C. GUIA ILUSTRADO DE DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS DA SOJA. Metrics, 2024. Disponível em: < https://conteudo.maissoja.com.br/guia-ilustrado-de-deficiencias-nutricionais >, acesso em: 17/10/2025.
TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.