A cultura avança para a fase final do ciclo, apresentando adequado desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. A maior parte das lavouras encontra-se entre os estádios de enchimento de grãos (58%) e maturação fisiológica (18%), e as semeaduras mais tardias ainda se situam em espigamento e floração (20%). A colheita está incipiente, em proporção pouco inferior a 1% da área cultivada.

O potencial produtivo permanece elevado, dependendo do nível tecnológico e das condições locais. As lavouras de maior investimento demonstram elevada uniformidade e sanidade, com expectativas superiores a 3.900 kg/ha. As áreas de menor tecnificação também mantêm produtividade satisfatória, sustentadas principalmente pela regularidade de precipitações. O estande de plantas está satisfatório, ainda que, em parte dos cultivos, haja redução no número de espigas por metro quadrado como reflexo de chuvas intensas, que ocorreram após a semeadura e as geadas durante o perfilhamento.

As condições meteorológicas recentes, caracterizadas por chuvas recorrentes, umidade elevada e períodos de nebulosidade, não só beneficiaram o avanço do ciclo, mas também ampliaram o risco de doenças de espiga, especialmente giberela (Fusarium graminearum). Os triticultores realizaram tratamentos preventivos com fungicidas de amplo espectro, com uma a duas aplicações por ciclo, priorizando o controle nas fases críticas de floração e enchimento de grãos. As doenças foliares (ferrugens e oídio) estão sob controle, e as bacterioses e podridões radiculares ocorrem de forma localizada, principalmente em áreas com baixa rotação de culturas e solos compactados.

Os produtores estão atentos às condições climáticas durante o período de maturação e de colheita, pois a persistência da umidade poderá prejudicar a qualidade industrial e o peso hectolitro dos grãos. Contudo, o cenário é de safra promissora, com boas perspectivas de produção e de qualidade, se o tempo ficar estável durante a colheita.

A área cultivada no Estado foi inicialmente projetada em 1.198.276 hectares, e a estimativa de produtividade em 2.997 kg/ha. A Emater/RS-Ascar está promovendo o segundo levantamento da safra, a ser divulgado em 16/10.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o ciclo da cultura avança significativamente, e inicia a colheita em cultivos precoces na Fronteira Oeste, em São Gabriel. As condições climáticas têm favorecido a colheita, e não houve registros significativos de acamamento, apesar dos ventos fortes. As lavouras em floração e enchimento de grãos continuam recebendo tratamentos fitossanitários preventivos, principalmente de giberela, observada pontualmente em São Borja. Na Campanha, as lavouras estão predominantemente entre espigamento e floração, e apresentam desuniformidade no desenvolvimento e baixa densidade de espigas, resultado tanto do excesso de chuvas durante o estágio de emergência quanto das geadas intensas durante o de perfilhamento. Os produtores têm adotado manejo racional de fungicidas, buscando otimizar custos e manter o controle das doenças.

Na de Caxias do Sul, nos municípios de menor altitude, os cultivos estão em fase de espigamento e floração. As condições climáticas de elevada umidade do ar e de temperaturas amenas favorecem a infecção de giberela, exigindo atenção redobrada e aplicações preventivas de fungicidas. Nos Campos de Cima da Serra, as lavouras estão predominantemente em emborrachamento e espigamento, estádios menos suscetíveis à doença. O estado vegetativo está adequado, e o potencial produtivo elevado.

Na de Erechim, os cultivos apresentam bom estado vegetativo, situando-se entre as fases de formação de panículas e início da maturação. As condições climáticas vêm beneficiando o enchimento dos grãos, e a previsão de produtividade média é de 3.900 kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, a cultura apresenta excelente desenvolvimento. Cerca de 5% das lavouras estão em fase vegetativa; 40% em florescimento; 50% em enchimento de grãos; e 5% em maturação. O potencial produtivo segue elevado (3.850 kg/ha), e os produtores efetuam aplicações preventivas de fungicidas.

Na de Ijuí, 10% das áreas estão em maturação e 42% em enchimento de grãos. Há baixa incidência de doenças foliares, mas foram registrados casos pontuais de doenças de raízes e bacterioses, principalmente em áreas sem rotação de culturas.

Na de Passo Fundo, a cultura encontra-se nas fases de emborrachamento (5%), floração (70%) e enchimento de grãos (25%). O excesso de chuvas tem dificultado a execução de tratamentos preventivos no momento ideal. Apesar das limitações, as lavouras apresentam potencial produtivo e sanidade foliar satisfatórios, além de uniformidade no desenvolvimento.

Na de Pelotas, predominam cultivos em enchimento de grãos (79%), floração (12%) e maturação (6%); em Piratini, iniciou a colheita. As condições das lavouras estão satisfatórias, assim como o potencial produtivo, embora a irregularidade de chuvas possa afetar a qualidade em algumas áreas.

Na de Santa Maria, a maioria das lavouras está em fase reprodutiva, as demais em espigamento, enchimento de grãos e início de maturação (15% já maduras). As chuvas intensas das últimas semanas têm limitado a execução de manejos fitossanitários, mas o estado geral das áreas está adequado, e o potencial produtivo médio estimado em 3.000 kg/ha.

Na de Santa Rosa, a cultura apresenta rápido avanço de ciclo: 63% em enchimento de grãos; 23% em maturação; e 1% colhido. A sanidade está satisfatória, pois há baixa pressão de doenças e ocorrência pontual de bacteriose. Foi registrada incidência de giberela e de espigas esbranquiçadas em lavouras expostas à chuva na fase de florescimento, o que pode afetar a qualidade do grão. Os produtores realizam tratamentos finais e dessecação pré-colheita nas áreas mais adiantadas. O potencial produtivo médio é de aproximadamente 3.000 kg/ha, mas há possibilidade de superação, caso o clima se mantenha estável.

Na de Soledade, a cultura avança de forma expressiva: 5% em elongação de colmos; 45% em espigamento/floração; e 50% enchimento de grãos. As temperaturas elevadas da última semana aceleraram o ciclo, aproximando os cultivos precoces da maturação. As áreas mais tecnificadas expressam excelente potencial produtivo, próximo a 3.900 kg/ha. Nas lavouras de menor investimento, o desempenho também está adequado em razão da fertilidade residual de culturas anteriores

Comercialização (saca de 60 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, decresceu 1,44% quando comparado à semana anterior, passando de R$ 65,08 para R$ 64,14.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1888

Site: Emater RS

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