FECHAMENTOS DO DIA: O contrato de soja para setembro22 fechou em nova queda de 1,84% ou $ 28,25 cents/bushel a $ 1506,0. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em queda de 1,28%, ou $ 19,0 cents/bushel a $ 1464,25. O contrato de farelo de soja para outubro fechou em alta de 0,49% ou $ 2,1/ton curta a $ 431,0 e o contrato de óleo de soja para setembro fechou em nova queda de 4,81% ou $ 3,46 libra-peso a $ 68,50.

CAUSAS DA QUEDA DE HOJE: Os Fundos teriam se retirado de posições em commodities agrícolas, afetando principalmente soja e milho. Perspectivas de novas altas de taxas de juros e recessão mundial, preocupam do lado da demanda. Rumores de que a China teria encomendado pelo menos 10 navios de soja da Argentina, evitando origem dos EUA, também pressionaram a sessão de hoje.

EXPECTATIVA ESMAGAMENTO EUA: As estimativas de traders para a divulgação nesta quinta-feira dos dados da NOPA esperam que os membros processem 166,1 mbu (4,52 mt) de soja em agosto.

SOJA CANADÁ: A StatsCan informou sua produção de soja como 6.505 MT no lançamento de setembro. Isso foi acima dos 6,38 MT estimados em agosto e estava no topo das estimativas. A produção de canola é vista como 19,1 MT – em comparação com 19,5 MT no mês passado e 19,9 MT esperados.

O FUTURO PROMISSOR DO ÓLEO DE SOJA PODE MANTER ELEVADA A DEMANDA DE SOJA:

O fato de que, embora o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) tenha ajustado, no seu relatório mensal, a projeção de uso interno desse óleo para a produção de biodiesel, a proporção destinada a esse fim continua muito alta para um cenário de estagnação da oferta disponível de óleo de soja.

Isso porque, mesmo com a oferta de soja nos EUA seja menor do que o esperado no ciclo econômico 2022/23 devido a problemas climáticos, o uso do biodiesel feito a partir do óleo de soja continuará crescendo no âmbito de uma política estratégica que visa autossuficiência energética.

Embora essa estratégia tenha sido desenhada anos atrás com o objetivo de cumprir os compromissos ambientais assumidos perante as Nações Unidas (“Acordo de Paris”), neste ano ela se acelerou diante do novo cenário geopolítico colocado pelo russo-ucraniano (e provavelmente chinês-americano, em breve).

Grandes empresas do agronegócio norte-americano – às vezes associadas a corporações de energia – vêm trabalhando nos últimos anos para criar um conglomerado de megafábricas de biodiesel com o objetivo de reduzir progressivamente o uso relativo de combustível fóssil. Resumindo: como a demanda interna de óleo de soja destinado à fabricação de biodiesel nos EUA faz parte de uma política pública que, como tal, é viável de se projetar, não é difícil ajustar os preços para cima diante da evidência de uma menor oferta disponível de óleo de soja naquele país.

CRISE ALIMENTAR GLOBAL: O Instituto Internacional de Finanças (IIF) alerta para os riscos de uma crise alimentar global sobre as contas públicas. Em relatório, a instituição explica que a escalada dos preços de alimentos, em meio à guerra na Ucrânia, afeta o crescimento econômico e a estabilidade de preços em muitos países em desenvolvimento. Segundo o IIF, entre as 35 economias que já enfrentam crise alimentar, 16 já estão ou podem entrar em uma situação de estresse de dívida. “A maioria desses países acumulou uma quantidade significativa de dívida pública na última década”, afirma.

O instituto chama atenção ainda para o avanço das chamadas “empresas zumbis”, que dependem primariamente dos empréstimos para existir. O IIF espera um aumento no volume de falências, o que dificultará os planos de bancos centrais. “No entanto, esse aumento esperado das falências provavelmente não prolongará a desaceleração do crescimento (ou recessão), porque os regimes de reestruturação societária são geralmente muito mais eficientes do que aqueles para indivíduos e soberanos”, destaca.

ABIOVE-PROJEÇÃO DE PRODUÇÃO SOBE DE 126,6 MILHÕES PARA 126,9 MILHÕES DE TONELADAS:

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou a projeção de produção de soja para 2022 de 126,6 milhões para 126,9 milhões de toneladas. Segundo a entidade, o processamento da oleaginosa também deve avançar de 48,6 milhões de toneladas, estimados anteriormente, para 48,9 milhões de toneladas, “impactando positivamente a produção de óleo e de farelo”, segundo nota enviada pela associação há pouco.

A Abiove estima também aumento das exportações de soja em grão e farelo de soja para 77 milhões e 18,7 milhões de toneladas, respectivamente, ante 76,8 milhões e 18,6 milhões de toneladas projetados na última divulgação. Ainda é esperada redução do consumo interno de óleo de soja, que antes estava em 7,9 milhões e passou para 7,8 milhões de toneladas. Por fim, a receita esperada com exportações do complexo soja em 2022 foi mantida em cerca de US$ 58 bilhões.

 

GIRO PELOS ESTADOS

RIO GRANDE DO SUL: Mercado pressionado pelas vendas na Argentina, que anulou efeitos do USDA

MERCADO: Mercado muito volátil, vendas da Argentina pesando nos prêmios e em Chicago. Flat Price (soma de CBOT + Prêmios) de hoje, fechou muito igual a sexta-feira passada, ou seja, todo aumento de preços em função de uma menor safra americana, já foi engolido pela oferta Argentina. Preços tiveram queda de R$ 2,50/saca e fábricas voltaram a disputar lotes, R$ 185,00 FOB Cruz Alta para meados de setembro R$ 185,00 FOB Passo Fundo para meados de setembro R$ 184,00 FOB Ijuí para meados de setembro R$ 182,00 FOB Santa Rosa e São Luiz Gonzaga para meados de setembro.

PREÇOS DE BALCÃO, em Panambi, mantiveram-se em R$ 171,00 ao produtor.

EXPORTAÇÃO: No porto, no melhor momento, os preços foram de R$ 190,00 para o final de setembro.

SANTA CATARINA: SC segue sem negócios, porto cai em R$ 3,00/saca

Porto de São Francisco do Sul em Santa Catarina marca queda de preços ao decair em R$ 3,00/saca e ir a R$ 184,00 para 30/09. Assim como já explicado no relatório de RS, o dia trouxe alta volatilidade, mas com forças muito contrárias agindo sobre o mercado, a desvalorização dos prêmios somado as quedas de Chicago atingiram fortemente SC.

PARANÁ: Paraná preços caem em R$ 2,00/saca

O Paraná como um todo segue muito inexpressivo em termos de negócios. O foco do agricultor do estado está no milho e no trigo. Hoje, as variações de preços foram ocasionadas por nova pressão vendedora por parte da Argentina, o que expande a base de oferta e desvaloriza o produto em termos mundiais. A soja argentina esta muito competitiva e isso coloca o Brasil em uma posição mais defensiva.

Ademais, essa expansão na oferta já causou completa egressão dos avanços de preços causados pelo susto com o relatório WASDE, anulando a alta causada pelo relatório. Dado o panorama o complexo de soja fechou assim: soja grão a -1,84%, farelo +0,49%, óleo a -4,96%. O dólar, por sua vez, caiu ao variar -0,18% e ir a R$ 5,1782. Os aspectos mais afetados do mercado foram os prêmios que caíram bem e Chicago.

PREÇOS NO PORTO FUTUROS: os preços de todos os contratos marcaram manutenção, com isso os preços se mantiveram a R$ 190,00 para 28/09, R$ 191,00 para 30/10 e R$ 192,00 para 30/11.

PREÇOS NO INTERIOR: ocorreram variações bastante homogêneas, com Cascavel, Maringá e Pato Branco caindo em R$ 2,00/saca e indo respectivamente a R$ 165,00, R$ 165,00 e R$ 164,00. Ponta Grossa por sua vez se desvalorizou também em R$ 2,00/saca e foi a R$ 184,00.

MATO GROSSO DO SUL: Baixas de até R$ 4,00/saca, mercado no negativo

Agora com alguma atenção retornando a soja, as variações de oferta e principalmente as quedas em soja trabalhada surtem grande efeito nos preços do Estado. Ontem alguns volumes haviam sido negociados, mas ainda dentro do que se considera inexpressivo, isso foi resposta às valorizações do petróleo ocorridas no dia, mas com as movimentações da Argentina, qualquer desbalanceamento de mercado já foi reduzido. vamos aos valores de soja: todas as regiões caíram igualmente em R$ 4,00/saca, com isso, Dourados, Campo Grande, Maracaju, Sidrolândia e Chapadão do Sul foram respectivamente a R$ 174,00, R$ 174, R$ 173,00 e R$ 172,00 e a R$ 171,00.

MATO GROSSO: Dia ausente de movimentos, preços em manutenção

Os últimos dados trazidos para este Estado com os valores que serão vistos abaixo e na tabela ao lado. Esse mercado marcou plena manutenção, por toda a extensão do Estado. Vamos aos preços: Campo Verde a R$ 167,10 sem se mover. Lucas do Rio Verde a R$ 162,20, também manutenção. Nova Mutum ainda a R$ 166,00. Primavera do Leste a R$ 167,80, ao permanecer igual. Rondonópolis, por sua vez a R$ 171,00, também sem movimentos. Sorriso, por fim, a R$ 164,70. No dia anterior algumas altas haviam ocorrido, mas este mercado tende a mercar de forma geral menos movimentos do que os demais, além disso, altas e baixas seguem bastante divididas, com pouca progressão real sendo observada.

MATOPIBA: Preços continuam estáveis

Região de Balsas no Maranhão traz novas cotações marcando manutenção total, o que manteve o preço a R$ 165,00, ainda assim, não se recuperando das quedas de R$ 15,00/saca nos 2 dias anteriores. O Porto Franco-MA manteve-se a R$ 167,00. Porto Nacional-TO, por sua vez teve seu preço mantido a R$ 164,90. Uruçuí-PI fechou o dia a R$ 165,00, também sem se movimentar. E por fim, em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, preço ficou a R$ 170,00 também sem novos movimentos e com maio de 2023 a R$ 148,00, marcando manutenção.

Fonte: T&F Agroeconômica



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