O objetivo foi avaliar as interações químicas e físicas entre os diferentes
adjuvantes nas misturas no tanque e o potencial de entupimento.
Autores: Dionatan Frescura Nunes¹; Filipe Andres Dalenogare²; Gabriel Roos3, Cristiano Bonato4, Leonardo Gollo5, Marcelo Gripa Madalosso6
Introdução
Atualmente, o mercado conta com um grande número de soluções, produtos e serviços, para garantir que, o número mínimo de gotas possam chegar ao seu alvo. O objetivo é garantir a qualidade de aplicação, reduzindo ao máximo as perdas, assim aumentando a eficiência do manejo fitossanitário e maior sanidade vegetal. Segundo Kissmann (1998) qualquer substância ou composto sem propriedades fitossanitárias, exceto a água, que é acrescentado numa preparação da calda de algum defensivo agrícola, para facilitar a aplicação, aumentar a eficácia ou diminuir riscos, é classificada como um adjuvante. De acordo com Hess; Foy, 2000; Van Zil et al., 2010; Xu et al., 2010, os adjuvantes possuem uma maneira de atuar entre os mesmos e podem promover alteração nas propriedades físico-químicas das caldas. Dentre os efeitos, destacam-se a redução da tensão superficial das gotas pulverizadas, aumentando sua superfície de contato com o alvo biológico e melhorando sua cobertura, uniformidade, entre outros. Assim, o objetivo foi avaliar as interações químicas e físicas entre os diferentes adjuvantes nas misturas no tanque e o potencial de entupimento.
Material e Métodos
Os experimentos foram realizados nos laboratórios de fitopatologia e de química da URI Campus Santiago/RS. As misturas foram preparadas em garrafas PET, dosando os produtos em 1 litro de água na relação equivalente para hectare. Todos os tratamentos citados a seguir, foram preparados para a vazão de 60 e 100 litros/ha. As soluções foram preparadas e agitadas manualmente em 10 inversões completas das garrafas. Os ensaios de pH e Condutividade Elétrica (CE) foram realizados, preparando as soluções e mensurando com um medidor portátil Simokit modelo 986. As misturas foram realizadas com diferentes adjuvantes, adicionados aos fungicidas Aproach Prima® [Ciproconazol + Picoxistrobina] (300 ml/ha) + Unizeb Gold® [mancozebe] (1,5 Kg/ha). Os adjuvantes foram GoodSpray® (Aller Biw®+Desadere®), TA35®, IOP Full®, Spraybio+®, LI700®, além de um tratamento sem adjuvante à mistura com os fungicidas.
Após a agitação, foi utilizado um Paquímetro Universal 150 mm em Aço Carbono – KINGTOOLS-500150, para medir a formação de espuma em todos os tratamentos aos zero minutos e um minuto. A avaliação de entupimento foi realizada com uma seringa de 1 ml e uma agulha de 8 x 0,3 mm. A seringa foi completada com a solução de cada tratamento e era esvaziada até o momento em que o entupimento obstruía a saída da mistura. A avaliação da massa de uma gota foi realizada em Balança Analítica Shimadzu ATX 224. A gota era formada na extremidade da agulha da mesma seringa citada acima e solta em um suporte de arame na forma de gancho, possibilitando a retenção de uma gota. A análise estatística dos dados foi realizada através do software SASM-Agri (V.8,2). As comparações múltiplas entre as médias foram realizadas pelo teste de agrupamento Scott & Knott com nível de 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
A medição do pH somente em água apresentou o pH de 6,64, próximo a neutralidade (Figura 1). Quando foi preparada a calda com os adjuvantes e os fungicidas, houve alterações em grande parte dos tratamentos. Os tratamentos TA®, IOP Full e SprayBio+ não apresentaram diferenças de pH quando adicionado à calda em nenhuma das vazões/há estudadas.
Já o GoodSpray reduziu significativamente, ficando abaixo desses acima, com 5,48 e 5,24, respectivamente para cada vazão. O tratamento com menor pH de todos foi encontrado com a adição de LI700, ficando abaixo de 5, estatisticamente menor de todos, nas duas vazões. Essa queda no pH é provocada pela ação do ácido propiônico, base da constituição do LI700. Quando não foi usado adjuvante, somente água e os fungicidas, o pH se manteve alto, próximo ao valor da água isolada para os 60L/ha. Já quando foi trabalhado com 100L/há, o pH reduziu. A avaliação de pH é um parâmetro importante para as misturas em tanque para fungicidas, pois podem causar dissociações e/ou hidrólise, resultando em queda de eficácia e/ou fitotoxidade (Madalosso et al. 2013). Segundo Grigolli et al.
Os fungicidas precisam de um pH em calda entre 5,0, 6,0 e 7,0 para se obter uma maior eficácia no tratamento de doenças. De acordo com Gheller, pH<3,5 corre risco de dissociação iônica e precipitação do produto com redução na solubilidade, aumentando os riscos de fitotoxidade; já pH>7 podem sofrer hidrólise alcalina com degradação do ingrediente ativo, afetando a meia vida do produto.
Em relação à Condutividade Elétrica (CE), a análise da água mostrou 0,03 ppm, indicando a baixa disponibilidade de íons capaz de conduzir eletricidade (Figura 1). Para a CE na vazão de 60L/ha, os tratamentos T2, T4 e T6 (sem adjuvante) não obtiveram diferença estatística. Já os tratamentos T1 e T3 obtiveram resultados abaixo dos citados acima, e o tratamento T5 (LI700®) obteve valor de CE significativamente abaixo de todos. Em relação á condutividade elétrica com a vazão de 100L ha, os tratamentos T2, T3, T4 e T6 (sem adjuvante), não obtiveram diferença estatística.
O tratamento T1 obteve valor dos citados acima e o tratamento T5 obteve valor bem abaixo dos demais. Segundo (Carlson; Burnside, 1984), a condutividade elétrica, além de poder influenciar na eficácia biológica de alguns produtos também é uma importante característica na pulverização eletrostática. Em relação a espuma, apenas o tratamento T3 na vazão de 100L/ha teve valores significativos, 0,7 cm logo após a agitação e 0,5 cm após um minuto o término da agitação. Todos os demais tratamentos não apresentaram formação de espuma.
Figura 1. Parâmetros químicos e físicos dos adjuvantes adicionados aos fungicidas na
vazão de 60 e 100 L/ha.
Com relação a massa de gotas para as duas vazões, o T5 foi o que apresentou a maior massa de uma gota (Figura 2). Para essa vazão, o T3 apresentou a menor massa de todos os adjuvantes, fato que pode ter um potencial de deriva maior. A massa de gotas está diretamente relacionado ao seu tamanho. Segundo Salyani, 1999; Summer & Summer,1999, afirmaram que gotas finas estão mais sujeitas à perda por deriva e evaporação, diminuindo a eficiência da pulverização e aumentando os riscos de contaminação ambiental.
Quando foi avaliado o entupimento, os tratamentos na vazão de 60 L/ha apresentou o menor índice de entupimento, fato que pode ter relação com a concentração dos adjuvantes, pois na menor vazão a calda fica mais concentrada. Ainda nessa vazão, o tratamento com maior entupimento foi o T5 e o T6. Os demais ficaram semelhantes, estatisticamente com os menores problemas de entupimento. Na vazão de 100 L/há, apenas os tratamentos 1 e 4 apresentaram menores índices de entupimento, os demais estiveram estatisticamente abaixo.
Figura 2. Massa de uma gota e entupimento das misturas adjuvantes adicionados nas
vazões de 60 e 100 L/ha.
Conclusão
É necessário o estudo do comportamento dos adjuvantes para uma recomendação assertiva. As vazões de 60 L/ha apresentaram menores entupimentos que os 100 L/ha, mostrando que há necessidade de doses maiores para maiores vazões. Os adjuvantes TA®, GoodSpray® e SprayBio® apresentaram os comportamentos mais estáveis, ficando esses últimos como os menores valores de entupimento.
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Referências
CARLSON, K. L.; BURNSIDE, O. C. Comparative phytotoxicity of ghyphosate, SC-0224, SC-0545, and HOE-00661. Weed Science, v. 32, n. 6, p. 841-884, 1984.
CUNHA, A. R.; PAULO. J.; SOUZA. G. A.; SANTOS. M. R. Tensão superficial, potencial hidrogeniônico e condutividade elétrica de caldas de produtos fitossanitários e adjuvantes, Rev. Ciênc. Agron., v. 48, n. 2, p. 261, abr-jun, 2017.
GRIGOLLI, J.F.J.1; GRIGOLLI, M.M.K.1; GITTI, D.C.1; LOURENÇÃO, A.L.F.1; MELOTTO, A.M.1; BEZERRA, A.R.G. Eficácia de controle de ferrugem asiática da soja com diferentes fungicidase diferentes pH de caldas.
KISSMANN, K. G Adjuvantes para caldas de produtos Fitossanitários. GRIGOLLI, J.F.J.; GRIGOLLI, M.M.K.; GITTI, D.C.; LOURENÇÃO, A.L.F.; MELOTTO, A.M.1; BEZERRA, A.R.G.
MASKI, D.; DURAIRAJ, D. Effects of electrode voltage, liquid flow rate, and liquid properties on spray chargeability of an air-assisted electrostatic-induction spray charging system. Journal of Electrostatics, v. 68, n. 2, p. 152-158, 2010.
SALYANI, M. Optimization of sprayer output at different volume rates. St. Joseph: ASAE, 1999. 16 p. (ASAE, Paper No. 99-1028).
SUMNER, P.E.; SUMNER, S.A. Comparison of new drift reduction nozzles. St. Joseph: ASAE, 1999. 17 p. (ASAE Paper n.99-1156).
Informações dos autores
1, 2, 3, 4, 5 Acadêmico do Curso de Agronomia, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago/RS.
6 Professor do curso de Agronomia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus Santiago/RS.
Disponível em: Anais do II Congresso Online para Aumento de Produtividade do Milho e Soja (COMSOJA), Santa Maria, 2019.
Qual o critério científico destas avaliações?
A referência citada como Madalosso et al. 2013 não está na bibliografia, de onde é este trabalho? Foi publicado em qual revista científica revisada por pares?
Cadê a bibliografia do trabalho citado neste parágrafo? “De acordo com Gheller, pH7 podem sofrer hidrólise alcalina com degradação do ingrediente ativo, afetando a meia vida do produto.”
Na metodologia da avaliação de entupimento é citado a utilização de uma seringa de 1 mL e nos resultados são apresentados valores de 2, 3 e até 3,4 mL, falta alguma explicação de como estes valores foram obtidos.
O texto apresenta erros de formatação, por exemplo há no lugar de ha.
O texto apresenta sérios erros ortográficos, exemplo “Segundo Salyani, 1999; Summer & Summer,1999, afirmaram que”… cadê a concordância da frase?
Frases inacabadas: exemplo “Segundo Grigolli et al.” cadê o resto da frase??
Sem tirar o mérito das pessoas envolvidas no trabalho, me parece algo redigido sem conhecimento científico adequado, escrito as pressas e sem critério.
A teoria que está citando sobre ph está totalmente errada… avalie os conceitos o que está escrito não está certo