Análise semanal da tendência de preços
Fatores de alta:
a) Inundações no RS, que afetarão 24% da safra e danificaram a estrutura logística, impedindo embarques de soja programados para maio, junho e julho, obrigando as Tradings a buscar substitutos em outros portos;
b) atraso na colheita da Argentina: A Bolsa de Cereais de Buenos Aires disse que os trabalhos alcançaram na última semana 36,2% da área apta, avanço de 10,6 pontos porcentuais na semana e atraso de 12 pontos porcentuais em relação à média das cinco temporadas anteriores.
A condição das lavouras de soja no país piorou levemente. Segundo a bolsa, 75% da safra apresentava condição entre normal e excelente, ante 76% na semana anterior. A parcela em condição regular ou ruim subiu de 24% para 25%;
c) No Brasil, a elevação de B10 para B12 está estimulando a demanda e o esmagamento de soja, que encontra uma oferta reduzida pelos problemas da última safra, resultado em leve alta: as cotações da soja em Chicago subiram 4,91% no mês, 3,64% na semana e 0,99% no dia, enquanto os preços no Brasil subiram 1,64% no mês, 2,1% na semana e 0,94% no dia. O farelo de soja subiu 5,83% no mês em Chicago, 7,79% na semana e 2,63% no dia; no mercado interno o farelo subiu 9,74% no mês e na semana.
Já o óleo de soja subiu 0,31% no mês em Chicago e recuou 5,59% na semana e 0,35% no dia; no mercado interno o óleo subiu 2,42% no ano e permaneceu inalterado no mês, na semana e no dia.
FATORES DE BAIXA
a) A grande oferta mundial: os estoques finais estão aumentando – eram 93,09 MT na safra 21/22, subiram para 101,31 na safra 22/23 e são 114,22 MT na safra 23/24, o que significa que está sobrando cada vez mais soja no mundo. A maior prova disto são os prêmios negativos na América do Sul, deixando os compradores confortáveis, sem precisar subir o preço para conseguir matéria-prima;
b) Fortalecimento da economia americana, que mantém o dólar valorizado e tira a competitividade da soja brasileira: o dólar no Brasil recuou 2,37% no mês, 0,91% na semana e 0,85% nesta sexta-feira.
FECHAMENTOS DO DIA 03/05
O contrato de soja para maio24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,99%, ou $ 11,75 cents/bushel a $ 1201,75. A cotação de julho24, fechou em alta de 1,33% ou $ 16,0 cents/bushel a $ 1215,00. O contrato de farelo de soja para julho fechou em alta de 2,01% ou $ 7,3 ton curta a $ 372,3 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -0,37% ou $ -0,16/libra-peso a $ 43,08.
ANÁLISE DA ALTA
A cotação da soja terminou a sessão e a semana em alta em Chicago como resposta às graves inundações que se registraram no Rio Grande do Sul, no extremo do Brasil, onde ainda estão nos campos por serem colhidos entre 4 e 5 milhões de toneladas de oleaginosa.
As perdas não são apenas produtivas, mas também na infraestrutura logística, com danos em pontes, caminhos e rotas, todas as obras necessárias para o fluxo do comércio agrícola. Cabe acrescentar que se bem se previu que as precipitações excessivas –más de 400 milímetros nos últimos 4 dias– foram minguando durante o final da semana, o padrão de umidade se manteve durante pelo menos a primeira quinzena de maio. Isso dificultará a baixa dos rios tranbordados e dos campos.
Outros fatores que influenciaram de maneira altista o mercado de soja americana forçaram a valorização do real em relação ao dólar, que reduziram a competitividade para as exportações do Brasil que recebem menos reais por seus grãos e o atraso do plantio, as chuvas nas zonas do Médio Oeste.
Vale esclarecer que este último hoje foi altista, mas a manhã pode passar do lado dos fundamentos baixistas dado o benefício que implica o acúmulo de umidade para o equilíbrio hídrico em zonas como o oeste e o norte do cinturão de soja e milho, onde era necessário.
O Adido Agrícola do USDA na Argentina estimou a produção real de soja em 49,50 milhões de toneladas, abaixo dos 50 milhões previstos que o organismo informou em seu relatório oficial de abril, tanto que a produção 2024/2025 foi projetada em 51 milhões de toneladas.
Fonte: T&F Agroeconômica
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