Recentemente o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – anunciou o registro de novos defensivos agrícolas. Destes, pelo menos 20 são de matriz biológica. Entre soluções químicas (semioquímicos e bioquímicos) e agentes biológicos (macrobiológicos e microbiológicos), já há no País mais de 530 produtos para controle de pragas. O aumento da oferta de soluções biológicas traz uma ‘boa nova’ ao produtor, ao abrir-lhe caminho para a inovação e o atendimento a exigências por sustentabilidade. Além de produtos comprovadamente eficazes, biológicos ganham tração ainda pela inocuidade à saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente.
Ao contrário do que ocorria no passado, biológicos estão agora disponíveis no canal de distribuição. Este novo cenário de oferta impacta favoravelmente no robustecimento das estratégias de MIP ou manejo integrado de pragas em nossa agricultura. Não faz tanto tempo, o manejo biológico natural, ou por conservação, era a única modalidade de controle biológico ao alcance do campo, uma tática então considerada ‘alternativa’, pouco empregada. Frente à nova era, disruptiva, do mercado de biológicos, um momento em que tais produtos passam definitivamente a fazer parte do dia a dia do produtor, sobem exponencialmente as perspectivas de sucesso dos programas de MIP nas diferentes culturas.
Empreendedores e especialistas com quem interagimos na fronteira agrícola anteveem um ciclo altamente positivo para o agronegócio em face do avanço tecnológico e mercadológico dos bioinsumos. Para esses profissionais, os produtos turbinam a implementação de boas práticas, ao mesmo tempo que elevam o portfólio de tecnologias de ponta acessíveis ao produtor. Tem mais: as quase 130 empresas de bioinsumos hoje presentes no Brasil tornam viáveis a diversificação tecnológica e a sustentabilidade a preços compatíveis com a realidade do produtor.
Levantamento da consultoria Spark (agora Kynetec Brasil) mostrou que, na safra 2020-21, os biológicos movimentaram R$ 1,7 bilhão no País, alta de 37% contra o ciclo anterior. O estudo da Kynetec reforça ainda a tendência de crescimento na adoção desses insumos, seja de maneira isolada (cultivos orgânicos) ou de forma integrada, nos chamados grandes cultivos – milho, soja, algodão etc. – e FLV: frutas, legumes e verduras. Aplicados isoladamente ou na prática do MIP, alternadamente aos agroquímicos, os bioinsumos põem na mão do agricultor uma ‘chave’ para produzir mais e melhor, com rentabilidade e menor impacto ambiental. Há, inclusive, expectativas de curto prazo no sentido de que os bioprodutos diminuam de maneira representativa inconformidades relacionadas a resíduos químicos de alimentos in natura.
De outro modo, a adoção de agentes biológicos potencializa ganhos do produtor para além da produtividade e da rentabilidade: com a redução de gases de efeito estufa, o agricultor poderá em pouco tempo elevar os rendimentos da propriedade por meio de créditos de carbono. Terá também, certamente, ampliado seu acesso a financiamentos sustentáveis, concedidos somente a negócios que contribuam para o equilíbrio no planeta.
Fonte: Assessoria de Imprensa Promip