A forte alta de 2,84% das cotações de Chicago, esta sexta-feira, somada à alta de 0,31% na cotação do dólar voltou a estimular as vendas de exportação do dia, fazendo os compradores locais se agilizarem para não pagar preços mais caros. Com isto, a pesquisa diária do Cepea continuou registrando alta de 0,14% nos preços médios do milho em Campinas, para R$ 35,50/saca.

No acumulado do mês as perdas foram suavizadas para 0,67%. A melhora dos preços de exportação voltou a acender as luzes amarelas nos compradores nacionais, não tanto pela disponibilidade, que é grande, mas pelos níveis de preço. Se não se aligeirarem, terão que pagar preços maiores.

Os preços oferecidos pela exportação, para vendedores distantes 600 km do porto, subiu para R$ 30,78 (30,06 do dia anterior) para setembro, R$ 32,99 (32,12) para dezembro e R$ 34,35 (33,51) para março de 2020.

Já os milhos importados do Paraguai chegariam ao Oeste do Paraná ao redor de R$ 29,54 (29,44 anterior); ao Oeste de Santa Catarina ao redor de R$ 32,92 (32,81) e ao Extremo Oeste de SC ao redor de R$ 32,43 (32,32)/saca.

O milho argentino a R$ 49,83 (49,68) e o americano a R$ 56,20 (56,07) no oeste de SC. Com relação aos preços dos principais consumidores de milho, os preços do frango ficaram inalterados no dia e continuam negativos em 1,27% no acumulado do mês; os preços dos suínos voltaram a cair 0,24% no dia, aumentando o acumulado do mês para 8,11%. Por sua vez os preços dos bovinos voltaram a subir 0,65% no dia, aumentando o acumulado do mês para 0,92%.



Preocupações com a safra americana e altos estoques no Brasil são os principais fatores de tendência

No início desta semana o USDA finalmente se pronunciou sobre a área plantada e o rendimento do milho nos EUA, mas, para surpresa de todo o mercado, divulgou números contrários ao que todos esperavam.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou nesta segunda-feira a safra 2019/20 de milho do país em 353.44 milhões de toneladas, ante 352,44 MT da projeção de julho. A previsão veio acima do que o mercado esperava (13,193 bilhões de bushels, ou 335,04 MT), apesar de preocupações sobre o tempo úmido na primavera e seco no verão do Hemisfério Norte. Mesmo assim, a safra não está definida, porque o clima passou a ser o grande ponto de interrogação do mercado, podendo alterar o volume ofertado pelos EUA. E nosso raciocínio continua igual:

a) se os EUA mantiverem o atual volume de produção, aliado com o aumento de 2,0 MT da Ucrânia, outro forte exportador mundial, o Brasil poderá não atingir as suas metas de exportar 37 milhões de toneladas e, com isto, aumentaria os seus estoques finais internos, derrubando os preços;

b) já se a produção americana for como o mercado esperava, cerca de 18 MT a menos, o Brasil não só teria a confirmação do seu volume de exportações, como poderia aumentá-lo, fazendo os preços internos se elevarem substancialmente.

Veja abaixo os fatores que estão influenciando os preços, tanto no mercado internacional (exportação), como no mercado doméstico:

MERCADO INTERNACIONAL

Fatores de Alta

  • Preocupações por clima seco – que poderá alterar a produção e o volume de exportações dos EUA, mas é incerto.

Fatores de Baixa

  • Relatório do USDA – que aumentou a área plantada e o rendimento do milho nos EUA.

MERCADO NACIONAL

Fatores de Alta

  • Dólar- que teve uma forte elevação nas últimas duas semanas e melhorou as chances da exportação no Brasil;
  • Demanda de exportação – que cresceu com a melhora da cotação da moeda americana.

Fatores de Baixa

  • Grandes estoques finais – reduzidos em 900 mil t pela Conab, mas ainda estão 1,5 MT mais altos do que 2018;
  • Comprador não precisa fazer estoques – com estoques finais suficientes para 3 meses de abastecimento, a indústria não precisa fazer seus próprios estoques, bastante sair no mercado para se abastecer a preços razoáveis;
  • Queda nas cotações de Chicago, de 14 cents/bushel esta semana ou 3,69%, reduzindo o suporte à exportação. Os prêmios aumentaram apenas levemente, 2 cents/bushel na semana.

Com isto, nossa recomendação é:

a) aos vendedores ir vendendo à medida das suas necessidades. Não há garantias de que os preços irão subir a curto ou médio prazo, a não ser por algum fator inesperado (algum arroubo de um presidente, por exemplo);

b) seguir o clima e a disponibilidade de milho nos EUA, que poderá ser o fiel da balança e negociar de acordo com as informações obridas.

Fonte: T&F Agroeconômica


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