Neste inicio de ano, os analistas da T&F fizeram uma retrospectiva do ano em alguns estados, mostrando que segundo a análise dos mesmos, não valeu a pena ter guardado a soja neste ano, para ser vendida mais tarde. Procedimento semelhante o que eles aconselham para a próxima safra.
RIO GRANDE DO SUL: Não valeu a pena ter guardado a soja neste ano
Neste último dia útil do ano, ao analisarmos a retrospectiva dos preços da soja pagos aos produtores no Rio Grande do Sul, constatamos claramente que, em nenhum momento, valeu a pena ter guardado o produto para vender mais tarde. O melhor momento foi no mês de abril, logo depois da colheita.
Depois disto, os preços só caíram, como mostra o gráfico ao lado. A linha vermelha mostra os preços pagos efetivamente durante o ano e a linha verde mostra o quanto custou ter segurado a soja em cada mês. Para ter valido a pena, o preço hoje deveria estar acima de R$192,00/saca, mas o agricultor está recebendo apenas R$ 163,00/saca, uma diferença de quase R$ 30,00/saca a menos.
SANTA CATARINA: Sem mudanças em Santa Catarina, preços a R$ 180,00 e segurando
Último dia e nada de novo no mercado catarinense. Como esperado em um cenário onde todos entram de férias juntamente, esta semana foi perdida, com os preços seguindo parados em R$ 180,00. Se for considerar a real volatilidade do mercado, obviamente ocorrem flutuações, mas o fato é não haver operador, comprador ou vendedor, para de fato apontar estas pequenas mudanças. Tudo seria exageradamente especulativo, pois não passaria de reflexo direto da demanda que caiu devido à saída estes agentes, o mesmo vale para a bolsa de Chicago.
PARANÁ: Só os preços de maio e dezembro compensaram ter guardado; preços do dia em queda
Como mostra o gráfico ao lado, baseado nos preços pagos aos agricultores, não na tabela de lotes acima, valeu a pena guardar a soja até maio. Depois o mercado recuou, só dando prejuízo, tendo se recuperado neste final de dezembro. Isto significa que quem vendeu soja entre os meses de junho e meados de dezembro perdeu dinheiro.
MATO GROSSO DO SUL: Melhor preço do ano foi o da colheita
No Mato Grosso do Sul também não valeu a pena ter guardado a soja, neste ano, em nenhum momento, como mostra nosso gráfico ao lado. O melhor preço do ano ocorreu em abril. Quem não vendeu naquele mês, foi perdendo dinheiro ao longo do ano, não apenas porque o número do preço foi menor (linha vermelha), mas também porque teve que pagar armazenagem e deixou de ganhar aplicações financeiras (linha verde).
GOIÁS: Negociadas 99.801 tons nesta semana; comercialização de 20/21 atinge 97%
Os negócios de soja-grão no estado de Goiás somaram 99.801 toneladas nesta semana, das quais 7.800 tons da safra 2021, 89.601 toneladas da safra 21/22 e 2.400 toneladas da safra 22/23. O total já comercializado no estado foi de 97,0% para a safra 20/21, 36,0% da safra 21/22 e 2,6% da safra 22/23. Os preços giraram ao redor de R$ 158,00 em Anápolis, R$ 164,5 em Jataí e R$ 165,00 em Rio Verde.
MINAS GERAIS: Também não valeu a pena ter guardado a soja mineira
O gráfico ao lado é claríssimo: o melhor preço do ano para a soja em Minas Gerais foi em abril, logo após a colheita. Depois disto, os custos financeiros e de armazenagem só aumentaram (linha verde) e os preços só caíram (linha vermelha), fazendo o sojicultor perder dinheiro. Para a próxima temporada, nossa recomendação é a de vender logo, pelo menos a maior parte da safra, porque a tendência geral dos preços para 2022 é de baixa, com a possível retomada dos estoques americanos e mundiais.
Fonte: T&F Agroeconômica