Mais uma vez o Desafio CESB de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), traz números que ultrapassam a média nacional de produção de soja. O produtor Laercio Dalla Vechia, de Mangueirinha (PR), é o grande campeão nacional do concurso, com 118,82 sacas de soja por hectare (sc/ha) produzidas na safra 2019/2020. Esse número é mais do que o dobro da média nacional estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra atual, que ficou em 55,5 sc/ha.
Desde 2008, o CESB revela os resultados alcançados pelos sojicultores brasileiros, demonstrando que é possível aumentar a produtividade sem expandir a área, seguindo os preceitos de sustentabilidade e rentabilidade. “Esse índice alcançado pelo campeão do Desafio é uma amostra do potencial que a produção brasileira de soja possui, o que vem fazendo com que o País cresça no setor e se firme como o principal produtor e exportador de soja do mundo”, avalia o presidente do CESB, Leonardo Sologuren.
O sojicultor campeão destaca que, para atingir um alto nível de produtividade, utilizou o chamado “tripé básico” da agricultura. “Unimos os trabalhos nas condições físicas, biológicas e químicas do solo para conseguir um bom resultado. É o básico bem feito”, destaca Dalla Vechia. Ele conquistou a categoria nacional no plantio em sequeiro. “Choveu um pouco abaixo da média, mas foi o suficiente para a planta se manter no início do cultivo. Além disso, nessa safra fez mais calor na nossa região, o que nos beneficiou, pois ajudou na fotossíntese da planta”, revela.
Esse foi o quinto ano que o produtor paranaense se inscreveu ao Desafio do CESB. “Ano após ano eu mudo algo no meu manejo para tentar elevar o patamar. Tenho o Desafio como inspiração, vejo os outros produtores alcançando altos níveis e me pergunto: como eu faço para conseguir melhorar a minha lavoura e chegar a esses níveis também?”, reflete o campeão da 12ª edição do concurso.
O presidente do CESB lembra que os sojicultores enfrentaram dificuldades nessa safra. Análises feitas pelo sistema de precisão meteorológica Agrymax, levantados pelo CESB, demonstraram que os sojicultores tiveram quebras de produtividade de até 63%. “Porém vemos o ótimo trabalho que os produtores tiveram para contornar essa situação, alcançando altos níveis de produtividade. Nessa safra tivemos 284 sojicultores chegando a resultados acima de 90 sc/ha”, afirma.
Campeões regionais
Além do campeão nacional, o CESB também premia os sojicultores que se destacaram em suas respectivas regiões.
O segundo maior patamar de produtividade foi registrado pelo produtor Antonio Quedes de Oliveira Neto, de Patrocínio (MG), com o índice de 118,63 sc/ha. Ele é o campeão da região Sudeste. “O que me levou a chegar a essa produtividade foi a aplicação da tecnologia no campo, agregando conhecimento, e também a ajuda dos nossos consultores”, relata Neto.
Além disso, o sojicultor destaca a questão da criação do perfil de solo. “Tivemos um trabalho muito forte na agricultura de precisão, chegando a uma excelente estrutura de solo para plantar, o que fez a diferença”, ressalta.
Já o produtor Eliseu José Schaedler, de Boa Vista das Missões (RS), conseguiu a produção de 111,93 sacas por hectare e se consagrou o campeão da categoria irrigada e do Sul. “Há 11 anos estamos trabalhando na construção de um solo saudável e unificado. Tivemos bastante trabalho, mas buscamos informação e respaldo na tecnologia para atingir o nosso objetivo de elevar a produtividade”, informa.
Ele destaca os problemas com o clima nessa safra, em que houve bastante seca na região. “Porém, sempre procuramos usar as tecnologias disponíveis, em todas as áreas, análise de solo, plantio, pulverização, colheita e monitoramento da lavoura, para contornar essa situação”, declara Schaedler.
No Centro-Oeste, quem se destacou foi o produtor Elton Zanella, de Campos de Júlio (MT). Em sua fazenda foram produzidas 103,19 sacas de soja por hectare, garantindo o prêmio naquela região.
O que mais o ajudou a chegar a esse resultado foi a construção do perfil de solo em profundidade, manejo de nematoides com planos de cobertura para auxiliar no combate a pragas e a escolha de uma semente com alto potencial produtivo. “Ganhar o Desafio veio para efetivar o trabalho de toda a equipe, que está sempre engajada no propósito de bater recordes de produtividade. Descobrimos muitos aprendizados que são aplicados em outros talhões da fazenda, para alcançarmos altas produtividades como um todo”, declara.
Completando o time de campeões do Desafio CESB está o condomínio Milla, administrado pelos produtores Ernest e Robert Milla, de Baixa Grande do Ribeiro (PI). Ele conquistou a marca de 101,79 sc/ha, sendo o campeão do Norte/Nordeste.
Os produtores contam que enfrentaram irregularidades com as chuvas nessa safra, mas conseguiram contornar o empecilho com um bom manejo químico e físico do solo. “É uma área que estamos trabalhando há 15 anos e vemos que deu resultado. A equipe está engajada em atingir esses altos níveis, por isso conquistar esse prêmio é muito gratificante”, afirma Ernest.
Altos índices
Todos os resultados são auditados de forma independente e seguindo rigorosos critérios, para garantir a veracidade dos números alcançados. Nessa edição do Desafio, o CESB registrou um número recorde de auditorias realizadas, chegando a 909 propriedades de sojicultores visitadas pela equipe técnica em todo o Brasil.
Saiba mais sobre os processos de auditoria do CESB em: www.cesbrasil.org.br/auditorias.
O diretor-executivo do CESB, Luiz Antonio da Silva, ressalta os altos índices de produtividade que os sojicultores vêm apresentando ao longo dos anos no Desafio. Nesta safra de 2019/2020, a média de produtividade alcançada pelos participantes do concurso foi de 83,1 sc/ha, enquanto que a nacional, de acordo com a Conab, foi de 55,5 sc/ha. Na safra passada (2018/2019), o comitê registrou a média de 80 sc/ha, e a nacional foi de 53 sc/ha. Já na safra de 2017/2018, o CESB registrou média de 83 e a nacional foi de 53.
“Nesta edição do Desafio vemos que todos os campeões bateram a marca de 100 sacas por hectare, o que é algo a ser comemorado, diante de tantos obstáculos que apareceram. Portanto, seguimos com o objetivo de compartilhar informações, para que o Brasil continue se destacando ainda mais mundialmente no cultivo de soja”, conclui.
O CESB é uma entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar os conhecimentos adquiridos nas suas respectivas carreiras e vivências em prol da criação de uma rede sustentável da sojicultura brasileira. Atualmente, o Comitê é composto por 24 membros e 24 entidades patrocinadoras: BASF, Bayer, Syngenta, UPL, FMC, Jacto, ATTO Adriana Sementes, Brasmax, Viter, Compass Minerals, Corteva, DataFarm, Instituto Phytus, Mosaic, Omnia, Stara, Stoller, SuperBAC, Timac Agro, Ubyfol, Adama, Agrivalle, IBRA e SOMAR Serviços Agro.
Fonte: Assessoria de imprensa Cesb