FECHAMENTOS DO DIA 30/01: O contrato de soja para janeiro23 fechou em forte alta de 1,70% ou $ 25,75 cents/bushel a $ 1535,25. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em alta de 1,0%, ou $ 25,0 cents/bushel a $ 1529,50. A cotação de maio24 fechou em alta de 0,89% ou $ 12,0 cents/bushal a $ 1342,0. O contrato de farelo de soja para março fechou em alta de 3,21% ou $ 15,2/ton curta $ 488,7 e o contrato de óleo de soja para março fechou, em alta de 1,15% ou $ 0,70/libra-peso a $ 61,32.
CAUSAS DA FORTE ALTA: Os futuros da soja fecharam em forte alta, diante da expectativa de retomada da demanda chinesa depois do término do seu feriado anual, para abastecer seus estoques considerados baixos. O aumento de 0,90% nas exportações americanas também foi positivo. A alta foi contrabalançada pelas chuvas na Argentina e pelas notícias que confirmam uma safra recorde no Brasil.
NOTÍCIAS IMPORTANTES DO DIA 30/01
POSIÇÃO DOS FUNDOS: A CFTC informou que os Fundos tinham 146.261 contratos líquidos de compra a descoberto em 24/01. Esse foi um total líquido mais fraco de 22k ao longo da semana, já que os fundos fecharam 14k comprados e adicionaram 8k novos shorts. Os hedgers comerciais de soja adicionaram 15.000 novos hedges longos, o que ajudou a enfraquecer seus contratos líquidos vendidos em 19.000, para 179.807.
CHINA-PREÇOS RECUAM: Os preços locais da soja em Dalian foram mais fracos após o feriado do Ano Novo Lunar, caindo de 9 para 22 yuans/MT no mercado doméstico. Os preços da soja Dalian No2, mais competitivos na importação, subiram acentuadamente após o intervalo de uma semana na China, já que os primeiros meses registraram ganhos de 36 a 52 yuans/MT. Os preços do feijão de Dalian permanecem invertidos (atrasados) em ambas as classes.
EUA-EXPORTAÇÕES SEMANAIS: O USDA informou que 1,855 MMT de soja foram exportados durante a semana encerrada em 26/01, aumento de 16,6 mil MT em relação à semana passada e um aumento de 437 mil MT em relação à mesma semana do ano passado. A China foi o principal destino com 76% do total. A atualização semanal teve a exportação acumulada da temporada em 35.989 MMT até 26/01 – atrás do ano passado por apenas 461.035 T.
BRASIL-COLHEITA ATRASADA: Uma consultoria privada brasileira informou que a colheita de soja está 5,15% concluída, em comparação com o ritmo de 11,4% do ano passado.
ARGENTINA-O QUE ACONTECERIA COM A SOJA SE TIVESSE OS MESMOS BENEFICIOS DO PETRÓLEO? Qual preço você poderia vender soja dos produtores argentinos e desfrutar do mesmo benefício que as empresas petrolíferas? O governo federal aprovou esta semana um procedimento para que as empresas petrolíferas possam solicitar a isenção do pagamento de retenções por um volume de 20% das exportações de petróleo e gás natural, além de disponibilizar gratuitamente das divisas geradas por essas vendas. O benefício consiste não apenas em eliminar os direitos de exportação de 20% sobre o exportado, mas também as chamadas “retenções cambiais”, dado que essa proporção de divisas poderá ser mantida no exterior pelas petroleiras sem a obrigação de ingressá-la no sistema financeiro para ser transformado ao tipo de cambio oficial. O que ocorreria se esse mesmo fosse aplicado ao setor agrícola? Vemos um caso concreto ao considerar uma operação de soja Rosario condição câmara, que esta semana terminou com um preço de venta médio de 87.777 A$/tonelada (Sio Granos).
Com um valor FOB oficial de 615 US$/tonelada, vamos considerar um preço FAS de 580 US$/tonelada, o qual em uma proporção de 80% seria transformado em pesos ao tipo de câmbio comprador Banco Nación para obter, então, 85.400 $/ tonelada. Com os 20% restantes, as divisas mantidas no exterior poderiam ser trocadas por pesos pelo tipo de câmbio contado com liquidação (CCL) para obter um ingresso de 42.900 $/tonelada. A soma de ambos permitiria então obter um preço médio ponderado final de 128.300 $/tonelada, isto é, uma cifra 46% superior à marca registrada no mercado argentino. Se bem que se trata de um exercício teórico, pois a dinâmica comercial e logística do setor energético não é comparável à agroindustrial, o mesmo é útil para compreender a magnitude do benefício concedido ao setor hidrocarborífero, o qual, diferentemente do que sucede com o regime de “dólar soja”, é contínuo e não tem “data de vencimento”. O dólar CCL permite trocar pesos argentinos por dólares no exterior mediante a compra de títulos de dívida ou ações que cotizam em mercados internacionais. Fonte: Valor Soja
GIRO PELOS ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL: Mercado passa por recuperação, altas de até R$ 4,00 registradas
MERCADO: No mercado, mais um dia lento. Apesar de bons preços, produtor não vende os saldos velhos de soja, nem se sente seguro em firmar contratos futuros para a nova safra. Domínio absoluto das fábricas, inclusive no porto, onde há uma fábrica, para a soja gaúcha. De forma geral, o produtor tende a aguardar melhores preços, mas para que possam aproveitar o processo precisa ser lento, se for uma alta como a de hoje, expressiva e inesperada, o produtor segura esperando por novas altas, estratégia que comumente se mostra arriscada e traz resultados negativos.
No porto, as indicações para as fábricas foram de R$ 184,00 para pagamento em março sobre rodas, marcando valorização de R$ 4,00/saca. Já no interior do estado, as indicações foram de R$ 176,50 (+ R$ 3,50) em Cruz Alta, R$ 175,00 em Passo Fundo (+R$ 2,00/saca), R$ 176,00 em Ijuí (+ R$ 4,00), e R$ 175,00 em Santa Rosa e São Luiz (+ R$ 2,00). Em Panambi, os preços de pedra mantiveram-se a R$ 163,00 a saca.
O mercado deve ser acompanhado de perto para entender as tendências e as possíveis mudanças nos preços.
SANTA CATARINA: Alta expressiva de R$ 3,50/saca, 7.000 toneladas negociadas
De acordo com informações recentes do mercado, a soja produzida em Santa Catarina tem sido negociada a preços cada vez mais elevados, com uma valorização de R$3,50 por saca. O aumento do preço foi registrado na negociação de 7.000 toneladas de soja, que foram vendidas por R$175,00 por saca para entrega em março, com pagamento previsto para 28 de abril. Este aumento no preço da soja reflete a crescente demanda por grãos para alimentação animal e produção de biodiesel, bem como as condições climáticas favoráveis que estão contribuindo para a produção de boas safras.
PARANÁ: Preços seguem em boas recuperações, mas produtor ainda segura a mercadoria
Os preços continuam o movimento destacado na semana passada com firme recuperação em especial para o interior e marcam altas de até R$ 2,00/saca, mas os negócios seguem parados no mercado. Apesar dos preços subirem, o produtor segue se sentindo ameaçado e inseguro com a condição climática, que se mostra melhor em algumas regiões e pior em
outras.
No interior, as ofertas são escassas e os preços estão indicados a R$ 160,00, sem novos movimentos no balcão de Ponta Grossa e R$ 170,00, R$ 171,00 e R$ 172,00, respectivamente, para entrega em janeiro e pagamento em fevereiro, março e maio de 2023 marcando alta de R$ 2,00/saca para o contrato mais próximo e de R$ 1,00/saca para os mais distantes. Cascavel e Maringá por sua vez seguem alinhados e passaram por valorização de R$ 2,00/saca, indo a R$ 158,00. Pato Branco caiu um pouco abaixo ao se valorizar em R$ 1,00/saca e ir a R$ 157,00. No porto de Paranaguá, os preços indicados para entrega em fevereiro e pagamento em março e maio de 2023 foram de R$ 172,00 e R$ 173,00, respectivamente, sem novos movimentos, demonstrando que pouco se vê em ação do produtor.
Já para a safra 2023, as indicações de preço nominal foram de R$ 168,00 (perda de R$ 4,00/saca) para entrega em março e abril e pagamento em maio de 2023 no posto de Ponta Grossa e R$ 173,00 para entrega em fevereiro e março e pagamento em abril de 2023 no posto de Paranaguá. Demonstrando que o cenário é mais otimista a respeito dos estoques agora. Quanto as cotações internacionais do complexo de soja de hoje, o SOJA GRÃO subiu +1,70%, o FARELO subiu +3,21% e o ÓLEO subiu +1,15%. O dólar, por sua vez, subiu +0,04%, cotado a R$ 5,1150.
MATO GROSSO DO SUL: Dia ausente de movimentos, nada de negócios
Mato Grosso do Sul registrou um dia ausente de novos movimentos, sem marcar desvalorizações ou efetuar negócios. Os preços estão marcando poucos movimentos durante a semana nada mais indica do que um esforço interno dos agricultores do Estado
para não fixar preços e controlarem o valor pela ausência de oferta. Muitos agricultores e traders esperem para ver como a situação se desenrola antes de fazer negociações. O dia foi marcado por poucas fixações de preços e nenhuma negociação, deixando o mercado em um estado de incerteza. Atualmente, os preços da soja são os seguintes: Dourados a R$ 155,00, Maracaju a R$ 154,00, Sidrolândia a R$ 153,00, Campo Grande a R$ 155,00, São Gabriel a R$ 153,00, Chapadão do Sul a R$ 150,00.
MATO GROSSO: Dia de ótimas altas de até R$ 3,00/saca, mas segue com baixo volume de negócios
O mercado de soja em Mato Grosso viveu um dia de oscilações de preços, com altas até R$ 3,00/saca. No entanto, o volume de negócios continua baixo. A incerteza quanto ao clima e à produção da safra é apontada como a principal razão para esse cenário. Fatores como a falta de definição de preços, demanda por grãos e questões logísticas também afetam a comercialização da soja. Apesar da volatilidade, analistas acreditam que o mercado deve se estabilizar à medida que as informações sobre a safra sejam mais definidas. Ademais, o produtor continua extremamente inseguro para se livrar da soja velha. A variedade de condições climáticas e a diferença de produção entre as regiões podem ser algumas das principais razões para essa insegurança.
Neste cenário o produtor segue mais defensivo, sem efetuar grandes volumes em negócios e isso serve como termômetro dos próprios preços também. Os preços atuais são os seguintes: Campo Verde a R$ 149,00 (+ R$ 3,00/saca). Lucas do Rio Verde a R$ 149,00 (+ R$ 3,00/saca). Nova Mutum a R$ 149,00 (+R$ 2,00/saca). Primavera do Leste a R$ 150,00, (+ R$ 2,00/saca). Rondonópolis a R$ 151,00 (+ R$ 2,00/saca) e Sorriso a R$ 149,00 (+ R$ 3,00/saca).
MATOPIBA: Dia de poucos movimentos, nada de negócios com o mercado seguindo sem praticamente nenhuma resposta.
Em Balsas, no Maranhão, as cotações marcaram alta expressiva, fechando a R$ 157,00 (+R$ 5,00/saca). Já o Porto Franco-MA não se moveu, fechando a R$ 152,00. Pedro Afonso, que agora substitui Porto Nacional nas cotações, após desvalorização, trouxe o valor de R$ 146,90 sem se mover. Uruçuí-PI fechou o dia a R$ 154,00 sem diferenças e em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, o preço ficou a R$ 157,00, marcando também manutenção. A situação na região de MATOPIBA é bastante complexa em relação à produtividade, pois, assim como nas demais posições do Brasil, ela cresce ano a ano, mas as dificuldades de estrutura, inovação e transporte tem sido um importante obstáculo nesses momentos de perda de valor.
Fonte: T&F Agroeconômica