A radiação solar fornece a energia para a planta realizar a fotossíntese (conversão de energia luminosa em estruturas orgânicas de carbono, como a glicose). A radiação solar é um conjunto de comprimentos de ondas (λ) eletromagnéticas e fótons que incidem sobre a superfície da terra.
Os fótons contêm uma energia chamada de quantum, a qual é imprescindível para a realização da fotossíntese, processo no qual as plantas oxidam a água e liberam oxigênio, bem como reduzem o dióxido de carbono presente na atmosfera para sintetizar compostos metabólicos carbonados, sobretudo açúcares. Isso faz com que a radiação solar seja um dos principais elementos meteorológicos que determina o potencial de produtividade da soja.
As regiões Sul e grande parte do Centro-Oeste do Brasil são beneficiadas pela radiação solar, pois a climatologia mostra a grande quantidade de brilho solar (número de horas com radiação solar sem nuvens) nessas regiões (Figura 1), que estão entre as maiores regiões produtoras do mundo.

Dias nublados reduzem a disponibilidade da radiação solar nas lavouras de soja. A Equipe FieldCrops vem conduzindo experimentos em Entre Rios na Argentina, Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil e Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, desde 2019 com o objetivo de determinar o impacto da restrição de radiação solar no crescimento, desenvolvimento e produtividade (Figura 2).

Os resultados preliminares mostram uma tendência de maiores perdas de produtividade com a restrição solar nos estágios de desenvolvimentos do início do florescimento e enchimento de grãos (Figura 3)

A irrigação suplementar de luz na soja é uma ferramenta emergente no manejo para maximizar a produtividade. O desenvolvimento de novas tecnologias em lâmpadas de LED de maior durabilidade e composição espectral energeticamente eficiente para as plantas permite a viabilidade econômica de iluminação em grande escala para as culturas de grãos (Cocetta et al., 2017; Gupta., 2017). A composição espectral mais eficiente é uma proporção do comprimento de ondas do vermelho e azul, que dá a tonalidade vermelho-azulada (Figura 4).

Portanto, compreender e otimizar a exposição solar na produção de soja – como, posicionar a semeadura no momento que a planta atinja seu florescimento/enchimento de grãos no momento de maior disponibilidade de radiação solar – é essencial para maximizar a produtividade.
Referências Bibliográficas
ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES / EDUARDO LAGO TAGLIAPIETRA… [ET AL.]. 2. ED. SANTA MARIA: [S. N.], 2022.