Estudo sobre a lucratividade do milho safrinha no Brasil aponta dados muito interessantes. Os menores lucros ocorreram no PR, onde a produtividade média é também a menor, apenas 80 sacas/hectare, contra 120 a 160 dos demais estados. Por isso, a lucratividade média é de “apenas” 12,66%, o que já seria grande se comparada a qualquer outro ramo de negócios. Mas, os percentuais crescem à medida que avançamos em direção ao Centro-Oeste brasileiro: 49,26% em GO, 50,37% no MA, 59,79% em MG e 64,32% no MT.
São lucros fantásticos que fazem de 2020 um ano memorável. E o que está proporcionando este lucro?
Há fatores de alta e fatores de baixa no mercado, que apresentamos a seguir:
- Boa demanda de exportação, para o milho em grão: 34 MT contra a média de 27,56 MT das últimas 6 safras, embora a de 2018/19tenha sido de 41 MT;
- Boa demanda de exportação para as carnes, aumento de 50% nos volumes embarcados de proteína animal, segundo a FIESP,
- Dólar elevado, que subiu 39,72% no ano.
- Previsão de baixos estoques finais na temporada, os segundos mais baixos dos últimos 8 anos, suficientes apenas para 1 mês de consumo; qualquer alteração para maior na demanda ou para menor na oferta desequilibra os preços.
Fatores de baixa
- Intensificação da colheita do milho Safrinha: colheita já atingiu 52% e resta colher ainda 48%, o que é significativo
- Perspectiva de queda do dólar a médio e longo prazos: a maioria dos analistas consultados pelo Banco Central acredita que o dólar chegue no final de 2020 a R$ 5,20, contra os atuais R$ 5,61;
- Plantio e posterior colheita da safra de verão: a primeira safra de milho deverá despejar no mercado mais 25,6 milhões de toneladas a partir do próximo mês de fevereiro, a maior parte para o mercado interno, deprimindo os preços já partir de dezembro.
A análise matemática dos fatores acima nos leva a crer que:
- Os preços tem força para subir gradativamente no interior até novembro, eventualmente até dezembro, quando o mercado se abastece para esperar o início da colheita da safra de verão nos estados do Centro-Oeste e os preços começam a declinar.
- Até onde poderão ir? Nossos cálculos conseguem vislumbrar preços no FOB no interior do país, a uma distância de 50 km das fábricas, ao redor de R$ 59,45/saca. Poderão subir mais ou chegar a um pouco menos dependendo da continuidade ou não dos fatores acima descritos.
No RS preço atingiu R$ 60,00 no porto; entrada de milho de outros estados tirou ansiedade dos compradores
Mercado continua bem aquecido e com negócios acontecendo ao redor de R$ 56,50 no mercado spot região da Serra, Casca e Montenegro. Preços na cada dos R$ 54,50 a R$ 55,00 no spot, entrega setembro e pagamento com 15 dias e R$ 56,00 futuro fev/março/21 e pagamento com 40 dd. Chegando mais milho do PR e do MS. A entrada de milho de outros estados tirou a ansiedade que havia nos compradores por milho local.
No RS preço de exportação subiu um real/saca para R$ 60,00 no porto, para embarque em fevereiro 20 e disputa fortemente com as indústrias no interior. Concorrendo com as Tradings as Indústrias cotando milho futuro para entrega fevereiro/21 a R$ 56,00, mas, pagamento em 40 dd.
De qualquer modo, nossa recomendação, expressa nos comentários da B3 abaixo, é de que as empresas compradoras de milho façam hedge de compra na B3, de São Paulo, a fim de garantirem um preço médio de compras mais baixo. Podemos ajudar, se preciso. No interior do estado os preços do milho no mercado de lotes disponível subiu R4 0,50/saca para R$ 55,50 FOB em Carazinho, manteve-se a R$ 52,00 em Cruz Alta, R$ 52,00 em Erechim, manteve a alta do dia anterior a R$ 54,50 em Ijuí, R$ 55,50 em Passo Fundo e R$ 0,50/saca para R$ 58,00 na Serra.
Em SC os preços do milho subiram mais um real/saca em algumas regiões nesta sexta-feira
A boa demanda do setor de carnes, que tem forte atuação no estado, aliado a um dólar elevado, continua a proporcionar bons preços e lucros aos produtores de Santa Catarina. O ingresso de milho de outros estados, como Paraná e Mato Grosso do Sul não alivia os preços, devido ao alto custo do frete e do próprio milho nos locais de origem.
Os preços do milho local subiram mais um real/saca para R$ 61,00 no Alto Vale do Itajaí, mantiveram-se em R$ 60,00 em Campos Novos, permaneceram inalterados em R$ 58,00 em Canoinhas e Chapecó e a R$ 60,00 em Concórdia e Joaçaba, R$ 59,00 em Mafra. Os preços para o produtor mantiveram-se em R$ 50,00/saca no Alto Vale do Itajaí, R$ 50,00 em Campos Novos, Canoinhas e Chapecó, subiram 3,50/saca para R$ 50,00 em Concórdia e R$ 50,00 em Joaçaba e R$ 59,00 em Mafra, R$ 50,00 em Pinhalzinho e R$ 49,75 em Xanxerê.
Paraná negócios a R$ 55, preocupação com as chuvas e o clima sobre milho não colhido
Chuvas e geadas sobre o milho em maturação (91% do que não foi colhido) estragam o cereal, que começaram e continuaram hoje, quinta e devem permanecer até o final de semana, juntamente com forte queda da temperatura, com possibilidade de geadas e até neve. Em grande parte do estado podem reduzir significativamente a oferta do produto, do qual o próprio estado é um grande consumidor, produtor e exportador.
No mercado de balcão os produtores paranaenses recebem entre R$ 43,50 e R$ 54,00/saca, como mostra nossa tabela 1, acima. Continua a disputa entre armazéns de cooperativas e cerealistas para ver quem consegue atrair as entregas de milho do agricultor.
Já no mercado de lotes, os preços mantiveram a alta do dia anterior em R$ 55,00 FOB, para entrega imediata no Norte e nos Campos Geraise R$ 56,00 para outubro, na região Oeste. Nos Campos Gerais, região de Ponta Grossa, mercado de lotes spot subiu um real/saca para R$ 53,00 FOB, para entrega e pagamento em setembro nas fábricas compradoras, mas vendedores agora pedindo R$ 55,00/saca.
Em Paranaguá o preço spot manteve a queda do dia anterior a R$ 53,00 para entrega em setembro e pagamento no final do mesmo mês. Para 2021, manteve o preço de R$ 52,00, para fevereiro de 2021 posto fábrica e subiu um real/saca para R$ 56,00 no porto paranaense de Paranaguá para primeira quinzena de fevereiro de 2021, pagamento março de 2021.
No Centro-Oeste bom volume negociado e preços em alta; chuva atrasou colheita e a colocou em risco
No Mato Grosso do Sul preço atingiu R$ 50,00/saca no mercado spot, tendo sido negociadas 30.000 toneladas nesta semana. Muita chuva e frio impediram o progresso da colheita e a colocaram em risco. Da safra 2021 foram negociadas outras 25.000 toneladas a preços ao redor de RR 41,00, mas com ofertas agora ofertas acima de R$ 43,00/saca.
No Mato Grosso, da safra 2020 foram negociadas 100.000 toneladas. Mercado forte na semana. Câmbio favorável. Preços no Spot para embarque outubro 2020 pagamento out 2020 entre R$ 46 a R$ 50,00. Para entrega novembro e pagamento dezembro/20 preços entre R$ 47 a R$ 51,00. Câmbio favorável, contribuiu para novas vendas fortes. Da safra 2021/2021 foram negociadas 120.000 toneladas. Mercado andou muito na semana. Vendas na exportação. Preços entre R$ 37,00 a R$ 42,00. Em Goiás os preços se mantiveram inalterados em R$ 44,00 em Acreúna, permaneceram inalterados em R$ 44,00 em Cristalina, subiram 2 reais/saca para R$ 45,00 em Formosa, permaneceram inalterados em R$ 44,00 em Goiânia, subiram 2 reais/saca em Jataí para R$ 46,00, subiram R$ 3,00/saca para R$ 53,00 em Rio Verde e permaneceram em R$ 43,00 em Itumbiara.
Em Minas Gerais os preços permaneceram inalterados a R$ 54,00 em Iraí de Minas, permaneceram inalterados em R$ 52,00 no Triângulo e permaneceram inalterados a R$ 50,50 em Unaí. Na Bahia os preços subiram R$ 3,00/saca para R$ 46,00 nesta sexta-feira.
Fonte: T&F Agroeconômica