Safra após safra, o caruru (Amaranthus spp.) vem ganhando espaço em lavouras brasileiras, como uma problemática planta daninha. Além do elevado potencial em causar danos, reduzindo significativamente a produtividade de culturas comerciais como a soja e milho, os casos de resistência do caruru a herbicidas fazem dele, uma preocupante planta daninha em sistemas de produção agrícola.
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Característica como rápido crescimento e desenvolvimento, assim como a elevada produção de sementes, possibilitam uma rápida disseminação do caruru, dificultando ainda mais o manejo dessa planta daninha. Em virtude dos casos de resistência a herbicidas, algumas populações de caruru não são controladas eficientemente com o emprego de alguns herbicidas pós emergentes, o que torna necessário a busca por outras alternativas de controle do caruru.
Conforme destacado pelo professor da UFRGS, Aldo Merotto, uma alternativa interessante para o controle do caruru e que vem demonstrando eficiência comprovada é o emprego de herbicidas pré-emergentes. Os herbicidas pré-emergentes são herbicidas utilizados para controle das plantas daninhas antes que elas emerjam do solo, atuando diretamente no banco de sementes do solo. Como principal consequência tem-se a redução dos fluxos de emergência do caruru, possibilitando um bom desenvolvimento da cultura até que ocorra o fechamento das entre linhas.
A utilização de herbicidas pré-emergentes visando o controle do caruru na soja deve respeitar as recomendações técnicas para a cultura. Para melhor eficácia de controle, alguns produtos necessitam de certa umidade no solo, sendo essencial o planejamento da aplicação desses herbicidas. Merotto destaca que resultados de pesquisa evidenciam que a irrigação após a aplicação de alguns herbicidas pré-emergentes contribui para a melhor eficiência desses produtos, corroborando a afirmação de que alguns herbicidas necessitam de umidade do solo para bom funcionamento.
Conforme resultados de pesquisa Aldo Merotto explica que dentre os herbicidas pré-emergentes com registo para a soja, os inibidores da PROTOX, inibidores da ALS e Inibidores da síntese de ácidos graxos de cadeia longa (inibidores do crescimento da parte aérea) tem demonstrado significativa eficiência de controle do caruru. Se tratando dos herbicidas inibidores da ALS, a boa eficiência de controle do caruru com o uso desses pré-emergentes tem sido observada especialmente em populações que não apresentam resistência a esse grupo de herbicidas.
Por ser considerada uma espécie fotoblásticas positiva, outra estratégia interessante para o controle do caruru é a boa cobertura do solo com a palhada residual de culturas agrícolas ou plantas de cobertura. A boa cobertura do solo impede a incidência de luz nas sementes de caruru no banco de sementes do solo, impossibilitando a germinação delas, refletindo na redução dos fluxos de emergência dessa daninha. Logo, trabalhar com adequados níveis de palhada na cobertura do solo é essencial para um eficiente manejo e controle do caruru.
Confira abaixo mais um episódio do MISSÃO CARURU com as dicas do professor Aldo Merotto.