FECHAMENTOS DO DIA 03/02: O contrato de soja para janeiro23 fechou em queda de 0,15% ou $ 2,25 cents/bushel a $ 1532,0. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em queda de 0,15%, ou $ 2,25 cents/bushel a $ 1525,50. A cotação de maio24 fechou em queda de 0,13% ou $ 1,75 cents/bushel a $ 1360,0. O contrato de farelo de soja para março fechou em alta de 0,95% ou $ 4,7/ton curta $ 496,5 e o contrato de óleo de soja para março fechou, em forte queda de 3,08% ou $ 1,88/libra-peso a $ 59,06.
CAUSAS DA QUEDA: As fortes quedas do petróleo, dos óleos vegetais e do dólar, com valorização frente a outras moedas, pressionam a soja. As expectativas de uma grande colheita no Brasil adicionaram fraqueza. Enquanto isso, o farelo permaneceu firme, subindo para máximas de 8 anos devido a preocupações com a situação na Argentina.
NOTÍCIAS IMPORTANTES DO DIA 03/02
FARELO DE SOJA: DESDE NOVEMBRO A COTAÇÃO DO FARELO DE SOJA SUBIU 27%, ENQUANTO A SOJA SUBIU 8%: Desde o último bimestre de 2022, o contrato do farelo de soja de Chicago com vencimento em março iniciou uma recuperação ascendente atingindo um pico de US$ 488/t, um aumento de 27% desde 10 de novembro. Assim como o subproduto, a soja também registrou alta, mas de apenas 8%. Ou seja, é o movimento do mercado de farelo que está dando forte sustentação à soja, já que o óleo continua mais fraco. Em janeiro, a Argentina, maior exportador mundial, embarcou apenas 1,1 milhão de toneladas de farelo de soja, segundo dados preliminares da agência marítima NABSA. Se confirmado, seria o menor volume para janeiro desde 2002. Ou seja, apesar de as margens serem muito positivas para a industrialização, a indústria carro-chefe das exportações argentinas não está conseguindo capitalizar esses números por falta de matéria-prima para o processo.
EUA-NOVA VENDA: USDA informou uma venda de exportação privada para 132k MT de soja nova safra para destinos desconhecidos esta manhã.
EUA-VENDAS SEMANAIS: O USDA informou que 735.951 toneladas de soja foram encomendadas durante a semana encerrada em 26/01, queda em relação à venda de 1 MMT da semana passada e ficou abaixo da metade da mesma semana do ano passado, na parte inferior da faixa de estimativas. As vendas de novas safras foram de 192k MT para um livro futuro total de 718k MT.
ARGENTINA-MELHORA CONDIÇÃO DA SOJA: A Bolsa de Grãos de Buenos Aires informou que 46% de sua safra de soja estava em condições ruins ou muito ruins, o que melhorou em relação aos 54% da semana passada.
BRASIL-SOJA: A corretora StoneX revisou sua estimativa de produção de soja brasileira, já que os rendimentos no Mato Grosso compensaram a produção mais fraca no sul. Sua nova previsão é de uma safra de 154,2 MMT, em comparação com 153,8 MMT em sua projeção anterior. O Brasil informou que as exportações de soja em janeiro foram de 851.878 toneladas, abaixo dos 2.452 milhões de toneladas em janeiro de 22.
COMMERZBANK: CLIMA ADVERSO NA ARGENTINA DEVE SUSTENTAR PREÇO INTERNACIONAL: Problemas com a seca persistente e o calor extremo na Argentina devem sustentar os preços internacionais da soja, disse o banco alemão Commerzbank em relatório enviado a clientes, visto que o país é o terceiro maior produtor do mundo. O Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima a safra argentina em 36 milhões de toneladas, ante previsão anterior da agência de 45,5 milhões de toneladas. “Dito isto, a nova previsão está agora em linha com as avaliações de especialistas locais”, afirmou a analista Thu Lan Nguyen. “A Bolsa de Cereais de Buenos Aires prevê até um número um pouco menor, de 35,5 milhões de toneladas.” Segundo o Commerzbank, o preço da soja já vem subindo há um tempo considerável, diante de perspectivas cada vez mais sombrias de oferta – o USDA também reduziu significativamente a previsão para a safra dos EUA. “O contrato mais líquido na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) está sendo negociado quase 20% acima da mínima atingida no verão passado e deve permanecer bem sustentado no curto prazo com as notícias da Argentina”, concluiu a analista.
GIRO PELOS ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL: Mercado se recupera e vê altas de R$ 3,00/saca
MERCADO de soja disponível, vai de arrasto, com produtor fixando apenas aquilo que é essencial para a manutenção de sua família e propriedade. O mercado futuro (abril/maio) é inexistente. Tudo isso, em função do clima. Prêmios seguem cedendo lentamente no estado, e praticamente não se reportaram negócios. Apesar disso os preços se recuperaram muito bem em até R$ 3/saca como resposta a recuperação expressiva do dólar. Em comparação com os preços de ontem, a saca de soja foi oferecida por R$ 179,50 (ganho de R$ 3,00/saca) no porto de Rio Grande.
Já no interior os preços foram de R$ 175,00 em Ijuí, R$ 176,00 em Cruz Alta, R$ 175,00 em Passo Fundo e R$ 174,00 em Santa Rosa (ganho de R$ 2,00/saca para todas as regiões listadas). Ademais, aguardamos por novas informações a respeito do clima da região, esse definitivamente tem sido a maior preocupação, sem que a situação fique muito clara, mesmo com preços mais altos o produtor terá medo de abrir mão de mercadorias, pois não sabe qual será a situação dos estoques.
SANTA CATARINA: Recuperação expressiva de R$ 6,00/saca motivada pelo dólar
Preços assam pelas altas mais expressivas vistas nos últimos meses, após longos períodos de vai e volta, parecia ter ficado claro que a soja estaria se movimentando para baixo, mas hoje marcou retorno expressivo de R$ 6,00/saca para contratos mais próximos. Apesar disso, produtor continua defensivo e aguardando preços ainda mais altos, tendo vendido apenas 900 toneladas mesmo nessa alta. Com isso, preços a R$ 176,00 em São Francisco do Sul.
PARANÁ: Porto se recupera extremamente, interior marca poucos movimentos
De acordo com informações de especialistas da região, o preço da soja registrou uma alta muito considerável no porto de Paranaguá e na praça de Ponta Grossa. A causa da alta no preço seria o forte aumento do dólar, além do alivio na chuva que possibilitou o embarque da nova soja que estava aguardando até então, os preços de frete seguem pesados, mas a situação vê melhora rápida. Enquanto em Ponta Grossa o preço da soja passou por uma alta de R$ 7,00 por saca, em Paranaguá a alta foi ainda maior, chegando a R$ 10,00 por saca, com isso, a completude da perda vista na quinta-feira é superada e o mercado volta a estar mais competitivo com o cenário interno.
Com essa alta o preço no porto cotou hoje a R$ 172,00 para pagamento em 30/03. Essas são as indicações para a soja velha. Para a soja nova de 2023 o preço foi de R$ 175,00 para hoje com pagamento até abril de 2023. No interior a maior parte das regiões permaneceram imóveis, com Cascavel e Maringá ainda a R$ 158,00 e Pato branco acompanhando de perto a R$ 157,00. Ponta Grossa por outro lado marcou altas expressivas para soja velha ao ir a R$ 167,00 (alta de R$ 7,00 previamente explicitada) e com as indicações de soja nova em R$ 168,00. Por fim, o preço balcão em ponta grossa caiu R$ 2,00/saca e foi a R$ 160,00 marcando alta de R$ 2,00/saca.
MATO GROSSO DO SUL: Dia de poucos movimentos, MS não reage
Mato Grosso do Sul registrou um dia de poucos movimentos, sem efetuar negócios, fixações de preços seguem bem complicadas, ocorrendo em raríssimas ocasiões. Da mesma forma como tem sido visto nas demais regiões mais ao sul do país, produtores do MS se sentem inseguros em abrir mão de seus estoques, seja soja velha ou nova, isso se deve especialmente a insegurança com estoque. No entanto, em dias normais como hoje deveria ter ocorrido alta expressiva pelo menos de acordo com o dólar, mas com as fábricas competitivas na região, a baixa oferta controlada pelos produtores e a baixa do óleo isso não ocorreu. Os preços da soja são os seguintes: Dourados a R$ 155,00, Maracaju a R$ 152,00, Sidrolândia a R$ 153,00, Campo Grande a R$ 155,00, São Gabriel a R$ 153,00, Chapadão do Sul a R$ 150,50 (alta de R$ 3,00/saca).
MATO GROSSO: Mercado se recupera, negócios seguem parados
MERCADO: O mercado de soja em Mato Grosso viveu um dia com altas sendo vistas com muita expressão em algumas regiões, uma resposta bem claramente relacionada ao dólar que marcou excelente alta. Apesar das altas de hoje, o dólar ainda não encontrou fixação muito clara, nesse momento de implicação das variações do dólar o Brasil se destaca como excelente alternativa mesmo para os investidores mais defensivos. Isso tem efeitos positivos sobre as importações, mas muito negativos sobre as exportações e nenhum lugar se mostra mais afetado do que o maior Estado produtor de soja do Brasil.
SAFRA: A colheita da soja da safra 2022/23 em Mato Grosso atingiu até a esta sexta-feira 24,05% da área prevista, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em relatório semanal sobre os trabalhos de campo. Na semana, houve avanço de 10,44 pontos porcentuais. Já em relação à temporada anterior, a retirada da oleaginosa do campo está 22,61 pontos porcentuais atrasada, ante 46,66% reportados em igual período do ano passado. Há atraso também na comparação com a média dos últimos cinco anos, de 31,93%. A região mais adiantada é o médio-norte (29,57%), enquanto o nordeste do Estado está mais lento na colheita (14,62%).
MATOPIBA: Dia completamente ausente de variações
Com o mercado seguindo sem praticamente nenhuma resposta. Em Balsas, no Maranhão, as cotações marcaram manutenção, fechando a R$ 154,00. O Porto Franco-MA seguiu a tendência, também sem marcar variação e ficou a R$ 150,00. Pedro Afonso, que agora substitui Porto Nacional nas cotações trouxe o valor de R$ 144,90. Uruçuí-PI fechou o dia a R$ 153,00 e em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, o preço ficou a R$ 152,00, marcando manutenção. A situação na região de MATOPIBA é bastante complexa em relação à produtividade, pois, assim como nas demais posições do Brasil, ela cresce ano a ano, mas as dificuldades de estrutura, inovação e transporte tem sido um importante obstáculo nesses momentos de perda de valor.
Fonte: T&F Agroeconômica