TRIGO RS: Vendedores querendo limpar armazéns para receber milho (dezembro) e soja (abril); qualidade caindo
Os moinhos já estão começando a tirar o pé nas compras, esperando uma possível baixa no início do ano que vem, por pressão da abertura de espaço para receber milho e soja. Os preços estão andando de lado, a passos lentos, na casa de R$ 720,00 para PH 74 e R$ 750,00 PH 77 acima, FOB.
Para trigos melhores o cenário é de estabilidade, pelo menos no curto prazo, não se vê possibilidade de redução. Existe uma boa possibilidade de uma nova onda de compras por parte dos moinhos paranaenses, uma vez que o trigo argentino vai ficar caro (com a previsão de retenciones e quebra da safra). Então a chave dos preços do trigo no RS será o PR, junto com a exportação, que deverão ditar a maior ou menor demanda local. Para trigos de panificação os preços continuam, pela terceira semana consecutiva, ao redor de R$ 800/820,00/t CIF moinhos. Branqueador raramente abaixo de R$ 900,00/t. O ponto chave no momento é a falta de espaço de armazenagem; a maior parte dos cerealistas quer se desfazer do trigo para receber milho (a partir de dezembro) e soja (a partir de meados de março/abril). Quem não precisa vender e que tem espaço pra armazenar, principalmente clareador, não quer vender, quer esperar passar dos mil reais. Novembro foi bem diferente, havia pressão enorme para vender, com o Paraná levando bastante trigo do RS e ofertas sumindo. Os primeiros lotes foram de excelente qualidade; hoje, está começando a aparecer PH 74/75/ máximo 78. Os últimos caíram o padrão de qualidade e estão bem mais caros.
TRIGO SC: Preços inalterados pela terceira semana consecutiva
Alguns compradores de moinho estão preocupados com o final da disponibilidade local e a necessidade de usarem trigo importado que estaria mais caro, como mostra nossa tabela que calcula os preços importados abaixo: os preços por via fluvial chegariam ao Oeste do Estado ao redor de R$ 1002,0/t (11,33% mais caros) e os preços por via marítima chegariam ao Leste do Estado ao redor de R$ 1.025,00/t (13,89% mais caros). O principal indício de que os preços do trigo irão subir no PR é que as Tradings compraram quantidades significativas de trigo local para revendê-las na entressafra. Mesmo assim, a atitude de muitos moinhos é a de ficarem de fora das compras, comprando apenas pontualmente dos produtores que aceitam recuar um pouco o preço. A maior parte das ofertas, porém, está acima de R$ 920,00/t CIF. Nós acreditamos que este
será um preço baixo dentro de 30 dias.
TRIGO DE SP PARA CIMA: Os preços importados subiram 0,51%, mas o dólar caiu 2,31% na semana
Os preços do trigo argentino subiram um dólar/tonelada, nesta semana, passando e US$ 193 para US$ 194/tonelada FOB, o que representaria 0,51% de alta. Mas, no mesmo período, o dólar caiu 2,32%, passando de R$ 4,2405 para R$ 4,14,21, melhorando os custos dos moinhos importadores netos (situados principalmente de SP para cima). Há que se ressaltar, porém, que esta não é uma conta para o mercado spot, mas para o médio e longo prazo, uma vez que as operações de importação/exportação demoram entre 45 e 60 dias para serem efetivadas e as programações são feitas, hoje, com o preço e o dólar de março, por exemplo ou o mês objeto da operação. Por isto, é importante seguir a correlação preço/dólar dos meses futuros, embora ela quase sempre se situe em percentuais próximos aos do mercado spot.
TRIGO ARGENTINO: À espera das decisões do novo governo, mas com disponibilidade já muito apertada
“O trigo recebido em barcaças, no Oeste do Paraná, enfrenta o problema do caudal de água muito baixo, que não ajuda para carregar; em janeiro, com as chuvas, espera-se que melhore esta situação. Em termos gerais o mercado está aguardando as primeiras ações do novo governo a respeito das retenções…todo mundo imagina que irão ser implantadas, mas as dúvidas maiores são a respeito de qual será a dimensão das mesmas. Com relação à disponibilidade, há quebra real da safra e a Argentina ainda assim deverá ter um estoque apertado para fornecer aos seus principais demandantes (moinhos e mercado internacional). Das 13,4 MT disponíveis, os exportadores já compraram 10,4 MT, segundo Minagri desta semana, restando 3,4 MT para vender a todos os países. Destas o Brasil já comprou cerca de 3,2 MT e precisará comprar pelo menos mais 2,3 MT, deixando pouca margem para terceiros e para o estoque final” (corretor argentino).
TRIGO PARAGUAI: País já exportou 382 mil tons em 2019, cerca de 33 mil t a mais do que o ano anterior
As exportações de trigo paraguaio em novembro totalizaram 23,4 mil toneladas, um volume de 77% ou 37 mil toneladas mais baixas do que em novembro de 2018, quando foram indicadas 47 mil toneladas. O total acumulado de 2019 vs 2018 são 382 vs 349 mil toneladas nos mesmos onze meses primeiros meses, 33 mil toneladas a mais em 2019. Preços estáveis no mercado regional brasileiro com a moeda brasileira valorizando 0,33%. Também não houve mudanças nos preços no Paraguai e os negócios estão no prazo.
TRIGO URUGUAI: Colheita chegou a quase 50% no sul do país, com disparidade de qualidade; os estoques são os mais baixos desde 2011
A colheita de trigo avança com disparidade nos resultados em rendimento e qualidade. Aqueles que escaparam das chuvas abundantes que atingiram o norte do país durante o período de enchimento de grãos alcançaram melhores resultados. No sul, o avanço da colheita de trigo ainda não chega a 50% da área. Álvaro Núñez, gerente técnico da Unión Rural de Flores, destacou que em sua área têm um avanço de área de 35%, que avança no tempo e na forma. Os estoques de trigo a partir de 1º de novembro foram os mais baixos, desde que há registros (2011).
Totalizaram 78.738 toneladas, quase 42.000 toneladas a menos do que em outubro e bem abaixo das 99.400 toneladas registradas no mesmo mês do ano passado, de acordo com os últimos dados publicados pelo Ministério da Pecuária, Agricultura e Pescas com base em dados do Plano Silos Nacional.
Existe disponibilidade de trigo gaúcho para exportação, mas vai depender do preço
Como demonstramos nesta semana, o RS deverá ter uma disponibilidade ao redor de 640 mil toneladas para vender a outros estados ou para exportação, dependendo de quem pagar melhor.
FONTE: T&F Agroeconômica