Segundo TAIZ et al. (2017) o Potássio (K) é um elemento essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Dentre as funções bioquímicas, os autores destacam que o Potássio é requerido como cofator de uma série de enzimas no interior das plantas (mais de 40), além de ser o principal cátion a atuar no estabelecimento do turgor celular, ou seja, atua na regulação estomática. Sua concentração dentro da planta varia de cultura para cultura, contudo o valor médio segundo TAIZ et al. (2017) é de 1% em base de massa seca para a maioria das culturas, além disso, ele é considerado um elemento móvel na planta.
Veja também: Fósforo – importância, manejo e sintomas de deficiência
A deficiência de potássio apresenta sintomas característicos, sendo em geral segundo COELHO & DE FRANÇA (1995) compreendidos por clorose nas bordas das folhas mais velhas, provocando secamento (aspecto de queimado), também são observados colmos com entrenós mais curtos e em folhas jovens podem ocorrer clorose intermediária, comumente confundido com deficiência de ferro.
Figura 1. Sintoma típico de deficiência de Potássio em folha de milho.

Figura 2. Sintomas típicos de deficiência de Potássio em plantas de milho.

Assim como o Nitrogênio e o Fósforo; o Potássio é tido como um macronutriente essencial para as plantas e requerido em grandes quantidades. Os valores médios de extração de Potássio pela cultura do milho em diferentes expectativas de produtividade podem ser observados na Tabela 1.
Tabela 1. Valores médios da exportação de nutrientes para diferentes expectativas de produtividade na cultura do milho.
Nota-se através dos valores observador na tabela 1 que é grande o requerimento de Potássio pela cultura do milho. Contudo, como o elemento apresenta considerável mobilidade no solo, a adubação potássica é facilitada, o que proporciona melhores condições de manutenção e incremento na fertilidade do solo. Na tabela 2 estão apresentados os fertilizantes que contem potássio em sua formulação e podem ser utilizados para manejo da fertilidade do solo.
Tabela 2. Fertilizantes contendo Potássio.

Segundo DUARTE et al. (2018), com o aumento da expectativa da produtividade do milho se tem o aumento da exportação de potássio nos grãos, a qual pode ser observada na figura 3.
Figura 3. Relação entre a exportação de Potássio nos grãos e a produtividade de milho.

No entanto, apesar da parecer uma relação linear crescente, PARENTE et al. (2016) avaliando a utilização do Potássio em cobertura e seu efeito residual para a cultura da soja em sucessão, encontrou resultados que demonstram para a cultivar BKB 390 Pro2 nas condições conduzidas por eles, a máxima eficiência técnica para a utilização da adubação potássica em cobertura na forma de K2O próxima a 90 kg.ha-1 (figura 4).
Figura 4. Resposta da produtividade de milho sob efeito da adubação potássica em cobertura.

Dado a importância do nutriente no metabolismo da planta e sua relação com a produtividade do milho, é fundamental monitorar os níveis de Potássio no solo a fim de fornecer a nutrição adequada para que o milho possa expressar sua capacidade produtiva. Contido, apenas elevar os teores de potássio no solo não é o suficiente, é preciso enxergar o solo como um sistema de produção, onde inúmeros fatores interferem na produtividade da cultura e o pH é um deles. Além de trabalhar com os teores de nutrientes no solo é fundamental monitorar o pH do mesmo para que este permaneça na faixa mais favorável a absorção de nutrientes pelas plantas, ou seja, entre 6 e 7 (figura 5).
Figura 5. pH x disponibilidade de nutrientes no solo.

Referências:
COELHO, A. M.; FRANÇA, G. E. de. Seja o doutor do seu milho: nutrição e adubação. 2 ed. aum. Informações Agronômicas, Piracicaba, n. 71, p. 1-9, set. 1995.
INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE. NUTRI –FATOS. Informação agronômica sobre nutrientes para plantas, Potássio.
COELHO, A.M. NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica n.78, dez. 2006.
CASARIN, V. DINÂMICA DE NUTRIENTES NO SISTEMA SOLO-PLANTA VISANDO BPUFs. IPNI – Brasil, Paragominas, PA, Ago. 2016.
TAIZ, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Ed. 6, Porto Alegre, 2017.
DUARTE, A. P. CONCENTRAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE NUTRIENTES NOS GRÃOS DE MILHO. Informações Agronômicas, n.163, set. 2018.
PARENTE, T. L. POTÁSSIO EM COBERTURA NO MILHO E EFEITO RESIDUAL NA SOJA EM SUCESSÃO.
Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo, equipe Mais Soja.