As cotações do milho, em Chicago, estiveram um pouco mais elevadas do que na semana anterior. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (17) em US$ 6,50, contra US$ 6,41 uma semana antes. Lembrando que a média de dezembro/21 foi de US$ 5,92 e a de janeiro/22 de US$ 6,09.

Nos EUA, as exportações de milho, na semana encerrada em 10/02, atingiram a 1,46 milhão de toneladas, ficando um pouco acima do esperado pelo mercado. No total do ano comercial os embarques estadunidenses atingem a 20,06 milhões de toneladas, sendo ainda 12% inferiores ao estabelecido em igual momento do ano anterior.

Boa parte da sustentação das cotações do milho vem da elevação nas cotações da soja e do trigo, mas também da perda de produção nos principais países produtores da América do Sul.

Aqui no Brasil, os preços permanecem com viés de alta, especialmente no sul do país onde a seca provoca quebras importantes de safra, embora o mercado tenha se estabilizado nesta semana. Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 94,03/saco, enquanto nas demais praças nacionais o produto oscilou entre R$ 76,00 e R$ 96,00/saco. Em paralelo, na quinta-feira (17), no meio do pregão da B3, o contrato março estava em R$ 97,28/saco; maio em R$ 94,74; julho em R$ 88,98; e setembro em R$ 88,90/saco.

Dito isso, no Mato Grosso a nova safrinha de milho já foi semeada em 57% da área esperada, contra 20,9% semeados em igual momento do ano anterior. Espera-se que, neste ano, cerca de 94% da área do milho safrinha seja semeada dentro da janela ideal de plantio, que se encerra em 28/02 no Mato Grosso. (cf. Imea)

Já no Paraná, conforme o Deral, a colheita da atual safra de verão chegava a 26% da área semeada, havendo 23% das lavouras em condições ruins, 37% regulares e 40% boas. Devido a seca, espera-se uma quebra também de 40%, o que traria a produção de milho verão, naquele Estado, para 2,47 milhões de toneladas sobre o inicialmente projetado. Isso significa uma produtividade média de 99,6 sacos/hectare, contra os 166 sacos inicialmente projetados. Quanto à safrinha de milho, o plantio atinge a 29% da área prevista, cuja totalidade deverá ser de 2,5 milhões de hectares. Até meados de fevereiro, das lavouras semeadas no Paraná, 84% ainda estavam em boas condições e 16% em situação média.

E no Mato Grosso do Sul, até o dia 11/02 os produtores locais haviam semeado 13,2% da área esperada para a safrinha de milho, contra a média histórica de 14,3% para esta época. Espera-se uma área total, neste Estado, de 1,99 milhão de hectares, com recuo de 12,6% sobre o ano anterior. O clima seria um dos principais motivos deste movimento de retração. A produção final, em clima normal, poderá gerar uma safrinha local de 9,3 milhões de toneladas neste ano, com produtividade média de 78,1 sacos/hectare. Os preços no Mato Grosso do Sul, que estiveram na média de R$ 72,63/saco em fevereiro/21, estão agora em R$ 85,45/saco.

Com isso, até o dia 11/02 os produtores locais haviam negociado 10,6% da safrinha esperada para este ano, contra 27,6% um ano antes. (cf. Famasul) Por sua vez, a produção total de milho no Brasil está agora estimada em 108 milhões de toneladas, com recuo devido a seca. Lembrando que os EUA ainda esperam 114 milhões e a Conab 112,3 milhões de toneladas. Isso tudo se a safrinha de milho, neste ano, vier normal.

Ora, ainda há muitas dúvidas quanto ao clima em março e abril na metade sul do país. Especificamente em relação a segunda safra, espera-se uma área de 15,7 milhões de hectares, com aumento de 7% sobre o ano anterior, sendo que a produção está projetada em 92,2 milhões de toneladas, ou seja, 51,3% acima da frustrada safrinha passada. (cf. Refinitiv)

Em tal contexto, as vendas de milho da safra 2020/21, no Centro-Sul brasileiro, atingiram a 98,1% da produção, contra a média histórica de 98,4% para esta época do ano. A revisão da safra total brasileira de milho, em 2020/21, deixou agora, a mesma, em 87,7 milhões de toneladas.

Quanto a colheita do milho de verão, o Centro-Sul brasileiro, até o dia 4 de fevereiro, registrava 19% de área cortada, contra a média histórica de 9,9% para esta época do ano. (cf. Datagro) Enfim, quanto as exportações de milho pelo Brasil, nas duas primeiras semanas de fevereiro o país exportou 383.226 toneladas, volume que corresponde a 49,3% do total exportado em todo o mês de fevereiro do ano passado. Assim, a média diária de embarques apresenta queda de 1,3% em relação a fevereiro de 2021. Destaque para o preço da tonelada do cereal, o qual neste início de 2022 subiu 22,1% sobre o mesmo período do ano passado, alcançando US$ 266,20 neste momento.

Já em termos de importação, o volume comprado pelo Brasil, nas duas primeiras semanas de fevereiro, ficou em praticamente 15.000 toneladas, com o mesmo representando apenas 5% do registrado em todo o mês de fevereiro de 2021. Com isso, a média diária importada está 90% abaixo da realizada um ano antes. Em termos de preço, a tonelada de milho importada subiu 45% sobre o início do ano passado, passando agora para US$ 253,30.



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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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