“Seguro Rural” foi o tema do 7º Webinário Técnico do Pró-Milho/RS, realizado nesta quarta-feira (17) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e pela Emater/RS-Ascar. Cerca de 500 pessoas, entre produtores e público em geral, assistiram às transmissões simultâneas pelo Facebook e pelo Youtube do Programa Rio Grande Rural da Emater. O objetivo foi oferecer informações sobre formas de contratação, valores de operacionalização, além de exemplos práticos da contratação do seguro rural.
O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, e o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, deram as boas-vindas aos participantes.
Covatti Filho destacou que o Pró-Milho é um programa gerido pela Secretaria com o objetivo de criar uma autossuficiência na produção de milho. “Até porque estão sendo dados vários andamentos e várias oportunidades para fortalecer a produção de proteína animal”, disse.
Para Covatti, essa parceria do Pró-Milho com a SEAPDR e a Emater/RS-Ascar tem por finalidade fortalecer esse tema e criar um ambiente para que o produtor seja estimulado a plantar um milho que cada vez mais fortaleça programas, como o seguro rural, que é um mecanismo de proteção de riscos importantíssimo.
“E é por isso que nós, agentes políticos, com os técnicos e agricultores, precisamos trabalhar para fortalecer por meio da troca de conhecimento e experiências. Porque o conhecimento, o fogo não queima, a água não leva e o vento não apaga. Estamos aqui em uma bela oportunidade para estimular que a gente consiga chegar a nossos objetivos. E o objetivo do Rio Grande do Sul é cada vez mais fortalecer a cultura do milho”.
O diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Pedro Loyola, demonstrou a evolução do Programa de Seguro Rural (PSR) no país e no Rio Grande do Sul. Segundo ele, em 2020, no Brasil, a área segurada foi de 13,7 milhões de hectares (20% da área plantada), que atendeu a 105 mil produtores. “O Rio Grande do Sul foi o segundo estado que mais contratou no país – 2.955 produtores de milho contrataram seguro para suas lavouras, totalizando 122 mil hectares”.
Ele também abordou os principais desafios para o desenvolvimento do seguro no Brasil, entre eles o de popularizar o seguro rural. “É um dos maiores. A sociedade brasileira, e com o produtor não é diferente, não tem a cultura de contratar seguro. Isso inibe o desenvolvimento do mercado, atrai poucas empresas da área para investir nesse nicho. Apesar dos avanços dos últimos dois anos, ainda temos potencial de dobrar de tamanho no médio prazo de quatro ou cinco anos”, afirmou.
Loyola mostrou as especificidades do seguro rural, que são: caráter biológico, produção cíclica, dependência da natureza, dispersão geográfica – pulverização do risco, variedade de culturas – diversificação dos riscos, e alta correlação entre os riscos isolados.
Por sua vez, o diretor da AgroSeguros Corretora, Alfredo Saldiva Pagano, falou sobre a nova fase de apresentação dos seguros para conhecimento, cotação e contratação dos participantes do agronegócio. “Por exemplo, nosso contrato da AgroSeguros com a Bolsa Brasileira de Mercadorias oferece 80 tipos de seguros de forma digitalizada e contribui para a democratização da contratação de seguro. O tratamento é o mesmo para todos os produtores, pequenos, médios e grandes”, destacou.
Ele apresentou as coberturas que podem ser contratadas para lavouras de milho no Rio Grande do Sul e o percentual garantido em relação à produtividade esperada. “Temos coberturas de até 70% da expectativa de produtividade da área plantada. Hoje, a cotação do seguro é em cima de dados reais da produção. No caso do milho, temos as seguintes coberturas para perdas por eventos climáticos: granizo, geada, chuva excessiva, ventos fortes, seca; inundação imprevista e inevitável, incêndio e raio, tromba d’água; ventos frios; variação excessiva de temperatura”.
Já o extensionista da Emater/RS-Ascar e assistente de crédito Rural no Estado, Célio Colle, abordou a “Extensão Rural no apoio ao Proagro e Seguro Agrícola”. Conforme ele, a Emater possui mais de 880 técnicos situados nos 497 escritórios municipais aptos a atuarem no crédito rural. “Aí estão incluídos projetos de custeio e investimentos, perícias para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), laudos de verificação de projetos para os agentes financeiro, croquis e Cadastros Ambientais Rurais”.
De acordo com Colle, em 2020 foram realizadas 29.673 perícias para o Proagro. Essas representaram 94,9% dos comunicados de perdas (incluindo Proagro e Proagro Mais). “Esse esforço precisa ser destacado, visto que, em 2020, a estiagem entre janeiro e março impactou na produção de grãos. Em seguida, a cultura do trigo sofreu com geadas na floração e na implantação das culturas de verão com estiagem em outubro e novembro. Esse esforço foi maior devido aos cuidados com a Covid19”.
Colle destacou que o crédito rural é uma ferramenta para o desenvolvimento rural e sempre foi importante e trabalhado pela Emater/RS-Ascar para levar melhorias aos públicos assistidos. “Quando o produtor rural sofrer um advento negativo que impacta na sua produção poderá se utilizar do Proagro e/ou do Seguro Rural. Nossas equipes procuram informar os agricultores da necessidade de ter algum tipo de amparo para as suas atividades, visando mitigar os impactos negativos de uma quebra e/ou redução de sua safra”.
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural – Seapdr