A cultura da soja encerra o ano de 2019 com bons resultados no estado. Devido a uma semeadura adiantada, a colheita da safra 18/19 de soja em Mato Grosso teve velocidade recorde. Já no que se refere à área total, 9,67 milhões de hectares foram semeados na safra 18/19, sendo esta a maior área até então, representando um aumento de 1,68% em relação à safra 17/18.

A produção total foi de 32,50 milhões de toneladas, já que a produtividade ficou em 56,04 sc/ha, retração de 2,10% ante a safra anterior. Desta produção, o volume exportado de jan a nov ficou em 2º lugar no ranking histórico, apenas 0,26% atrás dos volumes escoados no ano de 2018. Pautadas pela demanda externa, as cotações apresentaram uma alta de 0,79% ante a média anual do ano passado, ficando em R$ 66,93/saca.

Aliado aos fatores externos, o acréscimo de 1,00 p.p. de biodiesel na mistura obrigatória com o óleo diesel estimulou a demanda interna do grão. Dessa maneira, a comercialização do grão se deu de forma adiantada, pois o produtor aproveitou as deixas do cenário político externo para realizar negócios.

Mesmo com os números animadores da oleaginosa, um fato que pesou no bolso do produtor em 2019 foi o custo operacional de produção da safra 19/20, que apresentou alta de 10,38% ante a safra 18/19 e fechou em R$ 3.497,69/ha, sendo o maior da história.

Confira os principais destaques do boletim:

• O indicador Imea-MT para o preço da soja disponível encerrou 2019 com média de R$ 66,93/sc, alta de 0,79% ante a 2018. A alta no dólar e em Chicago no segundo semestre do ano impulsionou as cotações.

• A bolsa de Chicago CME-Group (corrente) finalizou o ano com média de US$ 8,89/bu, retração de 4,99%. O conflito comercial entre EUA e China impactou o mercado.



• A volatilidade na taxa de câmbio, pautada principalmente pelo cenário político interno, fez com que o dólar fechasse com média anual de R$ 3,94/US$, alta de 7,79%.

• O diferencial de base MT – CME apresentou recuo anual de 33,18%. Durante o ano, a média do preço em Mato Grosso desvalorizou ante o contrato em Chicago.

Perspectivas: 

Para a nova safra que finalizou a semeadura na última sexta (13/12) em Mato Grosso, as expectativas são de um aumento da área de 1,14% em relação à safra 18/19, alcançando a marca dos 9,78 milhões de hectares de soja no estado. Apesar do atraso no início dos trabalhos de campo, são esperadas boas produtividades na média estadual, que atualmente está estimada em 56,28 sc/hectare.

Nessa linha, a perspectiva de produção é de 33,01 milhões de toneladas, aumento de 1,57% em relação à safra anterior. Com a expectativa de produção maior, os produtores aproveitaram as oportunidades do mercado para negociar seu grão. Dessa forma, a safra 19/20 está mais da metade comercializada, apresentando um adiantamento de 9,80 p.p. e 7,78 p.p. em relação ao mesmo período da safra anterior e a média dos últimos cinco anos, respectivamente.

Um fato que vem animando os produtores é a redução no custo variável de produção (nov/19) para a safra 20/21 que, diante de uma maior oferta de fertilizantes fosfatados no mercado, recuou os preços em 2,40% em comparação com o fechamento da safra 19/20.

Esse fato fez com que os produtores mais capitalizados começassem as aquisições dos insumos de for-ma adiantada ante os anos anteriores. Para os próximos meses, as cotações podem ser influenciadas pelo clima na América do Sul, do lado da oferta, e os desfechos da disputa comercial entre os EUA e a China do lado da demanda.

Fonte: Imea

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