Em setembro de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm no Noroeste e extremo-sul do país. Chuvas entre 40 mm e 120 mm ocorreram na maior parte da Região Sul, no sul da região Sudeste, no oeste da Região Norte e em áreas pontuais da costa leste do Nordeste.

Nas demais áreas, as chuvas foram inferiores a 30 mm, e os níveis de água no solo foram baixos, principalmente, no interior da Região Nordeste. Na região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 40 mm em Roraima, Amazonas e Acre, onde o armazenamento hídrico do solo permanece satisfatório. No Amapá, Pará e parte de Rondônia, bem como em Tocantins, os volumes foram menores que 30 mm e em algumas localidades não houve registro de chuva, e os níveis de umidade do solo ainda se encontram baixos.

Na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados em áreas pontuais do leste de Alagoas e Bahia, com valores entre 40 mm e 70 mm. No interior do Nordeste e no Matopiba, houve predomínio de tempo seco. Apesar da redução das chuvas, as condições foram favoráveis para a   maturação e colheita do milho terceira safra, exceto em lavouras mais tardias que ainda se encontravam em enchimento de grãos, onde a falta de chuvas pode ter causado restrição hídrica.

Em grande parte da Região Centro-Oeste houve o predomínio de tempo seco, acarretando em baixos níveis de umidade no solo, exceto no centro-sul de Mato Grosso do Sul, onde foram registrados volumes de chuva entre 40 mm e 70 mm, que contribuíram para o início do plantio da soja. De modo geral, as precipitações ainda são insuficientes para repor a umidade do solo em grande parte da região, que, aliadas às temperaturas elevadas, têm comprometido o progresso do plantio da soja.

Na Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva acima de 40 mm sobre o sudeste de São Paulo. Nas demais áreas, os volumes foram mais baixos e em algumas localidades do centro-norte de Minas Gerais não foram registradas chuvas, havendo uma redução da umidade do solo. Apesar deste cenário, as condições permaneceram favoráveis para a maturação e colheita do trigo.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 170 mm no centro-sul do Rio Grande do Sul, impactando as lavouras de trigo em algumas localidades devido aos ventos fortes e granizo que provocaram acamamento das plantações. Em Santa Catarina e Paraná, os volumes foram menores, principalmente no norte do Paraná, onde os valores ficaram entre 40 mm e 90 mm. Dessa forma, os níveis de umidade do solo foram favoráveis para o desenvolvimento, floração e enchimento de grãos dos cultivos de inverno na maior parte da região, bem como para o início do desenvolvimento e manejo da safra 2024/25.

Em setembro, as temperaturas máximas foram superiores a 34 °C nas Regiões Centro-Oeste, Norte e parte oeste das Regiões Nordeste e Sudeste.

Destaques para áreas localizadas em Mato Grosso, sudeste do Pará, Tocantins, sul do Maranhão e oeste do Piauí, onde foram registradas máximas acima de 38 °C. No leste das Regiões Sudeste e Nordeste, as temperaturas máximas variaram entre 28 °C e 32 °C. Do sudeste do Paraná até o Rio Grande do Sul, as máximas foram inferiores a 30 °C.

Quanto às temperaturas mínimas, foram inferiores a 18 °C na Região Sul, parte da Região Sudeste e sul da Bahia. Nas demais áreas, as temperaturas foram mais elevadas, principalmente na Região Norte e norte do Maranhão, onde as temperaturas mínimas foram acima de 24 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 30 de setembro de 2024. Foram observados valores de anomalias entre -0,5 °C e -2 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial. Considerando somente a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias positivas de TSM têm apresentado um decréscimo acentuado desde o início de abril, indicando o fim do fenômeno El Niño.

A partir da segunda quinzena de julho, até o momento, os valores vêm se mantendo abaixo de zero (águas mais frias), porém desde o início de setembro estes valores estão abaixo de -0,5 °C, condição para o início da La Niña. Entretanto, para que o fenômeno seja declarado, estes valores devem permanecer por pelo menos três meses consecutivos. Dessa forma, permanece ainda com condições de neutralidade.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para uma transição das condições de Neutralidade para o fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial), com 60% de probabilidade durante o trimestre outubro, novembro e dezembro.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2024

A previsão climática do modelo do Inmet, para os próximos três meses, é mostrada na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média em grande parte do Brasil, principalmente, na Região Nordeste. Chuvas acima da média são previstas para o leste das Regiões Sul e Sudeste e em áreas do oeste do Mato Grosso do Sul, além do nordeste do Mato Grosso, Acre e noroeste da região amazônica. Com o período seco prolongado no Brasil Central, os níveis de água no solo se encontram baixos, principalmente no interior da Região Nordeste, norte de Minas Gerais, noroeste de São Paulo, Goiás, Tocantins e leste do Mato Grosso.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de totais de chuva acima da média no Acre, norte do Amazonas e Roraima. Nas demais áreas, são previstas chuvas próximas ou abaixo da média histórica, o que pode atrasar a recuperação dos níveis de umidade do solo, principalmente no nordeste da região amazônica.

Na Região Nordeste, há previsão de chuvas abaixo da média em grande parte da região. Esse cenário contribui para a manutenção do armazenamento hídrico do solo baixo, porém algumas chuvas podem chegar ao sul da Bahia e favorecer a elevação dos níveis de umidade no solo nesta área.

Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas abaixo da média, que ainda deverão ser insuficientes para elevar os níveis de água no solo em outubro, principalmente, em áreas do sul do Mato Grosso e norte do Mato Grosso do Sul, bem como no oeste de São Paulo. A parte leste, próxima à costa, pode ser beneficiada com chuvas provenientes da passagem de frentes frias. No nordeste do Mato Grosso e centro-oeste do Mato Grosso do Sul, os volumes de chuva poderão ser acima da média.

Na Região Sul, são previstas chuvas acima da média no leste de Santa Catarina e Paraná. Nas demais áreas, são previstas chuvas próximas ou abaixo da média histórica. No geral, os níveis de água no solo se manterão elevados devido às chuvas ocorridas nos últimos meses.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente, em áreas mais ao norte, onde os valores médios podem ultrapassar os 27 °C. Em áreas pontuais do sul da Bahia, sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, leste de São Paulo e leste da Região Sul, as temperaturas devem ser inferiores a 22 °C. Nas áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 15 °C.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet.

Confira o Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos/ Safra 2024/25 1° Levantamento/ Outubro 2024 completo, clicando aqui!

Fonte: CONAB



 

FONTE

Autor:Boletim da Safra de Grãos

Site: CONAB

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.