Atualmente as plantas do gênero Amaranthus, popularmente conhecidas como caruru, fazem parte do grupo das principais espécies daninhas infestantes em culturas agrícolas anuais. O potencial em causar danos varia de acordo com a espécie do caruru e densidade populacional da comunidade infestantes, podendo resultar em perdas superiores a 90% em milho e até 79% em soja (Gazziero & Silva, 2017).
Dentre as principais espécies de caruru de expressão econômica, destaca-se o Amaranthus hybridus, espécie predominante no Sul do Brasil. Como características comuns, as espécies de caruru produzem uma grande quantidade de sementes, as quais são dispersas principalmente por máquinas, equipamentos agrícolas e animais.
Figura 1. Presença de plantas de caruru no local de alimentação e de confinamento de animais.

Sob condições adequadas de temperatura, luminosidade e umidade, as sementes dispersas que integram o banco de sementes do solo dão origem a fluxos de emergência em áreas agrícolas, prejudicando o desenvolvimento inicial da lavoura, bem como a produtividade da cultura.
Nesse sentido, reduzir os fluxos de emergência do caruru é uma das principais e mais importantes estratégias de manejo pensando em minimizar o impacto do caruru sobre a produtividade das cultura agrícolas. Para tanto, além de posicionar adequadamente os herbicidas pré-emergentes, é necessário compreender a dinâmica populacional da planta daninha, com foco nos fluxos de emergência do caruru.
Conforme destacado por Borsato; Penckowski; Silva (2022), em função das características ideais para a germinação das sementes de caruru, especialmente se tratando da temperatura (20°C), os meses de Maio a Julho tendem a apresentam uma redução dos fluxos de emergência do caruru (A. hybridus). Em contrapartida, nos meses de Setembro e Outubro, tem-se o pico de emergência de caruru, se estendendo até Dezembro a Fevereiro (figura 2). Logo, posicionar práticas de manejo nos períodos de maior pré-disposição de emergência do caruru, é determinante para reduzir as infestações em áreas agrícolas e reduzir a disseminação das sementes no banco de sementes.
Figura 2. Fluxo de emergência de Amaranthus hybridus ao longo do ano, em monitoramento realizado pelo setor de Herbologia na região dos Campos Gerais, Paraná, Brasil. Fundação ABC, 2022.

Vale destacar que diferentemente de outras espécies daninhas conhecidas do sistema de produção agrícola como a buva (Conyza sp.), os fluxos de emergência do caruru se estendem ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura agrícola, o que torna seu controle mais complexo. Sendo assim, mesmo com o posicionamento de herbicidas pré-emergentes, o controle pós-emergência da lavoura é indispensável.
Para tanto, deve-se atentar para a resistência das populações de caruru a herbicidas, bem como o período de controle da planta daninha, dando preferência pelo controle nas fases iniciais do desenvolvimento do caruru, preferencialmente até quatro folhas de desenvolvimento.
Figura 3. Estádio limite recomendado para o controle do caruru Amaranthus sp. em pós emergência.
Veja mais: Eficiência de herbicidas pré-emergentes no controle do caruru
Referências:
BORSATO, E. F.; PENCKOWSKI, L. H.; SILVA, W. K. Amarnathus hybridus, COMO ESTÁ O CONTROLE DESSA PLANTA DANINHA NA SUA LAVOURA? Revista FABC, set./ out., 2022. Disponível em: < https://fundacaoabc.org/wp-content/uploads/2022/09/202209revista-pdf.pdf >, acesso em: 25/09/2025.
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1069527/1/Doc384OL.pdf >, acesso em: 25/09/2025.