As precipitações do período ocorreram de forma irregular no Estado, acumulando volumes elevados na Região Sul, que causaram danos em algumas áreas. No Noroeste e no Planalto, onde se localiza a maior extensão de cultivo de trigo, as precipitações foram moderadas, sem provocar prejuízos ao desenvolvimento das lavouras.

De modo geral, as operações de pulverização foram interrompidas devido ao excesso de umidade no solo, para evitar compactação e danos às plantas. Os produtores seguem monitorando pragas e doenças, e devem retomar as aplicações de fungicidas, assim que melhorarem as condições de trânsito nas lavouras.

Atualmente, os cultivos apresentam a seguinte distribuição fenológica: 82% em fase vegetativa; 15% em floração; e 3% em enchimento de grãos. Em relação às condições de desenvolvimento, de modo geral, o vigor vegetativo e a sanidade das plantas estão satisfatórios com expectativa positiva de rendimento. Contudo, ainda há preocupação por parte dos produtores com a ocorrência de doenças fúngicas em áreas de maior umidade e no período crítico de floração.

A área cultivada no Estado está projetada pela Emater/RS-Ascar em 1.198.276 hectares, e a estimativa de produtividade em 2.997 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, as chuvas intensas, especialmente em 22/08, provocaram abertura de sulcos de erosão em lavouras localizadas em áreas declivosas, sobretudo onde não se utiliza o plantio em nível. O excesso de umidade no solo tem impedido a entrada de maquinário, atrasando as aplicações de herbicidas nas áreas implantadas no final de julho, bem como de fungicidas nas lavouras em estádios mais avançados. A adubação nitrogenada em cobertura também foi adiada.

Na Fronteira Oeste, os cultivos encontram-se em estádios mais avançados, e há significativa proporção em floração, que alcança 50% em São Gabriel e Santa Margarida do Sul; 30% em Itaqui e Itacurubi, 25% em Alegrete; e 15% em Maçambará. Essa situação preocupa os triticultores que não conseguiram realizar aplicações de fungicidas antes do período chuvoso, pois a combinação de temperaturas amenas, alta umidade e florescimento favorece a ocorrência de giberela.

Em Maçambará, registraram-se danos por granizo, ventos fortes e acúmulo hídrico, ocasionando estresse adicional às lavouras. Já em São Borja, os cultivos apresentam ótimo potencial produtivo, destacando-se pela baixa incidência de pragas e doenças até o momento.

Na de Caxias do Sul, a maior parte das áreas está em perfilhamento. As semeadas mais cedo avançam para a fase de elongação do colmo. O desenvolvimento e a sanidade são considerados muito bons. Os produtores realizaram pulverizações preventivas contra doenças fúngicas, especialmente oídio. Seguem também as aplicações de adubação nitrogenada em cobertura, prática que deve se estender até o início de setembro.

Na de Ijuí, o desenvolvimento dos cultivos continua muito satisfatório; 95% estão em fase vegetativa e 5% em floração. Observa-se adequado perfilhamento, colmos vigorosos e folhas largas. A coloração das lavouras implantadas no final de maio está mais clara, possivelmente associada à deficiência nutricional ou lixiviação de nutrientes. Áreas em que foi cultivado trigo em 2024 apresentam casos de bacteriose, ocasionando amarelecimento e redução de crescimento. Também há sintomas de fitotoxicidade nas folhas, em função de misturas de herbicidas e fungicidas, mas ocorre recuperação parcial, sem prejuízo significativo. A incidência de oídio está moderada, mesmo assim exige aplicações de fungicidas preventivos.

Na de Passo Fundo, as condições climáticas antes das chuvas foram favoráveis ao crescimento, permitindo a realização de adubação nitrogenada e controle de plantas daninhas. O estande é considerado uniforme, e o vigor está bom.

Na de Pelotas, as chuvas em 23 e 24/08, associadas à alta nebulosidade anterior, à cerração frequente e às temperaturas mais baixas, limitaram o desenvolvimento vegetativo das lavouras. Apesar do atraso relativo no crescimento das plantas, as condições de sanidade permanecem satisfatórias.

Na de Santa Maria, os cultivos apresentam condições gerais favoráveis, pois há baixa incidência de pragas e doenças. Atualmente, 79% da área está em fase vegetativa e 21% em floração. Os produtores continuam realizando tratamentos fitossanitários de forma preventiva para assegurar boas perspectivas de rendimento.

Na de Santa Rosa, 81% estão em desenvolvimento vegetativo; 16% em floração; e 3% em enchimento de grãos. O período de nebulosidade limitou a evolução de fases. Se ocorrerem temperaturas mais amenas e maior insolação, a evolução fenológica deve acelerar nos próximos dias.

Na de Soledade, as lavouras apresentam coloração verde intensa associada ao efeito da adubação nitrogenada. Em áreas afetadas por erosão hídrica, observam-se sintomas de deficiência nutricional, que ainda podem ser corrigidos por aplicações complementares de nitrogênio, visto que a cultura se encontra em fase vegetativa. Aproximadamente 2% da área está em floração.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,07% quando comparado à semana anterior, passando de R$ 69,88 para R$ 69,93.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1882

Site: Emater/RS

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