A radiação solar fornece a energia para a planta realizar a fotossíntese (conversão de energia luminosa em estruturas orgânicas de carbono, como a glicose). A radiação solar é um conjunto de comprimentos de ondas (λ) eletromagnéticas e fótons que incidem sobre a superfície da terra.

Os fótons contêm uma energia chamada de quantum, a qual é imprescindível para a realização da fotossíntese, processo no qual as plantas oxidam a água e liberam oxigênio, bem como reduzem o dióxido de carbono presente na atmosfera para sintetizar compostos metabólicos carbonados, sobretudo açúcares. Isso faz com que a radiação solar seja um dos principais elementos meteorológicos que determina o potencial de produtividade da soja.

As regiões Sul e grande parte do Centro-Oeste do Brasil são beneficiadas pela radiação solar, pois a climatologia mostra a grande quantidade de brilho solar (número de horas com radiação solar sem nuvens) nessas regiões (Figura 1), que estão entre as maiores regiões produtoras do mundo.

Figura 1. Climatologia do brilho solar (número de horas com radiação solar sem nuvens) para os meses de dezembro (A) e janeiro (B) no Brasil, baseada no período de 1981-2010. O brilho solar contabiliza apenas o número de horas de sol, sem nuvens, enquanto a radiação solar contabiliza o brilho solar mais a radiação difusa. Fonte: INMET.

Dias nublados reduzem a disponibilidade da radiação solar nas lavouras de soja. A Equipe FieldCrops vem conduzindo experimentos em Entre Rios na Argentina, Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil e Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, desde 2019 com o objetivo de determinar o impacto da restrição de radiação solar no crescimento, desenvolvimento e produtividade (Figura 2).

Figura 2. Experimentos de restrição de radiação solar em soja em Entre Rios na Argentina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso no Brasil. Fonte: Equipe FieldCrops.

Os resultados preliminares mostram uma tendência de maiores perdas de produtividade com a restrição solar nos estágios de desenvolvimentos do início do florescimento e enchimento de grãos (Figura 3)

Figura 3. Relação da produtividade de grãos (ton ha-1) e radiação solar em diferentes estágios de desenvolvimento. Radiação solar incidente total (Sem restrição), restrição de 50 % da radiação solar na fase de emergência ao florescimento (EM-R1), do florescimento até o enchimento de grãos (R1-R5) e do enchimento de grãos a maturidade fisiológica da soja (R5 – R7) em Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil. Fonte: Equipe FieldCrops.

A irrigação suplementar de luz na soja é uma ferramenta emergente no manejo para maximizar a produtividade. O desenvolvimento de novas tecnologias em lâmpadas de LED de maior durabilidade e composição espectral energeticamente eficiente para as plantas permite a viabilidade econômica de iluminação em grande escala para as culturas de grãos (Cocetta et al., 2017; Gupta., 2017). A composição espectral mais eficiente é uma proporção do comprimento de ondas do vermelho e azul, que dá a tonalidade vermelho-azulada (Figura 4).

Figura 4. Iluminação artificial com lâmpadas de LED na soja na área experimental do Projeto Advanced Farm 360 do Colégio Politécnico da UFSM, safra 2021/2022. Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Fonte: Equipe FieldCrops.

Portanto, compreender e otimizar a exposição solar na produção de soja – como, posicionar a semeadura no momento que a planta atinja seu florescimento/enchimento de grãos no momento de maior disponibilidade de radiação solar – é essencial para maximizar a produtividade.

Referências Bibliográficas

ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES / EDUARDO LAGO TAGLIAPIETRA… [ET AL.]. 2. ED. SANTA MARIA: [S. N.], 2022.



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