O trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade do selênio em melhorar a germinação e crescimento inicial de plantas de milho.

Autores: Jean Pierre Moreira de Almeida¹; Josilaine Gonçalves da Silva²; Marcelo Ribeiro Vilela Prado3; Milton Ferreira de Moraes4.

Introdução

O selênio (Se) é um elemento essencial para os seres humanos e animais e está presente em quantidades e formas variáveis em diversos alimentos, não sendo considerado elemento essencial para plantas, embora em baixa concentração pode trazer benefícios as plantas (Hasanuzzaman & Fujita, 2011). Além disso, o uso do Se na agricultura é uma ferramenta para suprir a deficiência nutricional em humanos (Malagoni et al., 2015). Dentre as vantagens atribuídas ao fornecimento de nutrientes via sementes estão a facilidade operacional, baixo custo relativo, maior eficiência de uso de fertilizante, elevada uniformidade de distribuição de elementos e maior disponibilidade dos nutrientes na fase inicial de crescimento das plantas (Farooq et al., 2012). O trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade do selênio em melhorar a germinação e crescimento inicial de plantas de milho.

Material e Métodos

Os experimentos foram realizados em casa de vegetação no Instituto de Ciências Exatas e da Terra, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Universitário do Araguaia, Barra do Garças – MT, nas coordenadas geográficas: 15°52’31’’ S e 52°18’35’’ O, 330 m de altitude. O solo utilizado foi coletado da camada de 0 a 20 cm de profundidade de um Latossolo Vermelho distrófico de textura franco arenosa (Santos et al., 2018), típico do bioma Cerrado. O solo foi coletado em área nativa e não foram adicionados corretivos e fertilizantes além dos tratamentos utilizados. O produto utilizado para tratamento de semente (TS) foi o selenato de sódio P.A. (Na2SeO4), e a dose de cada tratamento (Tabela 1) foi adicionada em 5 mL de água destilada para dissolver e em seguida aplicado e homogeneizado nas sementes que estavam acondicionadas em sacos de plásticos com capacidade de 2 dm³.

O experimento foi realizado em junho de 2017 e repetido em agosto de 2017, foram utilizadas sementes de milho do cultivar AG 1051, sendo semeadas 10 sementes a 1 cm de profundidade em cada vaso com 1 dm³ de solo. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com seis tratamentos (Tabela 1) e quatro repetições, o regime de irrigação foi diário para manter o solo a 100% da capacidade de campo. Os parâmetros analisados foram realizados 12 dias após a semeadura (dois dias de emergência e 10 dias de crescimento), aos quais consistiram em: germinação, altura de planta, comprimento de raiz, diâmetro de caule, massa seca da parte aérea e massa seca de raiz. Os dados de germinação e crescimento inicial das plantas foram submetidos à análise de variância, as análises foram realizadas utilizando o programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2008).

Tabela 1. Descrição dos tratamentos, que consistiram em doses de selenato de sódio aplicado via tratamento de sementes (TS) de milho. Barra do Garças-MT. 2017

Resultados e Discussão

Os efeitos do TS com selenato de sódio sobre as características biométricas avaliadas no experimento do mês de junho de 2017 são apresentados na Tabela 2, não houve diferenças significativas (p <0,05) para germinação, altura de planta, comprimento de raízes, diâmetro de caule, massa seca da parte aérea e massa seca de raiz.

Tabela 2. Médias de germinação (GER), altura de planta (ALP), comprimento de raiz (CR), diâmetro do caule (DC), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR) em plantas de milho 12 dias após a semeadura, submetidos a doses de selenato de sódio em TS (Na2SeO4.100kg-1 de sementes). Barra do Garças-MT. Cultivado no mês de junho de 2017.

As características biométricas avaliadas no experimento do mês de agosto de 2017 são mostradas na Tabela 3, as doses de seletato de sódio não afetaram (p <0,05) a germinação, altura de planta, comprimento de raízes, diâmetro de caule, massa seca da parte aérea e massa seca de raiz, corroborando com os resultados do experimento do mês de junho. A ausência de respostas na germinação e nas características biométricas de plantas de milho em ambos os experimentos pode ser explicado pela excelente qualidade das sementes utilizadas e, também demonstra que as doses não influenciaram negativamente nesse processo. Esse resultado também foi encontrado por Prado et al. (2017), que testou doses de Se na porcentagem de germinação em sementes de rabanete.

Tabela 3. Médias de germinação (GER), altura de planta (ALP), comprimento de raiz (CR), diâmetro do caule (DC), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR) em plantas de milho 12 dias após a semeadura, submetidos a doses de selenato de sódio em TS (Na2SeO4.100kg-1 de sementes). Barra do Garças-MT. Cultivado no mês de agosto de 2017.

Conclusão

O selênio em tratamento de semente não resultou melhorias na germinação e no desenvolvimento inicial de plantas de milho, nas doses utilizadas embora não apresentou melhorias, tampouco foi prejudicial.


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Referências

FAROOQ, M.; WAHID, A.; KADAMBOT, H.; SIDDIQUE, M. Micronutrients application through
seed treatments: a review. Journal of Soil Science and Plant Nutrition, 12:125-142, 2012.

FERREIRA, D. F. Sisvar: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Científica Symposium, 6:36-41, 2008.

HASANUZZAMAN, M.; FUJITA, M. Selenium pretreatment upregulates the antioxidant defense and methylglyoxal detoxification system and confers enhanced tolerance to drought stress in rapeseed seedlings. Biological Trace Element Research, 143:1758-1776, 2011.

MALAGONI, M.; SCHIAVON, M.; DALL’ACQUA, S.; PILON-SMITH, E.A.H. Effects of selenium biofortification on crop nutricional quality. Frontiers in Plant Science, 6:1-5, 2015.

PRADO, E. R.; ALVES, L. R.; CARREGARI, S. M. R.; ¹, OLIVEIRA, R.; GRATÃO, P. L. Seed priming with selenium improves drought stress tolerance in radish seedling. Holos Environment, 17:166-173, 2017.

SANTOS, H. G.; JACOMINE, P. K. T.; ANJOS, L. H. C.; OLIVEIRA, V. A.; LUMBRERAS, J. F.; COELHO, M. R.; ALMEIDA, J. A.; ARAÚJO FILHO, J. C.; OLIVEIRA, J. B.; CUNHA, T. J.F. Sistema brasileiro de classificação de solos. 5. ed. Brasília, DF: EMBRAPA, 2018. 353p

Informações dos autores

¹Mestrando em Agricultura Tropical, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá/MT. E-mail: jeanpierremda@gmail.com

²Engenheira Agrônoma, Dra. E-mail: josilainegsilva@gmail.com

³Professor doutor, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Primavera do Leste/MT, E-mail: vilelamarcelo@yahoo.com.br

4Professor doutor, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Barra do Garças/MT. E mail moraesmf@yahoo.com.br

Disponível em: Anais do II Congresso Online para Aumento de Produtividade do Milho e Soja (COMSOJA), Santa Maria, 2019.

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