Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 19,25 a 20,75 centavos, com o novembro/23 cotado a US$ 13,05¼ (- 1,56%) e o janeiro/24 a US$ 13,15½ (- 1,44%) o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ US$ 11,50, com o setembro cotado a US$ 403,80 (- 2,77%) e o dezembro a US$ 380,50 (- 2,93%), a tonelada curta. O setembro na mínima do dia (US$ 403,10), registrou a menor cotação desde 13 de julho e o dezembro na mínima do dia, (US$ 379,80), registrou a menor cotação desde 29 de junho. O setembro e o dezembro registram nas últimas cinco sessões uma queda de 3,47% e 3,50%, respectivamente.
O óleo de soja fechou novamente em alta, com o dezembro registrando um ganho de 1,19%. Na máxima do dia (62,69), o dezembro registrou a maior cotação desde 28 de junho. O dezembro registra nas últimas cinco sessões uma alta de 3,31%.
A soja fechou em baixa, devolvendo os ganhos de ontem, acompanhando as fortes quedas do farelo, do milho e do trigo. O óleo foi a exceção, fechando em alta, sustentado pela demanda nos EUA para o seu programa de biodiesel e pelo óleo de palma que subiu apoiado pelos dados dos estoques da Malásia, que apesar de haverem aumentado no mês passado mais do que os esperado, continuam abaixo dos do ano passado.
O principal fator responsável pela queda da soja foi a melhora das condições das lavouras informada pelo USDA em seu boletim semanal de acompanhamento de safras divulgado no final da tarde de ontem.
O percentual das lavouras da soja classificadas como boas ou excelentes aumentou para 59% de 54% na semana anterior. São ainda 29% das lavouras em condições regulares e 12% em condições ruins ou muito ruins. Há uma semana, estes percentuais eram de 32% e 12%, respectivamente.
O mercado segue monitorando a conclusão da safra americana; a demanda pela soja dos EUA que tem estado bastante forte nas últimas semanas e, aos poucos, dando espaço também às informações que chegam da América do Sul para o plantio da nova safra que começa em menos de um mês.
Ainda nesta terça-feira, os mercados sentem também a pressão vinda das preocupações com os dados que reforçam a fraqueza da economia da China. O Banco Central da China, sem qualquer sinalização ou aviso prévio, cortou um conjunto de taxas de juros importantes e seguiu com cortes em outras taxas frente à dificuldade de recuperação de sua economia depois do Covid-19.
“Todos os principais indicadores de atividade ficaram abaixo das expectativas em julho, com a maioria estagnada ou quase sem expansão mensal. E com os problemas financeiros de incorporadoras como a Country Garden provavelmente pesando no mercado imobiliário no curto prazo, há um risco real de a economia cair em recessão, a menos que o suporte seja aumentado em breve”, disse à Reuters, Julian Evans-Pritchard, economista da Capital Economics.
Esmagamento EUA
Os novos números divulgados pela NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) nesta terça-feira (15) trazem o esmagamento de soja norte-americana de 4.72 milhões de toneladas no mês de julho. O volume supera as expectativas do mercado de 4.66 milhões de toneladas e o volume esmagado no mês passado de 4.94 milhões de toneladas.
O processamento de soja nos EUA em julho foi recorde para o mês e, na comparação anual, registrou um aumento de 1,80%.
Os estoques de óleo de soja no mês passado, nos EUA, foram reportados em 1.527 bilhão de libras, abaixo da média esperada pelo mercado de 1.687 bilhão de libras. Este é o menor volume em 10 meses e, em relação ao mesmo período de 2022, os estoques são 9,30% menores.
Exportações Brasil
As exportações brasileiras de soja devem totalizar 7.8 milhões de toneladas este mês, estima a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), que atualiza as suas estimativas semanalmente com base na programação dos portos.
O volume é inferior às 7.9 milhões de toneladas previstas na semana anterior, mas supera as 5 milhões de toneladas exportadas em agosto de 2022.
A ANEC também reduziu de 2.2 milhões para 2.05 milhões de toneladas, a sua estimativa para as exportações de farelo de soja. Porém, caso a estimativa se confirme, as exportações terão aumentado em relação às 1.7 milhão de toneladas embarcadas no mesmo mês do ano passado.
Fretes Brasil
O mercado de fretes está bastante aquecido no Brasil e, segundo o pesquisador da ESALQ-LOG, Fernando Bastiani, reflete dois fatores principalmente: as safras recordes e o atraso da colheita do milho. “Estamos de duas a três semanas atrasados em relação ao ciclo passado, reflexo das chuvas do início do ano, que acabou atrasando a safra da soja, e isso com certeza tem impacto no mercado de fretes”, disse, durante entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta terça-feira (15).
Ao contrário também do ocorreu no ano passado, neste mesmo período e principalmente em setembro, já era possível ver este mercado recuando, coisa que não acontece em 2023. Além disso, os valores não se arrefecem no mesmo ritmo do que o ano passado em função não só dos maiores volumes de milho sendo escoados, mas também mais soja e mais açúcar ao ser comparados com a safra anterior, bem com a demanda maior também por transporte de insumos, em especial fertilizantes.
“A tendência é de que os preços continuem bastante elevados até o final do ano diante deste alto volume que o Brasil ainda precisa escoar. Assim, de uma maneira geral, nossas estimativas dão conta de que os preços dos fretes devem seguir de 10% a 15% maiores quando comparado com o mesmo período do ano passado, neste segundo semestre”, disse Bastiani.
E ele ainda indica que os preços do óleo diesel estão menores do que no mesmo período de 2022, o que justifica de forma ainda mais clara que as altas nos fretes estão, primariamente, atreladas às super safras do Brasil.
Como referência, o pesquisador citou a rota Sorriso/MT até o terminal hidroviário de Itaituba/PA fechando julho com média de R$ 315,00 por tonelada, podendo alcançar, em agosto, algo como R$ 330,00.
Milho fecha em baixa com a melhora das condições das lavouras nos EUA
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 11,75 a 12,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,64 (- 2,47%) e o dezembro a US$ 4,75½ (- 2,51%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 4,62), registrou nova mínima contratual e o dezembro na mínima do dia (US$ 4,73¾), registrou nova mínima contratual. O setembro e o dezembro registram nas últimas cinco sessões uma queda de 4,84% e 5,01%, respectivamente.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 17,50 a 17,75 centavos, com o setembro cotado a US$ 5,98½ (- 2,84%) e o dezembro/23 a US$ 6,23¾ (- 2,77%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 5,95¾), registrou a menor cotação desde 31 de maio e o dezembro na mínima do dia (US$ 6,21¾), registrou a menor cotação desde 31 de maio. O setembro e o dezembro registram nas últimas cinco sessões uma queda de 8,84% e 8,58%, respectivamente.
A safra de trigo na Rússia, maior exportador global, seguiu sendo o principal fator da queda dos preços da commodity na bolsa de Chicago.
As exportações russas de trigo totalizaram 1.2 milhão de toneladas na semana em 10 de agosto, o maior volume em dois anos, segundo dados da consultoria SovEcon.
“O volume atual das exportações russas é um fator que pressiona os preços globais, mas a queda na competitividade do trigo russo provavelmente causará uma desaceleração nas vendas no curto prazo”, indicou em nota, Andrey Sizov, analista da SovEcon.
As vendas russas, no entanto, podem perder espaço no curto prazo, já que os fretes para os embarques de grãos no Mar Negro aumentaram consideravelmente após o fim do acordo de exportação de grãos da Ucrânia pela rota marítima, em julho.
O avanço das safras de trigo nos Estados Unidos completou contribuiu para a queda em Chicago. A colheita da safra de inverno atingiu 92% da área até o último domingo, acima dos 89% registrados um ano antes. Já para as lavouras de primavera, a colheita atingiu 24%, e também está acima dos 15% colhidos um ano antes, mostraram dados do USDA.
Exportações Brasil
A ANEC estima que as exportações de milho em agosto totalizem 9 milhões de toneladas, acima da previsão de 8.8 milhões de toneladas divulgada na semana passada. O volume é maior que as 6.9 milhões de toneladas exportadas em agosto de 2022.
A ANEC dobrou a sua estimativa dos embarques de trigo, para 50.000 toneladas. No ano passado, o País não exportou esse cereal em agosto.
MT
O IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório com atualizações sobre a safra de milho. O levantamento destaca que a colheita do milho no estado está praticamente encerrada.
O levantamento realizado pelos técnicos do Instituto demonstra que a colheita atingiu 98,83% da área plantada até a última sexta-feira (11).
Das regiões do Mato Grosso, a Norte foi a mais adiantada, com a colheita já encerrada. Logo em sequência vem Médio-Norte (99,78%), Noroeste (99,6%), Nordeste (99,57%), Oeste (99,04%), Centro-Sul (98,69%) e Sudeste (95,12%).
Utilizando dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o IMEA informou que o Mato Grosso exportou 2.54 milhões de toneladas de milho durante o mês de julho/23.
Este volume é 269,08% superior ao de junho/23, mas 17,54% menor do que o de julho/22.
“Essa queda anual foi causada pela prolongação do período de escoamento da soja neste ano, que acabou aumentando a competitividade com o milho nos terminais de embarques”, indicou o relatório.
De agora em diante, o IMEA estima um aumento dos embarques, mas alerta para possibilidade de problemas logísticos à frente. “Com a finalização da colheita no Estado e a necessidade dos produtores de liberar espaço nos armazéns, a tendência é que os volumes escoados aumentem em agosto, como já acontece sazonalmente. Um ponto de atenção continua sendo a logística, que será ainda mais desafiadora diante da estimativa de exportação de 30.12 milhões de toneladas da safra 2022/23”.