Com as quedas de Chicago e dos fretes internacionais, as condições podem favorecer os EUA O quadro abaixo mostra claramente, com dados da última terça-feira (fizemos o artigo antes do fechamento do pregão desta quarta, mas muda pouco) que a soja americana está se tornando mais competitiva no mercado chinês do que a Brasileira.
Somando-se o preço em US$/tonelada FOB, obtido pela soja da cotação de Chicago mais o prêmio, com os respectivos fretes, vemos que a soja americana no Golfo está US$ 1,0/tonelada mais barata que o preço da soja brasileira em Paranaguá, que foi tomada como medida representativa. Por isto, mencionamos em nossos comentários do final da semana passada que os volumes atualmente negociados de soja brasileira “estão minguando”.
Como pode isto em plena colheita da soja e janela de exportação no Brasil?
Temos que lembrar que este cálculo serve para os negócios novos, a serem feitos a partir de agora, provavelmente para serem embarcados entre junho e agosto deste ano. Este dado é completamente diferente dos volumes de exportação mensais, que são altíssimos, da janela brasileira de exportação. O Brasil deverá embarcar mais de 14,5 milhões de toneladas para exportação neste mês de abril, das quais já embarcou 9,5 MT, sendo 6,7 MT para a China, o que será quase um recorde, mas estes embarques são de negócios fechados no ano passado para embarque agora ou há, no mínimo, 60 dias, que é o prazo necessário para fechamento dos negócios, contratação de navio, envio da mercadoria para o porto e embarque efetivo.
Para o Brasil voltar a ser competitivo, o prêmio em Paranaguá ou Rio Grande ou nos portos de Santos para cima teriam que cair para perto de 68 cents/bushel, para junho20, que é o que os compradores estão atualmente oferecendo.
Isto significaria algo em torno R$ 1,30/saca a menos do que está sendo oferecido atualmente nos portos brasileiros e no pagamento para o agricultor, no interior.
Os preços da soja disponível, no Rio Grande do Sul continuam caminhando de lado, sem subir significativamente.
Nesta quarta-feira apesar da alta do dólar, os preços recuaram cinqüenta centavos/saca no porto de Rio Grande para R$ 102,00/saca para abril e avançaram um real/saca para maio para R$ 103,50.
No interior, os preços se mantiveram em R$ 97,00 em Cruz Alta e R$ 96,50 em Passo Fundo e Ijuí, para abril. Soja futura ficou em R$ 98,40. Os preços de balcão, pagos aos agricultores continuam entre R$ 88,50 e R$ 90,00/saca, conforme a distância.
No Paraná mercado subiu entre 1 e 4 reais/saca nesta quarta-feira, com venda de 5 cargos para a China
Os preços para os agricultores voltaram a subir 2 reais/saca para R$ 92,00/saca e os do mercado disponível em Ponta Grossa também subiram 3 reais/saca para R$ 98,00 para o final de maio. No porto, não há mais interesse de compra para maio e o preço de junho subiu 4 reais/saca para R$ 105,00 pagamento no final do mês. Para entrega durante e pagamento no fim de abril de 2021 o preço subiu um real/saca para R$ 95,00/saca em Ponta Grossa.
Na Bahia os preços avançaram cinqüenta centavos/saca para entrega e pagamento em julho, fixando-se em R$ 90,50, um real para setembro para R$ 92,00 e um real e meio para maio de 2021, para R$ 88,00/saca. Mercado calmo com pouca negociação saindo.
Fonte: T&F Agroeconômica