Embora anomalias negativas relacionadas ao volume de chuvas tenham sido observadas na maioria das regiões do Brasil durante o mês de Março, em algumas regiões como no Centro-Oeste volumes expressivos de chuvas foram observados no decorrer de Março, mantendo a umidade do solo elevada nessa região.

As regiões com baixos volumes de chuvas durante Março (principalmente Norte do Paraná e parte de São Paulo e do  Mato Grosso do Sul), tiveram a disponibilidade hídrica prejudicada, afetando culturas como a soja, milho, cana-de-açucar e pastagens, que podem ter impactos na produtividade.

Previsões climáticas

No cenário atual, as previsões climáticas indicam uma tendencia de estabilidade para os próximos 15 dias na maioria das regiões produtoras do Brasil, com maior concentração das chuvas para as regiões Norte do País. Em escala mensal, Fábio Marín, Pesquisador LEB/ESALQ/USP, destaca que os modelos climáticos indicam uma tendência de chuvas abaixo da média para a maioria das regiões do Brasil, especialmente no Centro-Oeste, durante o mês de Abril, o que pode afetar a produtividade das culturas nessa região.

Vale destacar que atualmente, Lavouras de milho segunda safra, algodão e soja ainda estão em desenvolvimento no estado do Mato Grosso do Sul, algodão, feijão segunda safra, milho segunda safra e soja no estado de São Paulo e, feijão e milho segunda safra no Paraná, estados mais afetados pela baixa disponibilidade hídrica.

Figura 1. Condições das lavouras no Brasil. Monitoramento 01 de abril de 2024.
Adaptado: Conab (2023)
Fenômenos ENOS

Apesar dos modelos climatológicos indicarem que o El Niño esteja chegando ao fim, ainda há influência desse fenômeno sob as condições climáticas atuais, principalmente relacionadas ao volume de chuvas, o que ajuda em parte, a explicar o baixo volume acumulado de precipitações no Centro-Oeste.

Conforme prognósticos climáticos, a tendência é que haja uma rápida transição entre El Niño, Neutralidade e La Niña, havendo o predomínio da La Niña na safra 2024/2025. Estima-se alta probabilidade da ocorrência da La Niña já a partir do trimestre Julho/Agosto/Setembro, superando os 70%.

Figura 2. Probabilidade de ocorrência dos fenômenos ENSO.
Fonte: Columbia Climate School International Research Institute for Climate and Society (2024)

A prevalência do fenômeno La Niña para a próxima safra acende um alerta para os agricultores, especialmente da região Sul, a qual é assolada por baixos volumes de chuvas durante os anos de La Niña, tornando necessário adotar estratégias que possam mitigar os efeitos do déficit hídrico, caso os prognósticos climáticos se concretizem.

Confira abaixo o vídeo com as contribuições do  Pesquisador LEB/ESALQ/USP Fábio Marin.


Inscreva-se agora no canal Prof Fábio Marin clicando aqui!



Referências:

CONAB. MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES DA LAVOURAS. Companhia Nacional de Abastecimento, 2024. Disponível em: < https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/progresso-de-safra/item/download/52469_a3f45b60176ed90678db1abf17ce92eb >, acesso em: 02/04/2024.

IRI. PREVISÃO ENSO. Columbia Climate School International Research Institute for Climate and Society, 2024. DisponÍvel em: < https://iri.columbia.edu/our-expertise/climate/forecasts/enso/current/?enso_tab=enso-cpc_plume >, acesso em: 02/04/2024.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.