Qual a relação entre eficiência de controle e o tamanho da buva?

Buva em soja

Uma das plantas daninha mais preocupantes na cultura da soja é a Buva (Conyza spp). O rápido crescimento e desenvolvimento, atrelados a elevada habilidade competitiva e a elevada produção e dispersão de sementes, fazem da buva uma planta daninha amplamente difundida no território nacional, capaz de causar significativas perdas de produtividade em culturas agrícolas.

Conforme resultados de pesquisas, uma planta de buva por metro quadrado pode resultar em perdas de produtividade de até 14% em soja. Dependendo da população de plantas de buva, perdas de produtividade de até 80% podem ser observadas na cultura (Barroso & Murata, 2021).

Com o advento da tecnologia RR (Roundup Ready), que conferiu tolerância da soja ao glifosato, esse herbicida passou a ser amplamente utilizando no controle pós-emergente de plantas daninhas. No entanto, a elevada pressão de seleção e falhas no manejo de plantas daninhas, resultou no surgimento de casos de resistência de plantas daninhas ao glifosato, dentre elas, algumas espécies de buva.

As falhas de controle passaram a ocasionar significativas perdas de produtividade na soja, tornando necessário adotar medidas alternativas ao uso do glifosato para o controle de buva, tais como associações de herbicidas e/ou o posicionamento antecipado deles.

Controle da buva

Para C. bonariensis, quanto mais avançado o estádio de desenvolvimento no momento da semeadura da soja, maiores serão as perdas de rendimento, devido à dificuldade de manejo. Além disso, quanto mais avançado o estádio de desenvolvimento de C. bonariensis, menor é a eficiência do controle químico, sendo que o estádio ideal para realizar o manejo químico desta planta daninha é de até seis folhas (Schneider; Rizzardi; Bianchi, 2019).

Relação da eficiência de controle com o tamanho da buva

Analisando alternativas químicas para o controle de buva resistente ao glifosato, aplicadas em diferentes estaturas da planta daninha, Schneider; Rizzardi; Bianchi (2019), submeteram biotipos de buva de diferentes estaturas (estatura I, plantas com no máximo 5 cm; estatura II, plantas entre 6 cm e 15 cm; e estatura III, plantas entre 16 cm e 25 cm) a aplicação com herbicidas de diferentes mecanismos de ação, aplicados de forma isolada ou em associação com glifosato.

Os tratamentos (tabela 1) consistiam no emprego de diferentes mecanismos de ação de herbicidas, isolados e/ou associados, em diferentes estádios do desenvolvimento da buva, incluindo herbicidas inibidores da EPSPs, mimetizadores de Auxinas, inibidores do fotossitema I, Inibidores da Glutamina sintetase e inibidores da PROTOX.

Tabela 1. Herbicidas e doses utilizadas para avaliar a eficiência de controle em diferentes estádios do desenvolvimento de biótipos de buva.

Conforme resultados obtidos por Schneider; Rizzardi; Bianchi (2019), plantas de buva com no máximo 5 cm e de 6 cm e 15 cm são eficientemente controladas com os tratamentos herbicidas glifosato + saflufenacil, diquate e amônio glufosinato. Plantas de buva entre 16 cm e 25 cm são controladas com a aplicação de amônio glufosinato.

Tabela 2. Controle (%) de Conyza spp. aos 21 e 28 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT).

Em suma, pode-se dizer que plantas jovens de buva são melhor controladas do que plantas adultas, independentemente do herbicida utilizado, sendo ideal realizar o controle da buva até 5 cm de estatura. Para acessar o trabalho completo realizado por Schneider; Rizzardi; Bianchi (2019) clique aqui!

Veja mais: Buva (Conyza spp.) – Importância, Identificação, Resistência e Estratégias de Manejo

Referências:

BARROSO, A. A. M; MURATA, A. T. CONTROLE DE ESPÉCIES RESISTENTES AO GLIFOSATO. Matologia: estudos sobre plantas daninhas, 2021. Disponível em: < https://b578feeb-308f-4d9a-b48a-05125a3bf347.filesusr.com/ugd/1a54d2_6bdc1f90aa6b47f6bb787706b381084e.pdf?index=true >, acesso em: 22/04/2024.

SCHNEIDER, T.; RIZZARDI, M. A.; BIANCHI, M. A. DESEMPENHO POR ESTATURA: NO CONTROLE QUÍMICO DA BUVA RESISTENTE AO GLIFOSATO, O RESULTADO DA APLICAÇÃO DE HERBICIDAS PODE VARIAR DE ACORDO COM O TAMANHO DA PLANTA DANINHA. Revista Cultivar, 2019. Disponível em: < https://upherb.com.br/ebook/desempenho_por_estatura.pdf >, acesso em: 22/04/2024.