As cotações do trigo, em Chicago, também recuaram nesta semana, na esteira do relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/07. O fechamento da quinta-feira (13), para o primeiro mês, ficou em US$ 6,27/bushel, contra US$ 6,47 uma semana antes. Já a média de junho ficou em US$ 6,60, representando 6,6% acima da registrada em maio.

O relatório, relativo a safra 2023/24, aumentou a estimativa de produção de trigo dos EUA, com a mesma passando a 47,3 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, os estoques finais estadunidenses aumentaram para 16,1 milhões. Já a produção mundial de trigo foi reduzida em quase 4 milhões de toneladas, ficando em 796,7 milhões. Os estoques finais mundiais foram reduzidos para 266,5 milhões. A produção brasileira chegaria a 10 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina foi reduzida para 17,5 milhões de toneladas.

Enquanto isso, a colheita do trigo de inverno, nos EUA, atingia a 46% da área total no dia 09/07, contra a média histórica de 59% para a data. Já as condições das lavouras que restavam a colher se apresentavam com 40% entre boas a excelentes, 32% regulares e 28% entre ruins a muito ruins. Por outro lado, as condições do trigo de primavera apontavam 47% entre boas a excelentes, 37% regulares e 16% entre ruins a muito ruins na mesma data.

Outrossim, os EUA embarcaram 419.134 toneladas na semana encerrada em 06/07, superando as expectativas do mercado. Com isso, o volume embarcado no atual ano comercial 2023/24, iniciado em 1º de junho para o trigo, chega a 1,52 milhão de toneladas, ou seja, 21% abaixo do realizado no mesmo período do ano anterior.

Já na Argentina, a projeção da nova safra de trigo vem menor do que o anunciado pelo USDA. Segundo a Bolsa de Rosário, a safra deverá ficar em apenas 15,6 milhões de toneladas. Lembrando que, inicialmente, se esperava até 19 milhões de toneladas. A falta de chuvas, mais uma vez, prejudicou a nova safra do cereal.

E no Brasil, os preços do trigo se estabilizaram, ficando em R$ 66,00/saco nas principais praças gaúchas e paranaenses. A média gaúcha fechou a semana em R$ 67,00/saco.

Segundo a Conab, a nova safra de trigo brasileira deverá ficar em 9,7 milhões de toneladas, ou seja, 7,4% abaixo da registrada no ano anterior, e isso mesmo com uma área maior em 9,7%, atingindo a 3,38 milhões de hectares. Ocorre que o clima será menos favorável, reduzindo a produtividade. A Conab manteve a estimativa de importação em 5,6 milhões de toneladas e a de exportação em 2,6 milhões de toneladas, no período entre agosto de 2023 a julho de 2024. Para o mesmo período, o consumo está projetado em 12,43 milhões de toneladas, ou seja, apenas 0,3% maior do que a estimativa do ano anterior. A disponibilidade interna (incluindo os estoques e importações) está prevista em 16,45 milhões de toneladas para o novo período. Assim, os estoques finais, em julho/24, seriam de 1,42 milhão de toneladas.

Enfim, segundo a Secex, em junho o Brasil importou 317.640 toneladas de trigo, contra 627.490 toneladas em junho/22. Já as exportações brasileiras do cereal ficaram em apenas 4.200 toneladas neste mês de junho, contra 36.310 toneladas em junho de 2022.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



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