Esse trabalho tem por objetivo avaliar através de revisões de literatura a aplicação de isolados de Bacillus spp. no controle biológico de doenças na cultura da soja.

Autores: Elizabete Lourenço Pires¹

Introdução

O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de soja no mundo, mas possui grande parte da produção comprometida, devido aos danos causados por nematóides e diversas doenças que ataca a cultura. Alguns estudos relatam que varias bactérias são muito eficiente promovendo o controle de nematóide em várias culturas (NASCIMENTO, 2019). Com a expansão da cultura da soja, ocorre o aumento do ataque de pragas e doenças, sendo um dos principais fatores que reduz o rendimento. Cerca de 40 doenças nas culturas são causadas por diferentes microorganismos fitopatogênicos, e identificadas no Brasil em diferentes condições climáticas e ambientais. Devido esses fatores, ocorrem perdas de 15% a 20%, em decorrência dos danos, que se não for controlado, pode ocorrer perdas de até 100% (ANDRADE, et al, 2016). Um dos métodos utilizados para reduzir as perdas é o uso do controle biológico como Bacillus subtilis, no controle de patógenos, liberando substâncias tóxicas que age contra o patógeno e competem com ele por alimento. O Bacillus subtilis já foi bastante estudado e mostrou que age contra diversos fungos fitopatogênicos, em condições controladas (KUPPER et al., 2009; FIGUEIREDO et al., 2010). Além disso, ele ajuda no crescimento de microrganismos, crescimento de plantas demonstrando ser eficiente no controle de doenças (GRIGOLETTI JÚNIOR et al., 2004). Esse trabalho tem por objetivo avaliar através de revisões de literatura a aplicação de isolados de Bacillus spp. no controle biológico de doenças na cultura da soja.

 

Material e Métodos

Este estudo se constitui em uma revisão de literatura. Buscando resultados em trabalhos científicos, livros, revistas e resumos expandidos. Com ênfase na obtenção de resultados propícios, abordando o uso do controle biológico no controle das doenças na cultura da soja.

Resultados e Discussão

De acordo com trabalhos realizados por Dorighello (2017), a aplicação de produtos a base de Bacillus subtilis, Bacillus firmus e Bacillus sp. sobre Fusarium solani, impediram a germinação dos conídios a 79, 79 e 81% respectivamente. As suspensão relacionadas aos conídios de Fusarium oxysporum, Fusarium sp. phaseoli foi de 88, 84 e 95% e dos uredósporos de Phakopsora pachyrizhi foram de até 72, 69 e 82%, respectivamente (DORIGHELLO, 2017). As inibições ocorreram quando os produtos foram aplicados em concentrações mais altas para Fusarium solani e Phakopsora. Pachyrizhi, reduziu o crescimento das hifas do fungo. Quando comparado com Fusarium oxysporum, Fusarium sp. Phaseoli não ocorreu essa relação (DORIGHELLO, 2017).

No teste de realizado com a redução do crescimento micelial, os isolados de Bacillus subtilis, Bacillus firmus e Bacillus amyloliquefaciens impediram o desenvolvimento de Fusarium oxysporum, Fusarium sp. phaseoli em 7, 10 e 26%, respectivamente. Entretando apenas a aplicação do isolado Bacillus amyloliquefaciens impediram significativamente o desenvolvimento de Fusarium solani em 27%. Todos os isolados reduziram o crescimento micelial de Corynespora cassiicola e Colletotrichum lindemuthianum em até 41 e 30%, respectivamente. Em geral, o isolado Bacillus amyloliquefaciens impediram maiores desenvolvimento do patógeno, quando comparado com os outros (DORIGHELLO, 2017). A figura 1 representa colônias de Bacillus subtilis. 

Figura 1. Colônia de Bacillus subtilis.
Fonte: https://www.imgrumweb.com/hashtag/microrganismos

Trabalho realizado por Souza et al. (2015) demonstrou que o isolado de Bacillus subtilis (BREIII-107) reduziu o crescimento micelial dos fungos Fusarium solani, Corynespora. cassiicola e Colletotrichum lindemuthianum em 31, 40 e 53%, respectivamente, devido ocorrer a produção de lipopeptídeos que causam a ruptura celular. Reduzindo assim a severidade da doença. De acordo com Dorighello (2017), com a aplicação de isolado de Bacillus amyloliquefaciens, ocorreu à redução dos patógenos, respectivamente de até 46, 50 e 51%.

Conclusão

Sendo assim, o fungo Bacillus spp, inibe o crescimento micelial de diferentes fungos na cultura da soja. O Bacillus amyloliquefaciens reduziu maiores porcentagem dos patógenos quando comparado com os outros, respectivamente. Sendo uma das alternativas, para minimizar os danos causados pelas doenças fúngicas na cultura da soja.

Referências

ANDRADE, G. C. G.; MESQUINI, R. M.; FIGUEIREDO, A. Manejo de Doenças na Cultura da Soja.Informativo técnico, 2016. Disponível em: http://www.monsoy.com.br/site/wpcontent/uploads/2016/08/job_02_97_informativos_tec icos3_ano3_n1_atualizado_ok.pdf. Acessado em: 18/06/2019.

DORIGHELLO, D. V. Versatilidade de Bacillus spp. no controle biológico de doenças de plantas e na promoção de crescimento de soja. Botucatu, 135 p. 2017.

FIGUEIREDO, J. E. F.; TEIXEIRA, M. A.; LIMA, G. V. C.; BRESSAN, W.; PINTO, N. F. J.; CASELA, C. R. Atividade antagonista in vitro de Bacillus subtilis contra fungos fitopatogênicos do milho e sorgo. Embrapa Milho e Sorgo – Artigo em anais de congresso (ALICE). XXVIII CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, IV SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE A LAGARTA DO CARTUCHO, Goiânia, 2010.

GRIGOLETTI JÚNIOR, A.; DOS SANTOS, A. F.; AUER, C. G. Perspectivas do uso do controle biológico contra doenças florestais. Floresta, v. 30, n. 1, p. 2. 2004.

KUPPER, K. C.; BELLOTTE, J. A. M.; GOES, A. Controle alternativo de Colletotrichum acutatum agente causal da queda prematura dos frutos cítricos. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal-SP, v. 31, n. 4, p. 1004-1015, 2009.

NASCIMENTO, D. D. Promoção de crescimento e controle de nematóides da soja por isolados de Bacillus spp. Dissertação mestrado (UNESP). Jaboticabal, 2019.

SOUZA, R. D., MENDONÇA, E. A. F., SOARES, M. A. Atividade antagônica a 27 microrganismos patogênicos por bactérias endofíticas isoladas de Echinodorus scaber. Summa Phytophatol. 41, 229- 232, 2015.

Informações dos autores

¹Engenheira Agrônoma, Email: elizabetelou@gmail.com.

Disponível em: Anais do II Congresso Online para Aumento de Produtividade do Milho e Soja (COMSOJA), Santa Maria, 2019.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.