A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares.

A semeadura evoluiu 1%, e a operação ocorreu em pequenas áreas onde houve chuvas pontuais e em áreas em sucessão ao tabaco. A área semeada alcançou 93% da projetada inicialmente.

A ocorrência das chuvas, principalmente entre 13 e 14/01, mas com volumes ainda muito variáveis, beneficiaram as lavouras recémimplantadas e permitiram a semeadura onde a umidade nos solos foi reestabelecida.

Para as lavouras com ciclo mais avançado, as chuvas não diminuíram as perdas de produtividade, que são variáveis, mas mais graves nas regiões Centro e Oeste do Estado.

Os índices de perdas são apresentados regionalmente.

Em termos fitossanitários, permanecem os manejos de controle de plantas invasoras e de pragas – lagarta do cartucho e cigarrinha do milho –, que estão sendo monitoradas e controladas quimicamente quando necessário.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Alegrete, as lavouras estão próximas do final do ciclo, e as perdas estimadas são de 40%, mas há possibilidade de aumento desses índices, caso o quadro de déficit hídrico persista. Em Rosário do Sul, os produtores já manejam bovinos para consumir as plantas nas lavouras mais afetadas pela estiagem, pois a formação dos grãos está comprometida. De maneira geral, as perdas estimadas no município são de aproximadamente 50%. Na Campanha, a situação é menos grave, e em Dom Pedrito 35% das lavouras alcançaram a fase reprodutiva e apresentam bom potencial produtivo. Considerando os riscos climáticos da cultura, as lavouras de escala maior foram implantadas em áreas com sistema de irrigação. Nas pequenas propriedades com produção destinada ao autoconsumo, o cultivo ocorre em condição de sequeiro, mas há perdas decorrentes do estresse hídrico.

Na de Caxias do Sul, mesmo com chuvas distribuídas de forma irregular e volumes pouco abaixo do esperado, entre 21 mm e 85 mm, as lavouras apresentam desenvolvimento satisfatório e sem perdas significativas na expectativa de rendimento inicial. Na de Erechim, 20% das lavouras foram colhidas; a produtividade varia entre 2.400 e 6.000 kg/ha, consolidando os danos pela estiagem.

Na de Frederico Westphalen, as lavouras implantadas em início de agosto têm rendimentos acima de 6.000 kg/ha. No entanto, a maior parte dos cultivos foram implantados a partir da 2ª quinzena, e a redução esperada na produtividade aproxima-se de 45%.

Na de Pelotas, os plantios foram retomados a partir da ocorrência de chuvas em volumes satisfatórios. No entanto, as lavouras que foram severamente prejudicadas pela estiagem foram cortadas para alimentação animal direta ou para silagem de baixa qualidade. Alguns municípios, em decretos de emergência, apontam perdas elevadíssimas nas lavouras: 90% em Capão do Leão e em Pedro Osório; e 80% em Santana da Boa Vista. Na de Santa Maria, estimase uma perda de até 50% na área cultivada, com destaque negativo nos municípios de Itaara, Nova Palma, Quevedos, Santiago e Unistalda, que alcançam 70%, e em Paraíso do Sul e Tupanciretã, 80%. Os acionamentos para acesso ao Proagro foram crescentes e atingiram 175 comunicações de perdas, registradas pelos escritórios municipais da Emater/RSAscar na região; somente na última semana, foram 72 registros. Os técnicos estão realizando as perícias a campo a fim de viabilizar o acesso dos produtores aos recursos e de minimizar os prejuízos.

Na de Santa Rosa, houve prosseguimento da semeadura. As perdas de produtividade estão consolidadas, pois 35% das lavouras estão em maturação, e 55% foram colhidos. Também foram colhidas áreas destinadas à produção de sementes; os equipamentos de colheita fazem a coleta de espigas inteiras com a palha para posterior debulha. Relatos das unidades recebedoras de grão indicam que este apresenta tamanho diminuto em função da estiagem, mas ainda viáveis ao uso como sementes. As lavouras de milho em emergência têm sofrido forte infestação por cigarrinhas, exigindo grande esforço no controle para evitar o enfezamento na fase reprodutiva do milho.

Na de Soledade, a ocorrência de chuvas favoreceu os cultivos em diferentes fases, como lavouras com implantação no cedo (período intermediário do zoneamento agrícola), com implantação tardia e em implantação em restevas de tabaco. De modo geral, as lavouras apresentam desempenho satisfatório, porém, em parte da região, o déficit hídrico provoca a paralização do crescimento. Nos casos de perdas elevadas, os agricultores estão acionando o Proagro.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RSAscar no Estado, o valor médio cresceu +1,74%, passando de R$ 85,14 para R$ 86,62. O produto disponível em Cruz Alta foi cotado em R$ 88,00.

Fonte: Informativo Conjuntural n° 1746 – Milho – Emater/RS



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