A amostragem é considerada a fase mais crítica de um programa de recomendação de correção e adubação baseado em análise química do solo. O objetivo da amostragem é caracterizar a fertilidade de uma área ou gleba de grande dimensão, por meio da determinação das quantidades de nutrientes e outros elementos presentes, através de uma pequena fração de terra.

A pesquisa tenta sistematizar certos procedimentos a fim de minimizar os erros de amostragem, devido a heterogeneidade que os solos apresentam.  Os responsáveis pela coleta devem seguir com muito critério os procedimentos sugeridos, principalmente com relação à escolha da área a amostrar, número de subamostras a serem coletadas que representem adequadamente o solo, e os cuidados pertinentes no momento da coleta.

Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, Tales Tiecher, professor do Departamento de Solos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) explicou um pouco mais sobre a amostragem de solos, dando algumas dicas para que o agricultor execute a amostragem da melhor maneira possível.



Conforme destacado pelo pesquisador, a amostragem de solo é uma das etapas cruciais no manejo da fertilidade do solo, uma vez que todo o sistema de recomendação e interpretação de uma análise de solo é fundamentada em uma análise de solo que seja representativa e que possa refletir exatamente a condição da fertilidade da lavoura.

Tales ressalta que, é preciso compreender que manejar a fertilidade do solo significa tomar decisões sem a planta, por isso que a amostra deve ser representativa, e essa representatividade nem sempre é alcançada em virtude da dificuldade de se ter uma amostra adequada.

Para entendermos a dificuldade que é para se ter uma amostra representativa, o professor cita que quando precisamos amostrar uma gleba de cerca de 10 ha na camada de 0-10 cm com uma densidade de 1 kg/dm3, se fizermos uma amostragem de 300 gramas, significa escolher 300 gramas em 12 milhões de kg de solo, por exemplo.


Veja também: Métodos de amostragem e qualidade física das amostras de solos para a determinação da densidade e distribuição de poros


Dessa forma, é importante que façamos subamostragens para compor uma amostra de solo composta, já que cada variável da análise de solo precisa de um número determinado de repetições para que seja representativa, ressaltou o pesquisador.

Além disso, o número de subamostras que vai compor a amostra que será levada para o laboratório para análise irá depender do equipamento que será utilizado para amostragem, por exemplo, amostradores do tipo trado de rosca necessitam de um número de repetições muito maior do que o trado calador, que por sua vez precisa de um número maior de repetições quando comparado a pá de corte, já que esta consegue retirar uma subamostra mais representativa do solo.

O professor destaca também que a camada diagnóstica que dever ser amostrada, varia de acordo com cada região do país, onde cada sistema oficial de recomendação possui uma camada diagnóstica diferente, por exemplo, no Cerrado, SP e PR, é utilizada a camada de 0-20 cm para plantio direto, já para SC e RS a camada diagnóstico é de 0-10 cm, associada à camada de 10-20, com uma reamostragem diferenciada, especialmente quando há suspeita de algum problema de ordem química em subsuperfície.



Outro aspecto importante destacado pelo pesquisador foi em relação à frequência de amostragem, onde foi ressaltado que a cada cultivo, cada adubação, cada adição de corretivos o solo é alterado quimicamente. A recomendação é de que a amostragem, na maioria dos casos, seja realizada a cada dois cultivos, para termos uma boa interpretação e assertividade.

Após todos esses parâmetros, a amostra deve ser levada até um laboratório idôneo, que participe de um controle de qualidade onde há confiabilidade na interpretação dos parâmetros e no cálculo da quantidade necessária de calcário e fertilizantes de que o solo necessita para cada cultivo.

Para ouvir a conversa do pesquisador com o Mais Soja, assista o vídeo abaixo.

https://www.facebook.com/maissoja/videos/428422107837770/?t=1



Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.

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