A Bolsa de Grãos de Buenos Aires (BCBA), juntamente com o Instituto de Negociações Agrícolas Internacionais (INAI), divulgou na semana passada um relatório sobre o comércio agrícola bilateral entre Argentina e China.
Basicamente, o relatório enfatizou que o país sul-americano ampliou suas exportações agrícolas para a China até representar o segundo destino atrás da União Europeia. Durante os anos 90, a China foi o décimo primeiro país importador de produtos agrícolas e agora ocupa o segundo lugar. Porém, considerando que as importações agrícolas da China cresceram nos últimos anos a uma taxa média anual de 16%, até cerca de US $ 120 bilhões, os US $ 3,6 bilhões das exportações argentinas ocupam uma posição menor no ranking de fornecedores do país asiático.
Enquanto outros fornecedores mundiais aumentaram suas exportações a uma taxa média anual de 16%, a Argentina cresceu modestamente em 4%, enquanto os EUA o fizeram em 13% e o Brasil em 21%. De fato, o país perdeu algumas posições no ranking de fornecedores da China.
Por outro lado, as exportações argentinas para a China estão concentradas em alguns produtos. A soja é a mais relevante, totalizando 63% das exportações, em média, no período 2016/2018. A carne congelada representa os outros 15% e os camarões congelados outros 7%. Ou seja, três produtos representam 85% do total das exportações.
O documento revela que a guerra comercial EUA-China e a febre do porco africano representam uma oportunidade para a Argentina. Mas, além dessa circunstância, os analistas explicam que o valor potencial das exportações sobe para outros 5,7 bilhões de dólares se a Argentina conseguir colocar outros produtos nesse mercado, como sorgo, queijo, vinho, milho, trigo e leite em pó, entre outras.
O artigo recomenda uma abordagem regional (Mercosul) para embarcar no mercado da China e construir a imagem de um país confiável, como fornecedor de alimentos e outros produtos agrícolas, e consolidar uma relação mútua em que os investimentos da China na Argentina possam beneficiar o comércio bilateral.
Fonte: eFarmNewsAr