Com a crescente evolução de pragas e doenças a princípios ativos de inseticidas e fungicidas, medidas alternativas de manejo tem ganhado espaço no controle desses agentes em culturas agrícolas. Uma dessas medidas é o emprego de bioinsumos que podem atuar tanto no controle biológico de pragas e doenças, como na promoção do crescimento vegetal, solubilização do fosfato, fixação biológica de nitrogênio, entre outros fatores.
Os mais conhecidos e utilizados até então na cultura da soja são os inoculantes e coinoculantes, empregados via tratamento de sementes, inoculação no sulco de semeadura ou até mesmo via pulverização foliar, proporcionando interações simbióticas e associativas entre bactérias benéficas e a planta, contribuindo para o aumento da produtividade.
Contudo, cabe destacar que nos últimos anos, o investimento em bioinsumos por parte da indústria tem viabilizado o uso de agentes biológicos no controle de pragas e doenças, contribuindo inclusive para a redução do uso de defensivos agrícolas e custos de produção. Segundo a IHS Markit (2021), o mercado de produtos biológicos de controle no Brasil cresceu a uma taxa anual de 42% (CAGR – compound annual growth rate) em comparação a taxa global de 16% (CAGR) (Meyer et al., 2022).
Neste sentido, apesar do Brasil se posicionar atrás da Europa e Estados Unidos, com 5% do mercado global, o ritmo de crescimento consolidará um novo patamar nos próximos anos. A projeção é que em 2030 este setor alcance R$ 16,9 bilhões, considerando uma taxa de crescimento acumulada GAGR de 35% até 2025 e de 25% até 2030 (Meyer et al., 2022).
Figura 1. Estimativa da evolução do mercado de biodefensivo no Brasil.

Conforme destacado por Meyer et al. (2022), dentro da distribuição de produtos biológicos com registro no Brasil, o predomínio é de agentes microbiológicos, os quais correspondem a 62%. Grande parte desses produtos são empregados na cultura da soja, que quando comparada as demais culturas agrícolas, apresenta a adoção de 46% do uso de biológicos.
Figura 2. Produtos biológicos de controle com registros ativos no Brasil.

Com participação cada vez maior na produção agrícola, pode-se dizer que há um grande potencial de crescimento dos bioinsumos na agricultura brasileira. Segundo a Blink Consultoria, a taxa de adoção de bioinsumos de controle pelo produtor rural, na cultura da soja, passou de 18% em 2019 para 27% em 2020 (Meyer et al., 2022). O fato demonstra a importante contribuição dos bioinsumos na produção agrícola e o interesse dos produtores rurais em utilizar essa fermenta de manejo, que entre outros aspectos, pode contribuir para a maior sustentabilidade e rentabilidade das culturas.
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Referências:
MEYER, M. C. et al. BIOINSUMOS NA CULTURA DA SOJA. Embrapa Soja, 2022. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1143066/bioinsumos-na-cultura-da-soja >, acesso em: 08/08/2022.
Foto de capa: Forestry Images
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