Em anos chuvosos, uma doença típica da cultura do trigo pode apresentar maior importância em virtude das condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento. A podridão das raízes, pode ser ocasionada tanto pelos fungos do gênero Fusarium, quando Bipolaris (Bipolaris sorokiniana), incidindo sobre a cultura principalmente nos estádios iniciais do desenvolvimento do trigo.

Conforme destacado por Diehl (1982), os sintomas primários da podridão comum abrangem lesões radiculares de coloração marrom-escuras, podendo se estender por todo sistema radicular da planta sob condições adequadas ao desenvolvimento da doença. Santana et al. (2012) enfatizam que resíduos culturais de culturas anteriores atacadas por mancha de Bipolaris podem servir como fonte de inóculo da podridão comum.

Embora pouco visíveis na parte aérea da cultura, os sintomas secundários da doença se caracterizam principalmente pela redução do vigor das plantas e tamanho de plantas, podendo inclusive afetar componentes de rendimento do trigo. Sementes infectadas também podem ser fonte de inóculo da doença (Diehl, 1982).

Figura 1. Podridão comum das raízes em plantas de trigo, causada por Fusarium spp. e Bipolaris sorokiniana: (à esquerda), em comparação a raízes sadias (à direita).

Foto: José Maurício Cunha Fernandes

Dentre as principais consequências da ocorrência da doença podemos destacar a redução do estande de plantas, impactando um dos principais componentes de rendimento do trigo, o número de plantas por metro quadrado. As plantas afetadas normalmente apresentam porte menor em comparação a plantas sadias, além de baixo vigor e aspecto dessecado prematuramente, normalmente de forma pontual na lavoura (Santana et al., 2012).



Figura 2. Sintomas típicos de podridão radicular em trigo, causada pelos fungos Fusarium spp., e Bipolaris sorokiniana.

Foto: Flávio Santana

Como controlar a podridão comum das raízes de trigo?

Infelizmente a aplicação de fungicidas na parte aérea da cultura do trigo não é eficiente para o controle dessa doença. As principais medidas de controle da podridão comum das raízes do trigo são a rotação de culturas, o tratamento de sementes com fungicidas e o uso de cultivares com maior resistência genética.


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Referências:

DIEHL, J. A. DOENÇAS DE RAÍZES DE TRIGO. Embrapa, Circular Técnica, n. 3, 1982. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/83973/1/CNPT-CIRCULAR-3-DOENCAS-DE-RAIZES-DE-TRIGO-FL-13414.pdf >, acesso em: 21/07/2022.

SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108, 2012. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/990828/manual-de-identificacao-de-doencas-de-trigo>, acesso em: 21/07/2022.

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