Por Argemiro Luís Brum
O bushel de trigo, em Chicago, se manteve relativamente estável nesta semana. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (10) em US$ 5,50, contra US$ 5,47 uma semana antes. Um mês atrás a mesma estava em US$ 5,42. Portanto, há muita estabilidade na média das cotações do trigo nestes últimos tempos naquela Bolsa.
O mercado também esperava o relatório de oferta e demanda do USDA. Enquanto isso, a colheita do trigo de inverno, nos EUA, atingia a 53% da área no dia 06/07, contra 54% na média. As condições das lavouras ainda a colher, estavam com 48% entre boas a excelentes, 34% regulares e 18% entre ruins a muito ruins. Já o trigo de primavera apresentava 50% das lavouras entre boas a excelentes condições, 35% regulares e 15% entre ruins a muito ruins.
Por outro lado, os EUA embarcaram 436.628 toneladas de trigo na semana encerrada em 03/07, ficando dentro das expectativas do mercado. No total do atual ano comercial, iniciado em 1º de junho no caso do trigo, os EUA exportaram 1,8 milhão de toneladas, ou seja, 2% a mais do que no mesmo período do ano passado.
E na Rússia, a consultoria agrícola Sovecon elevou sua previsão para as exportações de trigo do país para 2025/26, com as mesmas chegando a um total estimado de 42,9 milhões de toneladas, refletindo melhores perspectivas de safra e preços competitivos. No ano anterior foram exportadas 40,8 milhões de toneladas. No início de julho, o trigo russo, da nova safra, valia entre US$ 225,00 e US$ 228,00 por tonelada FOB.
E no Brasil, os preços do produto de qualidade superior seguiram estáveis, ficando em R$ 70,00/saco no Rio Grande do Sul e R$ 78,00/saco no Paraná. Como já havíamos antecipado, a futura produção do cereal será ainda menor do que o inicialmente esperado. Diante da forte redução de área semeada e de problemas climáticos (geadas) ocorridos no Paraná, a nova estimativa dá conta de um volume de apenas 6,9 milhões de toneladas. O mesmo será 10,5% menor do que o estimado um mês atrás por órgãos privados brasileiros (Stone X). Se vier a se confirmar, esta será a menor safra de trigo no Brasil desde 2020, quando o país colheu 6,2 milhões de toneladas. Até o presente momento, o Paraná teria concluído sua semeadura, enquanto o Rio Grande do Sul estaria com cerca de 70% a 80% da área esperada semeada.
Quanto às importações do cereal, em junho o Brasil comprou 487.040 toneladas de trigo, sendo que, desse total, 94,1% tiveram como origem a Argentina (458.180 toneladas) e apenas 5,9% o Paraguai (28.850 toneladas), conforme dados da Secex. O volume importado no primeiro semestre de 2025 somou 3,58 milhões de toneladas, sendo 6,3% acima do adquirido no mesmo período de 2024.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).