As cotações da soja em Chicago, às vésperas do relatório de plantio do USDA, previsto para o dia 28/06, voltaram a recuar. O primeiro mês cotado rompeu o piso dos US$ 9,00/bushel, fechando a quinta-feira (27) em US$ 8,87, contra US$ 9,15 uma semana antes.
Além da realização de lucros por parte dos especuladores, dentro do que se chama de ajuste técnico, o mercado trabalhou com a expectativa de que o plantio da soja nos EUA, finalmente, vai acabar dentro do esperado, mesmo que parte dele tenha sido feito fora da janela ideal.
Ocorre que o clima, neste final de junho, melhorou nas regiões produtoras estadunidenses. Tanto é verdade que, até o dia 23/06, o plantio atingia a 85% da área, contra 97% na média histórica para esta data.
Por outro lado, o mercado projetava um leve recuo na área plantada com soja, a ser indicado no dia 28/06. A expectativa era de uma área ao redor de 34,2 milhões de hectares, contra uma intenção de plantio, apontada em março, de 34,24 milhões de hectares. Portanto, uma redução insignificante, fato que conforta uma pressão baixista sobre as cotações caso tal área se confirme.
Já para os estoques trimestrais na posição 1º de junho, o mercado esperava um volume de 50,5 milhões de toneladas, contra 33,2 milhões um ano antes.
Além destes fatores, o mercado trabalhou com a expectativa da retomada das negociações entre EUA e China para tentar terminar com o litígio comercial entre os dois países, o qual já dura mais de 16 meses, por ocasião da reunião do G20 que ocorre nos dias 28 e 29/06 no Japão. Todavia, este fato ainda ficou em terreno secundário até o fechamento do presente comentário.
No Brasil, o câmbio oscilou entre R$ 3,82 e R$ 3,86 por dólar, fato que, somado ao recuo de Chicago empurrou os preços médios para baixo. Colaborou igualmente para isso a estabilidade dos prêmios nos portos nacionais, os quais oscilaram entre US$ 0,88 e US$ 1,25/bushel no fechamento da semana.
Neste contexto, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 72,51/saco, já havendo regiões com preços ao redor de R$ 69,00. Enquanto isso, os lotes ficaram entre R$ 77,00 e R$ 78,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 62,50 em Sorriso (MT) e R$ 80,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 76,00 no norte do Paraná; R$ 68,00 em São Gabriel (MS) e Goiatuba (GO); R$ 69,00 em Pedro Afonso (TO) e R$ 71,00/saco em Uruçuí (PI).
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.