Há pelo menos seis safras o projeto de Manejo Integrado de Pragas da soja (MIP), desenvolvido pela Embrapa Soja e IDR-Paraná, vem demonstrando que é possível reduzir em até 50% as aplicações de inseticidas nas lavouras. Já o Manejo Integrado de Doenças é mais novo e nos últimos três anos resultou  numa queda de 35% no uso de fungicidas. Em ambos os casos a produtividade das lavouras se manteve. Para colocar em prática o MIP e o MID os técnicos fazem levantamentos semanais da situação das lavouras.

Nesta safra eles passaram a contar com mais uma ajuda da tecnologia. Uma parceria firmada entre a UTFPR-Cornélio Procópio  e o IDR-Paraná tornou possível o desenvolvimento de um software que está agilizando o processo de análise dos dados de monitoramento das lavouras. A ideia é que, em breve, o aplicativo possa indicar o momento certo de fazer o controle das pragas e doenças.

O software começou a ser desenvolvido em 2017 e na safra 2019/2020 foi utilizado em mais de 270 Unidades de Referência assistidas pelos extensionistas do IDR-Paraná.  Com o seu uso é possível fazer o gerenciamento dos dados sobre as lavouras que vão servir de apoio para que o extensionista, ou agricultor, decida qual o momento exato de se fazer o controle da praga ou doença. “O software permite a análise dos dados em formato de uma rede, analisando o comportamento de pragas e doenças em determinado município, região ou mesmo no estado. Tudo em tempo real, possibilitando a tomada de decisão mais acertada”, afirma Edivan José Possamai,  coordenador estadual do Projeto Grãos do IDR-Paraná.

O professor Gabriel Costa Silva,que desenvolveu o software e coordena o trabalho pela UTFPR-Cornélio Procópio, ressalta que o aplicativo aumenta a eficiência e eficácia do processo de coleta e análise de dados. “A eficiência é gerada pela tabulação automática das informações que permite aos técnicos uma visualização consolidada dos dados das Unidades de Referência. A eficácia é obtida por meio de inúmeras validações e análises automáticas que o aplicativo faz na inserção de dados. Isso evita que informações incorretas sejam lançadas”, explicou o professor.  Ele acrescentou que sem o software a consolidação dos dados chegava a levar seis meses. “Hoje ela acontece em tempo real”, observa Silva.

Mas a intenção é que o aplicativo seja aperfeiçoado. O professor  acredita que o software vai evoluir para um painel em tempo real onde seja mostrada a situação do ataque de pragas em todo o estado. “Assim os produtores poderiam acompanhar o que está acontecendo em sua região”, observa. Ele também acrescenta que a ferramenta pode ser usada em outras culturas. “Para o próximo ano o aplicativo deve ganhar mais ‘inteligência’, indicando aos técnicos o que fazer, dependendo do nível de pragas encontrado. Seria como se o aplicativo dissesse a hora correta de fazer a aplicação”, explicou Silva.

Produtores, professores e extensionistas estão comemorando esse convênio e a chegada do aplicativo. Possamai  ressaltou que a ferramenta deu mais agilidade e fluxo a um grande volume de dados, de várias Unidades de Referência, possibilitando acompanhar e divulgar os resultados ali  obtidos pelo Projeto Grãos.

“Esse convênio é importante porque permite que alunos e professores trabalhem em conjunto com o IDR-Paraná para resolver problemas reais. Isso permite que a Universidade exerça seu papel junto à comunidade local. Os alunos aprendem em um cenário real. Os professores aperfeiçoam técnicas e os extensionistas ganham em eficiência e eficácia”, afirmou o professor Gabriel Silva.

Além da UTFPR-Cornélio Procópio, Embrapa Soja e IDR-Paraná, participam do convênio também o campus da UTFPR de Dois Vizinhos e o Senar que deve começar a usar o aplicativo na safra 2020/2021.

Fonte: Emater/PR

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