Desde o primeiro registro da epidemia na China, as principais commodities do mundo vêm sendo pressionadas economicamente, deixando o mercado internacional instável.
Para o algodão, o surto continua gerando grandes indefinições, porque a gigante asiática tem diminuído suas importações, refletindo negativamente nas cotações da pluma e na principal balizadora de preço da fibra (bolsa de NY).
Além disso, com a desaceleração da economia chinesa, alguns mercados já têm visto os reflexos atuais, como: os EUA, que, segundo o acompanhamento semanal do USDA, reduziram 20,62% dos seus envios à China, quando comparado à primeira semana após o acordo comercial entre as duas potências.
No entanto, outros países têm sustentado o mercado da pluma e dado suporte para a demanda externa, o que pode ser uma válvula de escape para os principais produtores da fibra, como o Brasil.
Confira os principais destaques do boletim:
• Cotado a um valor médio de R$ 89,57, o preço Imea-MT finalizou a semana com um avanço de 2,37%.
• As cotações das paridades de exportações para os contratos jul/20 e dez/20 encerraram a semana com recuos de 6,19% e 6,76%, respectivamente, devido à desvalorização da bolsa de Nova York (ICE).
• Absorvendo as tensões do mercado internacional, após as novas confirmações de mortes pela epidemia do coronavírus, a moeda norte-americana finalizou a semana em patamares recordes, cotada a R$ 4,47/US$.
• Em Mato Grosso os subprodutos de algodão apresentaram um avanço semanal de 0,92%, 1,41% e 0,34%, cotados a R$ 557,40/t, R$ 616,67/t e R$ 2.504,04/t, para caroço, torta e óleo, respectivamente.
Exportação de caroço:
As exportações brasileiras do caroço de algodão nos últimos dez anos não têm ditado o ritmo do mercado do subproduto. Ao analisar a série histórica, podemos observar seu maior pico em 2016, quando escoou cerca de 99,07 mil toneladas. Depois disso, Mato Grosso se tornou o único exportador nacional, devido ao constante aumento da produção no estado.
Assim, com a necessidade do cotonicultor mato-grossense de escoar sua produção recorde (safra 18/19), as exportações em 2019 voltaram a crescer, sendo + 115,83% em relação ao ano de 2018.
Por outro lado, com a alta nos preços do farelo de soja a demanda interna pelo caroço tem aumentado de forma significativa e a maior parte destinada para a complementação da dieta animal e produção de biodiesel.
Em 2020, já foram enviadas ao exterior 1,11 mil toneladas e com a constante elevação do dólar as exportações poderão ser uma boa opção para o excesso de oferta do subproduto para a próxima safra.
Fonte: Imea