As moléculas herbicidas em sua forma pura (ingrediente ativo ou equivalente ácido), precisam ser formuladas, para que possam permanecer estáveis e, formar as caldas que serão aplicadas.
Na formulação de um produto podemos encontrar a mistura da molécula herbicida com solventes, surfactantes e ingredientes inertes.
As formulações dos herbicidas, podem ser nas formas sólida ou líquida.
Formulações sólidas
As formulações sólidas podem ser:
- pó molhável (PM);
- pó solúvel (PS);
- Grânulos dispersíveis em água (GRDA ou dry flowable);
- Granulados (GR).
Pó molhável (PM): é uma formulação sólida de pó. Sua aplicação é feita sob a forma de suspensão, após a dispersão em água.
É uma formulação seca, moída de forma muito fina. O ingrediente ativo é combinado com argila moída e alguns aditivos com função de melhorar a suspensão em água.
Durante a aplicação, a formulação PM precisa de uma agitação contínua no tanque.
Os produtos feitos na formulação PM, geralmente, são constituídos por 50 a 80% de ingrediente ativo.

Pó solúvel (PS): o ingrediente ativo é totalmente solúvel em água, não requerendo agitação durante aplicação.
Grânulos dispersíveis em água (GRDA ou dry flowable): é uma formulação sólida constituída de grânulos, ou seja, o ingrediente ativo é combinado com uma partícula maior (grânulo).
A aplicação da formulação GRDA é feita sob a forma de suspensão após ter sido feita a desintegração e dispersão em água.
A principal vantagem das formulações GRDA é a maior concentração de ingrediente ativo, o que reduz o volume de calda utilizado.
Granulados (GR): são grânulos com concentração de 2 a 20% do ingrediente ativo. Não precisam ser misturados e estão prontos para serem aplicados.
Em geral, as formulações GR, dispensam o uso da água e são mais seletivos, porém têm maiores custos e precisam de equipamentos adequados para aplicação e de umidade no solo para que o ingrediente ativo seja liberado.
Formulações líquidas
As formulações líquidas podem ser:
- Soluções (S);
- Concentrado emulsionável (CE);
- Suspensão concentrada (S) ou “flowable”;
- Emulsões concentradas.
Soluções (S): é composta do soluto (ingrediente ativo), e do solvente (água, álcool, acetona, etc).
Uma formulação em solução precisa ser solúvel em pelo menos 25% por litro do solvente.
Geralmente, quando utiliza-se formulações em solução, é preciso adicionar surfactante a calda de pulverização. Isso ocorre devido à baixa penetração foliar.
Concentrado emulsionável (CE): formulação homogênea, aplicada depois da diluição em água, sob a forma de emulsão.
Os produtos em formulações de emulsões são, sistemas termodinamicamente instáveis, ou seja, são compostos por dois líquidos imiscíveis.
Por isso, as formulações CE possuem um solvente não-polar (ingrediente ativo), dissolvido no solvente, e um agente emulsificante.

Suspensão concentrada (S) ou “flowable”: este tipo de formulação, é composta por uma suspensão estável de ingredientes ativos num veículo líquido. Além disso, pode conter outros ingredientes ativos para aplicação após a diluição.

Nas formulações de suspensão concentrada, o princípio ativo sólido é mantido suspenso em água, o que facilita o manuseio.
Emulsões concentradas: é uma emulsão de ingrediente ativo de baixo ponto de fusão ou líquido. É uma alternativa ao concentrado emulsionável.

Observamos pelo texto que, os agitadores de calda são muito importantes neste processo, pois eles permitem que a calda seja pulverizada de forma homogênea em toda área.
Sem a agitação constante da calda, algumas formulações podem decantar e concentrar no fundo do tanque de pulverização. Se isso acontecer, haverá redução na eficácia de controle das plantas daninhas, pois o produto não será distribuído igualmente na área.
Além disso, pode haver entupimento dos bicos quando o volume de calda for mais baixo no tanque.
Conclusão
As formulações dos herbicidas podem ser sólidas ou líquidas, e servem para que o ingrediente ativo fique estável durante o armazenamento até a sua aplicação. Elas também facilitam o manuseio dos produtos.
No texto de hoje vimos as principais formulações de herbicidas no mercado e por que os agitadores de tanque são tão importantes.
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Sobre a Autora: Ana Ligia Girardeli, Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente, estou cursando MBA em Agronegócios.
Boa noite,
Minha observação diz respeito a este parágrafo, quando é citado “decantar”, será que o termo correto não seria “sedimentar”?
Sem a agitação constante da calda, algumas formulações podem decantar e concentrar no fundo do tanque de pulverização. Se isso acontecer, haverá redução na eficácia de controle das plantas daninhas, pois o produto não será distribuído igualmente na área.
Eu creio que o conceito seja relativo. Dependendo da formulação do produto ele pode tanto decantar quanto sedimentar.
Futuramente, poderia citar em quais casos seria mais eficaz cada tipo de formulação, de acordo com clima, cultura ( os dados nescessário).
Agradecimentos