A cotação do trigo, para o primeiro mês cotado, fechou a quarta-feira (26) em US$ 5,29/bushel, contra US$ 5,27 uma semana antes (dia 27/11, quinta-feira, foi feriado nos EUA). Neste momento, o trigo trabalha perto das mínimas do mês em Chicago.
Dito isso, o trigo de inverno, nos EUA, até o dia 23/11, estava semeado em 97% da área esperada, ficando dentro da média histórica para a data, sendo que 55% das lavouras estavam em condições entre boas a excelentes.
Por sua vez, os Estados Unidos embarcaram 474.530 toneladas de trigo na semana encerrada em 20/11, ficando acima do esperado pelo mercado. Assim, no atual ano comercial os EUA já exportaram 12,8 milhões de toneladas, ou seja, 20% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
E na Argentina, segundo a Bolsa de Comércio de Rosário, a produção poderá ser ainda maior do que o indicado dias atrás, atingindo a 24,5 milhões de toneladas de trigo em 2025/26. Desta forma, o Brasil terá mais trigo para importar do vizinho país. Somando os estoques iniciais, os argentinos terão uma disponibilidade de 28 milhões de toneladas, com quase 20 milhões para exportação, o que significa cerca de 4 milhões a mais em relação ao ano anterior. Os argentinos esperam exportar 5 milhões de toneladas de trigo para o Brasil neste novo ano comercial. Todavia, um dos problemas existente no vizinho país é a qualidade do trigo colhido neste ano. Em visita realizada ao setor produtivo argentino, os participantes do Giro Abitrigo-Argentina teriam constatado a ausência de segregação na exportação e condições climáticas indicando uma provável queda na qualidade do produto. Esse cenário foi confirmado por técnicos, produtores e analistas durante visitas a campos, moinhos e terminais portuários. Isso exige mais atenção por parte dos moinhos brasileiros ao importarem o produto argentino. Representante do Ceará no Giro afirmou que “é essencial conhecer mais sobre a origem do trigo argentino, especialmente importante para o Nordeste, onde 85% do trigo consumido é importado, com grande parte vindo da Argentina” (cf. Abitrigo).
Por outro lado, com o Real um pouco mais desvalorizado dias atrás, as importações ficaram um pouco mais caras, favorecendo a manutenção dos preços nacionais nos atuais níveis. Mas, diante dos custos de produção, os mesmos estão muito baixos.
Além disso, no Rio Grande do Sul, apesar de uma colheita importante, parte do trigo está com baixa qualidade devido a ter sido atingido por doenças, o que leva o mercado a pagar apenas o preço do produto tipo ração.
Enfim, segundo a Conab, até o dia 22/11, a colheita brasileira de trigo chegava a 86,9% da área cultivada, contra 87,8% na média. O Rio Grande do Sul registrava 81% colhido, contra a média de 78,4%; o Paraná estava com 96%, ficando na média; e Santa Catarina com 39,2%, contra a média de 57,5%. Nos demais estados produtores a colheita estava concluída.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).







