Por T&F Agroeconômica
CHICAGO: Soja sobe novamente mais 2,75% fechando a semana acima da linha de suporte
O contrato de soja para julho22 fechou em leve alta de 2,75% ou $ 43,75 cents/bushel a $ 1635,0. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em alta de 2,09%, ou $ 28,50 cents/bushel a $ 1390,50. O contrato de farelo de soja para julho fechou em nova forte alta de 2,36 ou $ 11,1/ton curta a $ 481,1 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em alta de 1,69% ou $ 1,07 libra-peso a $ 64,24.
Recuperação estendida nas compras de oportunidade, após os valores estarem localizados em patamares mínimos dos últimos 6 meses. Somado a isso, o mercado retirou o medo de uma recessão global, interpretando uma demanda que se manteria sólida. As previsões meteorológicas com pouca chuva para as últimas semanas de julho adicionaram um sentimento altista.
Os dados da CFTC mostraram que as posições dos Fundos em soja estavam com 19.450
contratos de compra líquida a menos na semana que terminou em 5/7. Isso ocorreu com o fechamento de em 11,6k contratos de compra em aberto e a abertura de 7,8k novos contratos de venda. Já os hedgers comerciais de soja reduziram sua posição vendida líquida em 23.589 contratos para 168.327 contratos. No farelo de soja, a CFTC informou que os Fundos tinham de 65.777 contratos de compra em aberto, um aumento de 3.320 semanas/semana. Para o óleo de soja eles reduziram sua compra líquida em 8.676 contratos para 24.929.
Sobre o relatório WASDE de julho do USDA, o mercado espera um corte médio na produção de soja de 117,8 mbu (3,21 MT) para 4,522 bbu (123,06 MT). A gama completa das estimativas oscila entre 4.482 bbu (121,98 MT) e 4.709 bbu (128,15 MT) para o relatório da próxima terça-feira.
O relatório semanal de vendas de exportação do USDA mostrou um cancelamento líquido de 160 mil toneladas de vendas de grãos de safra velha durante a semana que terminou em 30/06. Isso ocorreu quando as vendas para a Holanda, Alemanha e México compensaram por cancelamentos de desconhecidos e da China. As vendas de soja nova safra foram de 240.089 T. Isso deixou o registro para frente em 13.738 MT, um aumento de 46% em relação ao nível do ano passado. As exportações de soja da safra velha foram de 504.880 T de acordo com o relatório, definindo o total acumulado em 52.165 MT em 30/06.
Os dados do censo apontaram a exportação de soja de maio em 88,7 mbu (2,41 MT). Essa foi a segunda menor nesta temporada, atrás dos 79,65 mbu de setembro, mas ainda foi uma alta de 3 anos para maio. Até maio, o Censo tem 1.871 bbu (50,92 MT) de exportações de soja – ou 83% do total previsto de junho do USDA WASDE. Nos produtos, o Censo informou que 1.036 MT de farelo de soja foram embarcados em maio, que foi o segundo maior para o mês já registrado, mas caiu 4% em relação a abril. As exportações de óleo de soja foram de 33.516 T – queda de 56% mês/mês, mas alta de 3,7% em relação a maio de 21.
Análise semanal da tendência dos preços:
Mas, aproveitamos para lembrar que, em nossas entrevistas à mídia e em nossos comentários neste espaço durante os meses de março e maio recomendamos várias vezes a venda de contratos futuros em Chicago. Quem seguiu nossas instruções vendeu soja no físico ao redor de R$ 10-20,00/saca a mais do que neste momento, dependendo da localização e, se fez operações no mercado futuro, teve chance de ganhar até US$ 40/tonelada.
GIRO PELOS ESTADOS
- RIO GRANDE DO SUL: Preços em queda de R$ 1-2/saca em resposta a pressão cambial
Dia de altas pela CBOT e baixas pelo câmbio, com apenas negócios pontuais ocorrendo. Pode-se facilmente perceber que o foco não está na soja para esse período, os preços seguem se distanciando das ideias do produtor cada vez mais na maioria das regiões, claro que ocorrem dias de alternância, onde se marca uma recuperação, mas os dias subsequentes sempre empurram os preços para baixo em uma conjuntura mais panorâmica.
PREÇOS DE PEDRA: permaneceu em R$ 176,00 sem marcar movimentos.
PREÇOS NO PORTO: após algumas altas nos últimos dois dias, retorna à programação original onde a conjuntura é de queda, mais R$ 1,00/saca de queda, levando o preço a R$ 193,00.
PREÇOS NO INTERIOR: assim como no porto, o interior marcou quedas, com Ijuí caindo em mais R$ 2,00/saca e indo a R$ 188,00. Cruz Alta se desvalorizou em R$ 3,00/saca e foi a R$ 189,00. Passo Fundo se desvalorizou em R$ 4,00/saca e foi a R$ 188,00. Santa Rosa, por fim, se desvalorizou em R$ 1,00/saca e foi a R$ 189,00.
- SANTA CATARINA: Mesmo com alta de R$ 2,00/saca, poucos negócios ocorreram
Diferente de Rio Grande do Sul, Santa Catarina se valorizou mesmo diante da baixa do dólar, aspecto que se deve principalmente a consideração de valores pegos no dia, durante o pregão da manhã houve uma leve alta de R$ 2,00/saca, onde foram efetuados os negócios bastante pontuais do dia. Segundo corretores da região, cerca de 600 toneladas foram negociadas a R$ 195,00 após valorização de R$ 2,00/saca.
- PARANÁ: Porto e Ponta Grossa tiveram queda de R$2,00/saca
Após dois dias de pequenas altas o mercado retorna a marcar baixas. As variações ocorrem sempre com respostas inversamente proporcionais entre Chicago e Dólar, quase sempre que um cai o outro sobe, Nesta sexta-feira, em Chicago o grão subiu +2,75%, o farelo a +2,36% e o óleo a +1,69%. Já dólar se desvalorizou em 1,44%, indo a R$ 5,2680.
PREÇOS NO PORTO FUTUROS: R$ 190,00 para 05/08, marcando desvalorização de R$ 2,00/saca, R$ 192,00 para 26/08 caindo em R$ 2,00/saca e R$ 194,00 para 10/09, caindo em R$ 2,00/saca.
PREÇOS NO INTERIOR: com exceção de Ponta Grossa que caiu em R$ 2,00/saca, indo a R$ 185,00, todas as demais posições permaneceram nos níveis anteriores, com Cascavel e Maringá a R$ 173,00 e Pato Branco a R$ 172,00.
BALCÃO: Ponta Grossa a R$ 175,00, marcando queda de R$ 2,00/saca.
PONTA GROSSA FUT: R$ 189,00 para pagamento em 26/09, perdendo R$ 1,00/saca.
- MATO GROSSO DO SUL: Altas de R$ 3,00/saca com Chicago subindo mais que a queda do dólar
Reagindo as expressivas altas de Chicago, Mato Grosso do Sul passa por um bom dia, marcando positividade e bom volume em negócios, segundo corretores da região, cerca de 20.000 toneladas foram negociadas. Com isso, vamos aos PREÇOS: quase todas as posições subiram em R$ 3,00/saca, com exceção de Chapadão que subiu em R$ 2,00/saca, Dourados foi a R$ 175,00. Campo Grande a R$ 175,00. Maracaju a R$ 174,00. Chapadão do Sul a R$ 170,00. Sidrolândia, por fim, a R$ 173,00.
- MATO GROSSO: Alta geral de R$ 4,00/saca; safra ainda depende de alguns fatores
Com a alta das cotações em Chicago, que superaram a queda do dólar, o mercado respondeu especialmente a uma pressão de demanda, visto que no dia referido não houve grande expressão de Chicago e uma considerável queda no dólar, como mostra a tabela ao lado.
A intenção de área foi mantida em 11,81 milhões de hectares, aumento de 2,92% ante a safra 2021/22. No que tange à produtividade, neste primeiro momento as projeções ficam limitadas, visto que alguns pontos que podem impactar no Decorrer da safra ainda estão em aberto, como: condições climáticas, ocorrência de pragas e doença, incertezas dos investimentos em insumos e tecnologia para a próxima temporada — devido ao alto custo de produção — e a indefinição quanto a oferta de insumos no mercado mundial. Por outro lado, segundo os dados do NOAA, alguns municípios produtores do estado poderão contar com precipitações acima da média no mês de setembro, com intensificação das chuvas para todo estado em outubro.
Diante desse cenário, a produtividade permanece estimativa em 58,58 sc/ha, indicando um recuo inicial de 1,26% em relação aos rendimentos da safra 2021/22. Por fim, a produção da safra 2022/23 continua estimada em 41,51 milhões de toneladas de soja, representando uma alta de 1,62% ante a safra 2021/22, segundo o IMEA.
- MATOPIBA: movimento apenas em Balsas e Uruçuí
Região de Balsas no Maranhão volta a trazer novas cotações e marca alta de R$ 4,00/saca, levando o preço a R$ 170,00, recuperação parcial em relação aos R$ 11,00/saca perdidos na quarta-feira. O porto maranhense de Itaqui ficou a R$ 164,00. Porto Nacional-TO, por sua vez, segue a R$ 158,40. Uruçuí-PI a R$ 148,40 após queda bem expressiva de R$ 10,00/saca. Por fim, em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, preço ficou a R$ 166,00, com maio de 2023 indo a R$ 151,00.
Fonte: T&F Agroeconômica