Por Argemiro Luís Brum

As cotações do milho, em Chicago, registraram elevação nesta semana. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (12) em US$ 4,31/bushel, contra US$ 4,26 uma semana antes.

Já o relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 10, manteve a safra estadunidense de milho em 2024/25, porém, reduziu os estoques finais daquele país, fato que pressionou os preços. Assim, enquanto a colheita teria sido de 384,6 milhões de toneladas, os estoques finais caíram para 44,2 milhões. A produção mundial de milho foi reduzida para 1,218 bilhão de toneladas, perdendo cerca de um milhão em relação a novembro, enquanto os estoques finais mundiais se estabeleceram em 296,4 milhões, perdendo cerca de 8 milhões de toneladas. As produções do Brasil e da Argentina foram mantidas em 127 e 51 milhões de toneladas, respectivamente. E as exportações brasileiras do cereal são esperadas em 48 milhões de toneladas neste novo ano comercial. Com isso, o preço médio do milho aos produtores dos EUA, no ano em questão, permaneceu projetado em US$ 4,10/bushel.

Aqui no Brasil, os preços do cereal voltaram a subir, após um período de recuo. A média gaúcha fechou a semana em R$ 67,71/saco, enquanto as principais praças trabalharam ao redor de R$ 65,00. Nas demais regiões do país o preço oscilou entre R$ 57,00 e R$ 70,00/saco. Já na B3, os contratos mais próximos fecharam o pregão da quarta-feira (11) entre R$ 69,56 e R$ 76,45/saco.

Por outro lado, no Mato Grosso, as vendas de milho da safrinha 2023/24 atingiram a 89,8% do total colhido, nesta semana, ficando acima do registrado no ano anterior. Este avanço se dá em cima da melhoria dos preços, sendo que o preço médio chegou a R$ 58,28/saco, ganhando 15% sobre outubro. Já para a nova safra 2024/25, a comercialização atingiu a 23,8% da produção estimada, ficando atrás da média dos últimos anos.

Em paralelo, a Conab informou que o plantio da safra de verão chegou a 72,2% no dia 08/12, estando à frente do registrado no ano anterior. Os estados mais adiantados na semeadura de verão, até aquela data, eram: Paraná (100%), Santa Catarina (99%), São Paulo (98%), Minas Gerais (95%), Rio Grande do Sul (87%), Goiás (85%), Bahia (60%), Piauí (6%) e Maranhão (3%). Registre-se que o clima está ajudando ao processo geral de desenvolvimento do milho, pois as chuvas voltaram, inclusive no sul do país. Segundo ainda a Conab, no dia 08/12 cerca de 10,6% das áreas plantadas estavam em fase de emergência, 56,1% avançaram para desenvolvimento vegetativo, 18,5% estavam em floração e 15,8% haviam chegado ao enchimento de grãos.

Considerando apenas o Centro-Sul brasileiro, o plantio de verão atingia a 95% da área até o dia 05/12, sendo que perdas são registradas no Rio Grande do Sul devido a falta de chuvas em novembro (cf. AgRural).

E no Paraná, onde o plantio de verão está concluído, as lavouras estavam com 22% ainda em desenvolvimento vegetativo, 36% em floração e 42% já em frutificação, sendo que 94% das áreas estavam em boas condições e 6% médias (cf. Deral).

Enfim, segundo a Secex, a exportação brasileira de milho, nos primeiros cinco dias úteis de dezembro, atingiu a 1,2 milhão de toneladas, sendo que a média dária ainda ficou 22,8% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. Lembrando que em dezembro/23, segundo a Anec, o país exportou 6,46 milhões de toneladas de milho. Neste sentido, a Anec está projetando uma exportação total de milho, em dezembro/24, de 3,96 milhões de toneladas. Isso significa 38,7% a menos. Assim, para o ano, a Associação indica uma exportação total de 38,2 milhões de toneladas, contra 55,6 milhões em 2023. Ou seja, neste ano o país exportará 31,3% menos de milho do que no ano anterior.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

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