Quem estudou Comércio Exterior, como nós, sabe que as transações internacionais dependem de dois fatores importantes: a) acordos comerciais entre países, que reduzem burocracias e tarifas e facilitam o fluxo do comércio e b) acordo sanitário, que regula a qualidade das mercadorias fornecidas segundo as exigências e necessidades dos compradores.

Com um déficit de 4,7 milhões de toneladas de milho entre o seu consumo (7,6 MT) e sua produção local (2,9 MT) na safra 2018/19,que tende a aumentar na atual temporada diante do aumento da demanda de carnes, o estado de Santa Catarina é altamente dependente de importações de outros estados (Mato Grosso e Paraná, principalmente, mas também do Rio Grande do Sul e alguns lotes de outros estados do Centro-Oeste), como do exterior (principalmente do Paraguai, alguns navios da Argentina e muito eventualmente dos EUA).
Acontece que o estado enfrenta dois grandes problemas neste momento:

a) a safra brasileira está muito apertada, diante do aumente vertiginoso das exportações, que passaram de 23,8 MT para 41 MT, na safra 2018/19, segundo relatório de hoje da Conab, reduzindo os estoques finais em expressivos 26,07%, retirando cerca de 4,07 milhões de toneladas do mercado.

Para a próxima temporada, de 2019.20, esta diferença deverá cair pela metade, cerca de 2,43 MT, mas, mesmo assim, os estoque finais deverão ser o segundo mais baixo dos últimos 7 anos. A atual seca no Rio Grande do Sul poderá reduzir esta disponibilidade ainda mais;

b) por outro lado, o estado poderia utilizar a boa disponibilidade do Paraguai, utilizando uma passagem pela Argentina, para reduzir consideravelmente os custos de frete e, consequentemente, os seus custos de produção. Há, no estado, um projeto completo já pronto sobre isto, chamado “A Rota do Milho”, mas que enfrenta, no momento, entraves burocráticos, segundo o presidente da Fecoagro, Cláudio Post.

“A Argentina já mostrou boa vontade, mas não sabemos qual a posição do novo governo. Há problemas também com a Receita Federal do Brasil”, diz. Post diz também que o Ministério da Agricultura precisa entrar como uma estrutura de controle sanitário forte para viabilizar o projeto. “Ou fazer um acordo com Paraguai e Argentina para que a inspeção sanitária feita nestes países seja validada no Brasil”.



Fonte: T&F Agroeconômica

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