Conforme exposto na Pergunta 4, existe uma espécie de trigo denominada Triticum durum, tetraploide, que embora seja usada essencialmente, na produção de massas – e muito comum na Europa e em outros países –, não é cultivada no Brasil.

Nossa área de produção desse cereal usa a espécie Triticum aestivum, hexaploide, que pode ou não, conforme a cultivar, apresentar grão de textura dura. Assim, existem diferenças entre as espécies em si e entre a textura do grão propriamente dita.

Atualmente, quais as características são buscadas no melhoramento genético de trigo?

Os objetivos de um programa de melhoramento podem variar conforme a instituição obtentora e a região para a qual a cultivar está sendo gerada. Geralmente, as principais características buscadas são:
• Incremento no rendimento de grãos.
• Cultivares com perfil de qualidade de uso final estável.
• Resistência/tolerância aos principais estresses bióticos e abióticos.
• Identificar genótipos com bom ideotipo de planta: estatura baixa, precocidade, folhas curtas e eretas, colmo resistente ao acamamento e boa capacidade de perfilhamento.

Por que uma cultivar é considerada resistente a determinada doença, durante um período, e depois passa a apresentar suscetibilidade?

A planta de trigo e os patógenos (principalmente fungos e bactérias) estão em constante interação. Uma cultivar de trigo é  resistente a determinada doença, quando a planta  possui um ou vários genes que confere essa reação. Entretanto, os fungos e demais patógenos estão em constante evolução e mutação, determinando o surgimento de novas raças capazes de infectar a planta.

Na relação planta versus patógeno, o patógeno leva vantagem em ternos de mutações, já que seu processo reprodutivo é mais rápido que o do vegetal. Assim, é difícil uma cultivar classificada como “resistente” a uma doença permanecer com essa classificação por muito tempo.

Como se classificam as cultivares de trigo, quanto ao ciclo?

A classificação é feita com base na comparação entre cultivares já existentes e algumas referências (cultivares superprecoces e  tardias). Atualmente, as classes usadas para caracterizar o ciclo do trigo são:
• Superprecoce.
• Precoce.
• Médio.
• Semitardio.
• Tardio.
Esse agrupamento pode variar conforme a região em que a cultivar estiver sendo semeada. Por exemplo, uma mesma cultivar poderá apresentar ciclos distintos quando semeada no Sul do Brasil e no Cerrado. Como referência, na região Sul, cultivares superprecoces têm ciclo total de 120 dias (em média), enquanto as de ciclo tardio, de 150 a 160 dias.

Fonte: Embrapa, Coleção 500 Perguntas – 500 respostas: O produtor pergunta, a Embrapa responde

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