A colheita do milho evoluiu pouco no período, avançando de 68% para 72% das lavouras. Esse lento avanço é explicado por dois fatores: o primeiro é que a colheita foi praticamente finalizada em lavouras implantadas no início do período recomendado e as lavouras implantadas após o retorno das chuvas estão em fases anteriores a maturação. O segundo fator é a preferência de realizar a operação em culturas de soja ou arroz, com lavouras de milho maduras, esperando, a campo, a retomada da operação. A produtividade média estimada se aproxima de 3.500 kg/ha, representando quebra de aproximadamente 55% da expectativa inicial de produção.

No aspecto fitossanitário, posteriormente às chuvas e com umidade do solo adequada, foi possível realizar os tratos culturais de controle de ervas daninhas e de pragas, em especial a lagarta, bem como realizar a adubação nitrogenada em cobertura dessas lavouras de milho grão safrinha. Permanece o monitoramento de ocorrência de cigarrinhas, com parte dos produtores realizando controle preventivo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, houve avanço na colheita, beneficiada pelo tempo seco. Em São Gabriel, alcançou 60%, com rendimento significativamente afetado pela estiagem. Apenas as lavouras estabelecidas a partir de fevereiro têm potencial produtivo satisfatório, mas representam pequena proporção do cultivado. Em Rosário do Sul e Santana do Livramento, a semeadura se concentrou em novembro e dezembro, e a colheita ainda está no início e tem melhores expectativas de resultados. As lavouras de milho implantadas em janeiro e início de fevereiro continuam apresentando muito bom desenvolvimento na Campanha. A umidade nos solos, as temperaturas amenas e a elevada disponibilidade de radiação solar estão adequadas para as lavouras em fase de pré-pendoamento. Em Dom Pedrito, a colheita já alcançou 50% da área cultivada, e a produtividade se mantém próxima à estimada no início da safra.

Na de Caxias do Sul, as lavouras semeadas em final de dezembro apresentam bom potencial produtivo, apesar das falhas de germinação devido à falta de umidade no período inicial. As lavouras estão predominantemente em enchimento de grãos nos municípios a Leste da regional, como Canela, Cambará do Sul, Jaquirana e São José dos Ausentes, que historicamente registram menor produtividade e são os de maior expectativa de rendimento nessa safra devido à maior ocorrência de chuvas.

Na região administrativa de Ijuí, a colheita foi interrompida para a concentração de esforços e estruturas de beneficiamento de grãos para a cultura da soja.

Na regional de Pelotas, a sequência com chuvas benéficas para a cultura se estendeu pela terceira semana, permitindo a continuidade no desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos. Essas fases somadas representam 70% das lavouras.

Na de Porto Alegre, a colheita alcançou 36% dos cultivos, e as perdas acumuladas permanecem em 12% da produção estimada. Em maturação são 22%, e os 44% restantes encontram-se em fase anteriores de desenvolvimento e foram novamente beneficiadas pela ocorrência de precipitações.

Na regional de Santa Maria, o milho plantado em safrinha apresenta um bom desenvolvimento pelas boas condições ambientais desde o início de março. As lavouras colhidas totalizam 47%, e 10% está em maturação.

Na de Santa Rosa, em função de chuvas, recorrentes na Fronteira Noroeste, as lavouras de milho safrinha apresentaram boa germinação e desenvolvimento, que aliados à adequada população de plantas por hectare, traz expectativa favorável de produtividade. Nas Missões, a safrinha estabelecida no início de janeiro apresentou germinação e emergência desuniforme, com menor expectativa de rendimento.

Na de Soledade, já foi colhido 65% da cultura, e as lavouras com implantação tardia, em áreas de restevas de tabaco, feijão, milho silagem e em algumas áreas de soja com grandes falhas de plantas devido à estiagem, apresentam um adequado desenvolvimento. Parte do cultivo está entrando no estádio de florescimento e tem ótimo potencial produtivo, continuando as condições climáticas atuais com chuva, temperaturas amenas e elevada radiação solar.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço médio da saca de milho variou +0,69%, passando de R$ 93,82 para R$ 94,47.

Milho silagem

A colheita evoluiu para 67% da área cultivada no Estado. A produtividade alcançada é 53% inferior à estimada inicialmente, rendendo cerca de 20 t/ha de massa verde ensilada.

O cultivo do milho com essa finalidade apresentou dois comportamentos distintos. As lavouras implantadas no início do período recomendado foram muito afetadas pela estiagem, e houve perdas expressivas na quantidade e na qualidade do material ensilado. As lavouras implantadas a partir do final de dezembro estão em estágios nos quais o retorno das precipitações permite o pleno desenvolvimento, floração e enchimento de grãos, mantendo o potencial produtivo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Hulha Negra, as lavouras ensiladas situadas em terras baixas apresentam produtividade superior a 40 t/ha de massa verde e boa proporção de grãos, mesmo com parte do ciclo em condições climáticas adversas. O secamento antecipado das folhas, antes dos grãos atingirem o ponto de corte, tem se tornado um obstáculo para a execução da silagem, além de aumentarem o tempo dispensado na operação. As facas de corte das máquinas ensiladeiras têm que ser constantemente reguladas para evitar falhas na trituração das plantas, que acarretariam em má-compactação dos silos e perdas de material ensilado. Em Santa Margarida do Sul, as lavouras estabelecidas em fevereiro apresentam excelente desenvolvimento, com potencial elevado de produção de massa verde com alta energia.

Na de Ijuí, houve aumento da incidência de lagartas do cartucho e ataque de cigarrinhas no milho de segundo cultivo.

Fonte: Emater/RS-Ascar – Informativo Conjuntural – nº 1703

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